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Os políticos, na sua generalidade, imitam a concorrência. Quando lhes faltam ideias, mas sentem que não podem perder o filão, aventuram-se no jogo da cópia barata. Praticam uma espécie de contrafacção de inutilidades. Ou seja, perdem a noção das prioridades. A Joana Amaral Dias serviu-se da gestação para avançar a barriga da notoriedade. Por outras palavras, à falta de melhores argumentos, deu o corpo ao manifesto - auto-chulou-se, como se estivesse numa qualquer esquina do Cais de Sodré. Mas António Costa quis ir mais longe. Quis ir ao escroto da mesma matéria da angariação de votos. A Procriação Medicamente Assistida parece ser uma ideia peregrina para cativar o eleitorado feminino, mas faz parte de uma agenda batida, antiga, politicamente arremessada quando dá jeito - a igualdade de géneros. Não sei se é boa ideia convocar a ex de Paulo Pedroso para vender esse peixe. Cheira mal misturar estórias mal contadas com a esperança que se oferece a futuras mães. Grassa na política de oposição uma enorme falta de pudor, ética. Tudo isto mete nojo. A procriação política é uma aberração.
Com a insolente e inquisitorial arrogância que lhe é característica, veio ontem o senhor Anacleto Louçã increpar o primeiro-ministro por alegadamente este ter "ousado" convidar uma tal Joana Amaral Dias - que aliás foi posta de parte no BE - para um lugar nas listas do PS . Como se José Sócrates não tivesse o pleno direito de convidar quem bem entendesse! Se Berlusconi enveredou por discutíveis critérios de imagem, porque não se poderá aqui fazer o mesmo? Um jarrão decorativo é sempre um jarrão decorativo, não interessando a proveniência do mesmo!
Segundo o fuehrer do nacional socialismo-revolucionário BE, parece que o primeiro-ministro tentou aliciar a menina A. Dias com promessas de lugares - vulgo sinecuras - em institutos públicos, coisa que foi de imediato desmentida. Ficamos como sempre desconfiados e agora, na fase da prova e contraprova do que foi dito e prometido, vai este assunto para a gulosa fossa séptica da pré-campanha eleitoral.
Na verdade, o senhor Francisco tem uma memória bem curta, pois já decerto se terá esquecido da última falcatrua bloqueira quando das autárquicas que fizeram eleger o Zé-que-faz-falta. Aliciou o velho e extinto PPM, fez aparecer na foto o arquitecto Ribeiro Telles e num maravilhoso passe de mágica, volatilizou os colossais vultos da Drago, do Rosas, do Fazenda e de outros popularmente desconhecidos apaniguados do admirável mundo novo da ditadura do proletariado da Lapa.
Recomendo vivamente ao chefão do BE, a auto-administração de doses extras de Selénio e de Fosgluten. Para que exercite melhor a sua combalida memória.