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Mário Centeno pode ter andado em Harvard, mas parece confundir análise fundamental (que uma economia exige), com análise técnica (de que os especuladores se servem). Ou seja, produz estimativas respeitantes ao Produto Interno Bruto (PIB), mas utiliza factores de cálculo que se alimentam da volatilidade na sua forma mais crua. Quando um trader aposta na continuidade do trend de um título, geralmente o mercado passa uma rasteira e inverte. Nem é preciso ser um técnico de primeira para saber ler indicadores básicos. O Relative Strength Index (RSI) é um indicador mais que suficiente para determinar o nível de overbought ou oversold de qualquer posição ou título. O actual governo de Portugal assume, de um modo descarado, um cenário continuado de preços baixos do crude, quando sabemos, olhando para os gráficos, que a inversão estará para breve. E não será suave. Os últimos anos de recessão a nível mundial determinaram um abrandamento acentuado dos níveis de investimento em infraestruturas de prospecção e extracção petrolíferas. Quando houver um movimento correctivo do preço do barril de crude, a violência do mesmo fará cair por terra a ingenuidade (ou cinismo) de António Costa. O efeito de chicote será muito mais amplo do que a irresponsabilidade socialista. O Orçamento de Estado de 2016 baseia-se em pressupostos de extrema volatilidade e depende de factores instáveis, quando deveria espelhar uma visão prospectiva que conseguisse mitigar os elementos conjunturais ou de circunstância ideológica. Mas existe uma certa coerência nesta abordagem. As vistas curtas condizem com o espaço temporal de um governo cada vez mais a prazo. Não é preciso ser a Comissão Europeia, nem o Eurogrupo, nem Wolfgang Schäuble para entender este dilema. A Grécia nunca esteve assim tão longe.
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