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Panelinha de pressão do PS

por John Wolf, em 17.08.13

Ribeiro, Ribeiro! Quer que lhe faça um desenho? Em política tudo é sujeito à panelinha de pressão. Já dizia o outro; "a guerra é a extensão da política por outros meios" (Carl Von Clausewitz). Eu sei, eu sei, não estamos a falar de guerra, mas de conflito político, e para o caso, vai dar ao mesmo. Será que estão a fingir-se de ingénuos lá para os lados do Rato? Os socialistas ao apresentarem-se como damas ofendidas, e afirmarem que Passos Coelho insiste em pressionar o Tribunal Constitucional, parece que nasceram ontem. Toda a matéria circundante pode ser sujeita à influência, à persuasão, à manipulação ou ao golpe da opinião pública. O facto político e o exercício de poder estão presentes em tudo; nas calças apertadas, no detergente para a máquina de lavar loiça, na paróquia da igreja, no posto da GNR ou na novela da noite. Ou seja, desde que o animal político nasceu, exprime-se em tudo quanto é lugar. Não faço juízos de valor. Constato apenas que faz parte da condição política. O primeiro político da história não sonhou com isto, mas paciência, a coisa saiu fora de controlo, e tudo é entendido enquanto extensão da vontade governativa. Quando o Partido Socialista se apresenta como herói da isenção, parece esquecer o seu passado de condicionamentos e contingências. Ironicamente, o próprio Partido Socialista está sujeito à pressão da magistratura do seu fundador (e sem sair de casa). Soares está para o PS como o Tribunal Constitucional está para Passos Coelho. O PSD, embora tenha barões e condados, não vive na sombra de fantasmas, de lideres históricos que já partíram. De facto, o PSD de hoje, pouco ou nada tem a ver com o PSD de Sá Carneiro ou Sousa Franco (sim, sim, o Prof. Sousa Franco foi presidente do partido a dada altura da história, e mais tarde até serviu os socialistas). Passos Coelho enfrentará grandes obstáculos nos tempos que se avizinham, mas esses desafios e contratempos não são um exclusivo do Tribunal Constitucional. O PS, pela voz de João Ribeiro, e à falta de argumentos fornecidos pela casa, de ferramentas domésticas, tem de se servir do Tribunal Constitucional enquanto guarda Suiça dos seus interesses. É o que eu digo e volto a repetir, Seguro desapareceu de cena e o Ribeiro eterniza a inépcia do Partido Socialista. Em vez de andarem preocupados com o modus operandi do governo - se este envia recados ou recebe telegramas -, têm rapidamente de pensar o país. Por este andar nem em finais de Setembro nem em 2015 lhes sai a fava no bolo. Estes faxes que andam a enviar apenas servem para entupir os ouvidos.

publicado às 09:18

Swaps e zeros políticos

por John Wolf, em 06.08.13

 

O porta-voz dos socialistas João Ribeiro quer saber se Passos Coelho mantém a confiança na equipa de finanças. De acordo com o júnior do Rato - "a credibilidade está perto do zero". Gostaria de saber de que lado do zero se encontra a credibilidade. Se no lado do mais ou no lado do menos. Se na coluna do haver ou na coluna do dever. Na coluna do haver podemos confirmar que quer os social-democratas quer os socialistas estão metidos ao barulho. Ambas os grémios do poder estão envolvidos nesta trapalhada interminável de SWAPS. Podemos afirmar que existe mesmo uma coligação involuntária de responsabilidade que se estende do largo do Rato à Rua de São Caetano, de um governo para o seguinte. Na coluna do dever (com maiúscula), o campo onde o sentido ético impera, toda a verdade deveria ser exposta sem reservas, por forma a que as ilações pudéssem ser tiradas e as consequências distribuídas pelos senhores do destino nacional. O carinha-laroca João Ribeiro tem várias coisas que não jogam a seu favor. Em primeiro lugar, mesmo que esteja a falar em nome da magna instituição, deve estar preparado para responder à letra (e ao número). O aluno João Ribeiro vem da mesma área de formação de Ana Drago - sociologia-, e embora seja uma disciplina interessante, pouco serve para interpretar os números que estão associados a instrumentos financeiros complexos ou seus derivados. De repente somos obrigados a mascar as palavras de razão de alguém que não reúne as ferramentas adequadas para aferir se os contratos SWAP são uma coisa boa ou má. O senhor em questão percebe de análise fundamental ou técnica? Sabe ler gráficos? Consegue interpretar padrões de tendência inscritos em candlesticks japoneses?Percebe de mercados? Percebe de economia?Francamente não sei responder. Talvez possa provar o que sabe em Setúbal onde deseja estagiar até ser chamado por Seguro para uma missão de maior vulto. Não deixa de ser curioso que no PS, os caminhos trilhados na ascensão política, obedecem a uma mesma diáspora, a um semelhante DNA de residências mais ou menos temporárias. Macau parece ser uma antecâmara para a descolagem política dos socialistas. João Ribeiro por lá passou, assim como António Vitorino ou Jorge Coelho. O território, embora desaparecido da administração Lusa, foi sempre uma espécie de offshore político, uns bastidores asiáticos de São Bento, próximo dos negócios da china, dos jogos de azar e fortuna, na distância adequada para cair no esquecimento. Quem disse que Portugal não tem lobbies, tem razão: localizam-se no oriente. Os SWAPs, qual ficha de casino, são o joguete do momento, o bastão que vai passando de mão em mão, para ir queimando cartuchos que nada têm a ver com a salvação do país. A reposição de toda a verdade respeitante a esta forma de controlar danos financeiros, implicaria recuar aos primórdios do conceito de risco. Envolveria analisar retroactivamente decisões políticas de outros tempos. Quando o Rei D. Sebastião lançou-se a galope em Alcácer-Quibir, já estaria a esboçar os termos de um SWAP sem o saber. Correu um risco e o país pagou um preço elevado. Se a coisa tivesse acontecido de modo diverso e Marrocos se tivesse transformado numa colónia Portuguesa jamais alguém ousaria questionar o propósito da campanha. Não sei se me faço entender, mas o coitadito do SWAP  não tem culpa nenhuma, é mais uma arma ao serviço da sobrevivência económica e financeira. O problema está nos cavaleiros que o utilizam como arma de arremesso. O desgaste que sentimos tem a ver com o facto dos políticos não se apearem das suas montadas para se redimirem perante as derrotas infligidas pela dureza das mentiras. A verdade pode repor a honra de não se sabe bem quem, mas não gera emprego e crescimento - o que o país precisa urgentemente. O resto são detalhes de história. Os oradores de ocasião que se escondem atrás de púlpitos partidários serão esquecidos ou levados pelos ventos autárquicos. 

