Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"Os nove países integrantes da CPLP são lusófonos. Se entre os seus princípios fundadores estão o primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social, também é verdade que a força inspiradora da organização punha os valores na lógica de uma lusofonia em diálogo."
A escriba nunca terá ouvido palavra que fosse a respeito de trivilidades como a chacina de toda a oposição negra não-samorista. Pouco lhe importará a astronómica soma de crimes perpetrados ao longo de vinte anos de regime capitaneado por Samora e sucessores. Para a menina Isabel, as chacinas na Angola de Agostinho Neto, a sua ocupação de facto pelos cataneiros de Fidel, foram coisa pouca ou passageiras brisas da estória. A liquidação de milhares de negros, ex-soldados do exército português na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, "nunca" existiu, talvez sendo execrandos ecos da influência da propaganda vinda dos tempos em que o seu pai era Ministro do Ultramar do governo de Salazar.
Quanto aos roubos e apropriação dos bens públicos pelas oligarquias libertadoras de alguns destes países africanos, deverão para Isabel ser coisa marginal, pois habituada como está a assistir a actividades paralelas na antiga Metrópole, não valerá a pena levantar lebres em capim alto.
"Há 123 anos, por força do ultimato imposto pela coroa britânica, a nação estava de joelhos perante potências estrangeiras, o país estava numa situação de pré-bancarrota por incapacidade dos governos que se iam alternando entre os partidos regenerador e progressista. Para além disso, a situação do povo era de miséria, a insatisfação era total, impunha-se uma mudança profunda”.
E mudou mesmo. Para pior, muito, muitíssimo pior.
Já tivemos revoltas de marechais, revoltas e regimes de generais, balelas de "capitões" ajaezados de "cornéis" e agora ameaçam-nos os sargentos. Como se vê, trata-se de uma vertiginosa ribanceira abaixo.
Desgraçadamente, estes ainda não chegaram ao curto capítulo que se seguiu a esse "nefasto e em boa hora deposto período" da Monarquia Constitucional. Vão a um alfarrabista e comprem um livrinho da antiga 4ª classe. Lá está tudo convenientemente explicado e a verde-tinto, como eles dizem amar.
Estes livrinhos apresentam-se em português directo, sem torcidinhos neo-realistas. Até um sargento o entenderá.
Sabemos o que são e o que têm valido algumas das instituições privadas a que se confere o nome de universidades. Também sabemos que para muita gente desfalecida de pueril emoção por tudo o que lobriga na televisão vinda de fora, o exemplo dos campus americanos acicata a mímica, por mais absurdo que seja o objecto do interesse. O sortilégios sugeridos por imaginativas solidariedades, são rematados pela cretina atracção pelo insólito - no caso do sebento corvo-português, diria grotesco - das vestimentas e claro está, pelo fascínio dos rituais e reuniões secretas à meia luz.
O grupinho skull and bones proporciona a delirada matriz, pois naquela selecta agremiação pareceram medrar as carreiras de gente de altíssimo gabarito intelectual como o sr. G. W. Bush, um nome entre muitos outros. Estes clubezinhos, talvez sirvam de tirocínio para outras pândegas que implicam a exibição de adereços de cozinha sem forno e infelizmente sem assados, cozidos ou grelhados.
Violência de todos os tipos, abuso e coacção física e moral, eis os medonhos factos que a sempre luso-distraída sociedade agora descobre. Trata-se de um problema que pede polícia e tribunal. O Estado deve imediatamente agir de forma severa e capaz de rebentar o repugnante abcesso.
Embora o ideal fosse a total proibição das iníquas e vexatórias praxes - mas quem é que essa gente se julga? -, poderão ser os rituais permitidos, se se limitarem, por exemplo, à pública resposta em plena escada de acesso ao templo universitário, de umas tantas questões à sapiência dos futuros doutores, engenheiros, arquitectos, etc. Havendo queixa ou indícios de infracção dos direitos de cada um e de todos os alunos, urge então a rápida intervenção da Justiça e a concomitante responsabilização criminal da entidade académica.
* Agora, a conversa do cota: no início dos anos 80, só era "praxado" quem quisesse. No primeiro dia em que subi os degraus da FLL, uma gordíssima versão do Che - pertencente à AE - estava a postos e de tesoura em riste, insistentemente olhando para o meu cabelo comprido. Limitei-me a dizer-lhe ..."se me tocas, levas!" Naquela época era um método preventivo e bastante eficaz, embora as palavras tivessem sido outras, aqui impublicáveis.
Pelava-me por ter de sobreviver * com 2.000€ mensais.
Daquilo que ontem foi decidido e jurado ao país, apenas se retém algo que fica tão firme como o monte Pão de Açúcar: vão mesmo aos bolsos de Soares, de Sampaio, de Cavaco, de Ferreira Leite - neste caso uma pochette Gucci -, do Almeida "tantos" e claro está, do mais famoso caçador-recolector de maningues, selectos e bem regados serões de charutadas poéticas. Apenas alguns nomes entre centos de outros. Centos, para não dizermos milhares.
