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Michel Houellebecq, Submissão:
Mas era sobretudo para os seus confrades islamoesquerdistas que reservava os grandes sarcasmos: o islamoesquerdismo, escrevia ele, era uma tentativa desesperada dos marxistas apodrecidos, em decomposição e estado de morte clínica, para se erguerem dos caixotes de lixo da história pendurando-se nas forças ascendentes do islão. No plano conceptual, prosseguia o Rediger, davam tanta vontade de rir como os célebres «nietzschianos de esquerda». (…) O Rediger voltava à questão do fracasso do comunismo – que era, afinal de contas, uma primeira tentativa de luta contra o individualismo liberal – e sublinhava que Trotsky tivera toda a razão, contrariamente a Estaline: o comunismo não poderia triunfar senão na condição de ser mundial. Ao islão aplicava-se, segundo ele, a mesma regra: seria universal ou não seria nada.