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Penso que ninguém em Portugal percebeu as boas intenções do governo. O agravamento de impostos para todos os automóveis ligeiros de passageiros não tem nada a ver com carga fiscal. Tem a ver com uma carga de trabalhos adicional. Ter carro fica simplesmente mais caro - é tão somente isso. O que significa que a mobilidade e a economia não têm um relação por aí além em Portugal (segundo os governantes) - afinal os serviços imperam na economia, e grande parte dos mesmos são tecnológicos, o que quer dizer que entram na corrente económica pela banda larga sem necessidade de deslocação de técnicos. Estou a perceber bem o raciocínio do governo ou não? Ou será que os poucos trabalhadores que ainda restam na economia nacional podem ficar em casa e desenvolver a sua actividade a partir da sala de estar? É isso? Daqui a nada, e em resultado desta medida, podem começar a pensar em desmontar as estradas de Portugal e converter estações de serviço em centros de saúde. Já estou a ver quadros superiores em protesto por serem obrigados a pensar em transportes colectivos. As carrinhas da escola - aquelas que transportam os seus filhos às escolas privadas -, podem ser aproveitadas para paragens intercalares para recolher administradores delegados e levá-los directamente ao conselho directivo, à reunião do conselho de administração. Iremos assistir ao downgrade de frotas de luxo para linhas mais económicas. Afinal Francisco Assis fez uma revelação quando travou a fundo a tentativa de lhe impingir um Clio. E de repente pensei no seguinte; que tal se resolvessem este dilema da deslocação com a concessão de um crédito àqueles que optem pela aquisição de uma auto-caravana? Resolviam de uma assentada a questão da habitação e das viaturas de serviço. O condutor, e simultaneamente gestor de produto, poderia trabalhar a partir de um parque de campismo. E se o mercado o justificasse poderia assentar arraial e escritório onde a procura fosse maior. Quanto ao motor a diesel, não sei que resposta dar. Qualquer dia o carrinho de mão será sujeito a um imposto. Cada dia em que julgo ver uma luz ao fundo do túnel, engano-me - é um semáforo e está fechado. E sabem que mais? Não vou a parte alguma, vou ficar quietinho - sem pestanejar para não ser multado pelo excesso de velocidade dos meus olhos.