Era de esperar o estupor das preclaras entidades da plutocracia e o primeiro ataque começou precisamente pouco depois das cinco da tarde, quando a gralha de serviço deu início ao "opinião pública". Após desvanecidas considerações a respeito dos dois impantes comensais activos que foram ex-residentes em Belém, deu voz a um dos tais pachiças ocasionalmente ajaezados como politólogos, aproveitando este para perorar as habituais banalidades de reconhecida encomenda. É claro que há quem saia sempre em enervadíssimas e patrioteiras considerações quanto à Constituição que deve ser respeitada com o dinheiro sacado na árvore das patacas pertencente aos contribuintes estrangeiros. No entanto e como também seria previsível, houve alguns intervenientes que disseram aquilo que todos sabemos, grosso modo alguns temas incontornáveis:
a) o golpe de Estado constitucional protagonizado pelo inenarrável Sampaio que preside a tudo e mais alguma coisa, abrindo o caminho à "fraude técnica" institucionalizada durante seis anos e à qual não prestou a menor atenção ou controlo.
b) a inépcia soarista durante os seus mandatos como 1º ministro e a hoje bastante esquecida chamada do FMI.
c) um claro apontar do dedo a um certo estranho caso que envolveu o apelido Soares e um grupo que actuava em Angola.
c) a temática mais difícil e sempre escondida pelos empregados do sr. Balsemão, ou seja, aquele absurdo período a que a vulgata regimental apoda de descolonização.
Pois bem, à SIC saiu-lhe o tiro pela culatra e não podendo desavergonhadamente cortar a palavra a quem não lhes interessava, notou-se a ânsia pelo chegar do fim desta "opinião pública". Que alívio!
* O PS, o PC, o BE e a UGT já saíram em auxílio da sobrevivência de ACS, MS, JS, MFL, AS e dos outros centos de pedintes acima enunciados. É comovedor, o Minipreço ficará extremamente prejudicado.
No mesmo local e à mesma hora.
Uma manifestação com muitos milhares de pessoas. Cobertura do jornal? Zero.
A comemoração do estado a que chegámos: 17 fulanos têm honra a foto e colunazinha. Melhor teriam feito em engrossar os costumeiros dez jagunços que ontem foram berrar asneiras na Praça do Município. Assim, em vez dos entusiasticamente acusadores dedos de duas mãos, Cavaco teria contado com as unhacas de seis mãos, uma delas com apenas dois dedos, uma singela homenagem aos bombistas carbonários que nos deram o verde-tinto. Quanto aos sargentos, aqui está o tal fugaz momento de fama.
Macacadas com bananas de dinamite e uns tantos desabafos a propósito do "eles comem tudo" de que a sua "associação" é talvez um dos bons ex-libris. Esquecidas as tiradas internacionalistas e as "fróternidades" de outros tempos, aqui está uma verde-tinta scolarização do discurso da pseudo esquerda acomodada ao subsídio, carrito do Estado, comissões e primazias. Estas postas de pescada arrotadas por gente a quem nem sequer pode ser confiada a Junta de Freguesia da Cascalheira Leste, apenas servem para o gozo geral, ou o preenchimento de espaços em branco no "embalsemado" noticiário.
Duas horas a correr todos os dias numa passadeira de ginásio, um radical corte nas entremeadas, torresmos, coiratos e patuscaria no restaurante da instituição a que preside e claro está, o imperativo emborcar de uns três litros de água da torneira. Eis a receita recomendada a quem nem sequer consegue ver as biqueiras dos próprios sapatos.
Um sonho do verão de 2025, segundo François Mahmud al-Hollande.
"L'espace vital republicain
As fronteiras abrangendo meia Europa, dos Pirenéus ao Elba, da Mancha ao Estreito da Sicilia. A Catalunha torna-se num departamento autónomo, os Bourbon são depostos em Madrid e a Alemanha ocidental desmembrada e etnicamente limpa de teutões, torna-se num Far East, numa colónia de povoamento. A Polónia fica como um governo-geral, enquanto a antiga Itália passa a ter o mesmo estatuto da Córsega. A vantagem demográfica, ditada pela crescente hegemonia magrebina, estabelece o novo parâmetro na relação de forças dentro da Europa, contando com a solidariedade da recentemente aderente Turquia e da abolição do controlo de fronteiras com os provenientes de países do norte de África.
Só a França poderá ter indústria pesada e de armamentos. Só a França poderá decidir acerca do valor internacional do Euro e o francês será a única língua presente na informação escrita ou televisiva, sendo também obrigatória a partir do ensino primário. Todas as publicações europeias serão escritas em francês, interditando-se a edição de obras e o ensino das antigas línguas dos desaparecidos Estados. 70% do orçamento comunitário pertencerá à indústria e agricultura da Grande France. Na Europa apenas poderão circular viaturas Made in France, assim como todo o equipamento do Exército Europeu terá a marca das empresas francesas. A Marselhesa é o novo Hino da Europa e Paris tem o direito de vetar nomes de eleitos para a governação dos Estados-membro, podendo outrossim nomear os substitutos, sempre de origem francesa. A Igreja de La Madeleine, o novo e consagrado Grande Templo da Maçonaria Francesa.