 

publicado às 16:41

Emprego socialista

por John Wolf, em 09.06.13

O ministro da informação do partido socialista - João Ribeiro, veio a público dizer que Passos Coelho apanhou a carreira partidária e que se deslocou para parte incerta e que se encontra longe da realidade. A candidatura do chefe do executivo a um segundo mandato está fora de questão - de acordo com o porta-voz rosa. "Os portugueses querem é emprego", reclama o PS. Muito bem. Vamos lá por partes. O Passos Coelho tem nacionalidade portuguesa? O Pedro é português? É, sim senhor. E quer emprego? Exactamente. Será que o PS não entendeu o sentido das palavras que profere; o primeiro-ministro está a escutá-los com toda a atenção e quer ser o primeiro a ter emprego. Os socialistas têm de ter cuidado com aquilo que dizem. Há quem ande por aí a aproveitar o que andam a dizer, a desviar para uso pessoal outros significados. Há gente em casa a apropriar-se de chavões para abrir a sua porta de casa e fazer a sua caminha."Os portugueses querem emprego? Ou os portugueses querem "é" emprego? Pois. Há aqui algumas considerações a ter em conta. Os portugueses querem "em" prego? Não me parece. Os portugueses já penhoraram as suas posses. Já puseram tudo no prego. Os portugueses querem "é" emprego? O que significa isto? Que querem trabalho que seja mesmo um emprego? Por outras palavras, os biscates e part-time não servem? O emprego tem mesmo de ser algo inequívoco para o caso de alguém perguntar; o que é isso que trazes "aí" na mão? Isto? Sim. Ah, isto? Isto "é" emprego. E o que quer João Ribeiro? Que pasta dar-lhe-ão em troca e que "é" um emprego? O trabalho de porta-voz deve ser considerado um emprego? Recebe salário mensal? Ou será que a dedicação pro bono lhe trará um emprego? Uma secretaria de Estado? Quiça um ministério inteiro? O que querem os portugueses sabemos nós. Mas regressemos aos mandatos. Por mais que Seguro e companhia venham a lume dizer que são os génios do emprego e crescimento, a verdade é que os mandatos deixaram de ter relevância. Se os socialistas chegarem ao emprego nunca será a tempo e horas de inverter a marcha. Os dados foram lançados para bem e para mal. Mais para mal do que para bem, e os socialistas cumprirão o mandato de Passos Coelho sem tirar nem pôr um "é". Podem chamar-lhe outra coisa, mas não deixará de ser a mesma nota de encomenda. Será também um mandato de austeridade e contracção económica. Será um mandato de execução orçamental com uma emergência a braços, com um país em descalabro. O João Ribeiro pode declamar o que quiser do púlpito do Rato, mas todos sabemos que são falsas promessas. E já agora; qual é a profissão de João Ribeiro? É que temos pouquíssimos dados curriculares a seu respeito e não sei se merece que lhe dêem emprego, mesmo que já tenha iniciado o estágio com tanto entusiasmo. É curioso como uns querem o emprego que os outros não querem largar. Parece mesmo uma coisa de inveja de vizinhos. O meu "é" maior que o teu.

publicado às 07:54






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