L'islam au coeur de la république... ex-laique
A Igreja católica fica proibida de cerimoniar publicamente - transformando-se os principais templos em delegações sociais, mesquitas, armazéns e centros comerciais - e La Grande Mosquée de Paris, é instalada na antiga Catedral de Notre Dâme. Destruição de sinos, retirada de cruzes de todos os edifícios, interdição de procissões e dos encontros públicos cristãos ou de outras religiões que ofendam o islão. O véu torna-se compulsivo, assim como a alimentação halal é obrigatória. Estando os baptizados cristãos definitivamente interditados, a sharia torna-se numa fonte essencial da ordenamento jurídico da república.
A tricolor tendo no centro o símbolo sagrado, é a nova bandeira da União Europeia."
Nos tempos dos salários em atraso e da fome, era assim que os seus amigos de hoje o viam
Além de ser um político furta-cores que não soube retirar-se quando devia - e fala ele de Salazar! -, está por estes dias totalmente imbecilizado, não perdendo uma única oportunidade para desacreditar o resto da respeitabilidade que um dia muitos lhe reconheceram.
1. Desesperado por não poder de imediato colocar a sua cáfila nos lugares-chave, insiste no vergonhoso apelo à violência, ao crime. Custe o que custar, quer que alguém morra. Se algo de terrível acontecer, este sacripanta deverá de imediato ser moralmente responsabilizado pelo acicate.
2. Este incessante processo digestivo ambulante passa a vida a falar de fascismo, como se ele não fosse uma colossal e famélica pança ávida de toda a ordem de privilégios que o Estado e anexos lhe possam proporcionar. Quando se sabe o que sucedeu a quem quis publicar algo que atingia directamente o seu círculo de influências, como ousa então apontar o dedo seja a quem for?
3. Há uns tempos era ateu, agora diz-se leigo. Faz bem, pois é escandalosamente leigo em demasiadas matérias importantes à condução de um Estado de que se sente dono e senhor. Apoda de capangas aqueles que aflitos pela situação que o país atravessa, resolveram encorajar um primeiro-ministro perfeitamente legítimo e que é assaltado quotidianamente por toda a sorte de patifes, alguns deles provenientes do seu próprio partido.
A Igreja é para este reservista mental, um instrumento de mera exibição em fotografias de circunstância com este ou aquele Papa. Admirador do calamitoso escroque Costa e do seu bando de sicários devoristas, como poderá então impedir a contemporização da hierarquia para com quem não a ataca? Saberá este comensal de coisa alheia, que o Patriarca é um assumido monárquico? Agora o jogo está aberto, o Patriarcado parece estar onde sempre deveria ter permanecido. Saberá o esfomeado narcisista o que isso poderá significar? Não, não faz a mínima ideia e longe do seu pensamento estará a conveniência do actual presidente da república em precaver-se, fazendo aquilo que para os republicanos é o mais certo: marcar a posição do caquético regime implantado à força da bomba e não deixar nos Jerónimos, a natural primazia ao Duque de Bragança. Foi isso o que aconteceu no passado domingo e tenham ou não tenham feito os possíveis para o ocultar da evidência, a televisão mostrou quem de facto representa o Portugal da grande história. Nós vimos e ele sabe-o, pois também viu e a sua própria mulher foi notória testemunha.
4. Seraficamente grunhe inanidades a respeito de algo que ele em absoluto desconhece, aqueles pobres que tanto ajudou a estabelecer como "classe dominante" num país devastado por uma engenhosa praga de gafanhotos bem colocados e que ele a todo o custo quer ver regressar ao poder.
Isto é o melhor que a oposição pode apresentar. Assim sendo, imaginem o resto.
Albert Camus, A Queda:
«Era de origem honesta mas obscura (meu pai era oficial), e no entanto, certas manhãs, humildemente o confesso, sentia-me filho de rei ou sarça ardente. Tratava-se, repare bem, de algo bem diferente da certeza em que eu vivia de ser mais inteligente do que ninguém. Tal certeza, aliás, é inconsequente que é partilhada por tantos imbecis. Não, à força de ser cumulado, sentia-me, hesito em confessá-lo, um eleito. Eleito pessoalmente, entre todos, para este longo e constante êxito. Aí estava, em suma, um efeito da minha modéstia. Negava-me a atribuir este êxito unicamente aos meus méritos e não podia acreditar que a reunião, numa só pessoa, de qualidades tão diferentes e tão opostas fosse apenas o resultado do puro acaso. Eis porque, vivendo feliz, eu me sentia, de certa maneira, autorizado a fruir desta felicidade por algum decreto superior. Se lhe disser que não tinha qualquer religião, perceberá ainda melhor o que havia de extraordinário nesta convicção. Extraordinária ou não, ela ergueu-me, durante muito tempo, acima do ramerrão quotidiano, e pairei, literalmente, durante anos, dos quais, para dizer a verdade, ainda tenho saudades.»