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A respeito disto, parece-me que está na altura de José Lello e António Nogueira Leite deixarem as bocas no Facebook para os miúdos de 15 anos e resolverem isto como homens. Se não quiserem sujar as mãos, podem sempre fazer um duelo com pistolas ou espadas, sei lá.
(foto do El País)
A partir de hoje, a crise financeira ficará suspensa por uns dias. A comunicação social irá concentrar-se no assunto que ocupará o topo da hierarquia da agenda mediática: a Wikileaks trouxe a público telegramas que confirmam as autorizações de José Sócrates e Luís Amado ao sobrevoo do espaço aéreo português por aviões da CIA que transportavam suspeitos de terrorismo. Não me interessa debruçar-me do ponto de vista moral sobre o assunto. O que interessa é que nos próximos tempos, a começar pelas manchetes dos jornais que sairão daqui a umas horas, andará meio país a falar deste assunto.
Ana Gomes, classificada por um assessor diplomático do Primeiro-Ministro como "uma senhora muito excitada que é pior que um rottweiler solto", voltará à ribalta já amanhã. Alguns pedirão que Amado cumpra o prometido e se demita. Sócrates será, também ele, instado a demitir-se - o que, obviamente, não fará. Cavaco, em campanha, não saberá bem como se manifestar e, provavelmente, optará pela gestão de silêncios. Alegre, a quem Lello se refere jocosamente, preferirá, também ele, a gestão de silêncios a comprometer o fraco apoio que tem do PS Socratista. Marcelo Rebelo de Sousa fará deste o tema central do seu comentário de Domingo. O Prós e Contras da próxima semana será dedicado ao assunto.
Passadas umas semanas, tudo ficará na mesma, excepto a situação do país, que continuará a agravar-se. Nessa altura, a crise voltará.
(foto tirada daqui)
"Parlamento não é a aldeia dos macacos", diz José Lello.
Já eu não tenho tantas certezas. Mas, diria mais que é um circo. Um circo onde meia dúzia de palhaços actuam para muitas outras dúzias que se limitam a bater palmas.
Para além da discussão sobre os voyeurismos dos fotógrafos, da controvérsia sobre a afirmação de Lello de que os computadores são pessoais, apesar de propriedade do Estado, aquilo que é realmente confrangedor é o facto de se ter procedido a uma dispendiosa reforma da AR (às expensas dos contribuintes, claro), para gáudio dos senhores deputados.
Creio que não há semelhante nos parlamentos desta Europa fora. Mais uma vez, Portugal e o choque tecnológico na vanguarda da inutilidade. A questão que se impõe é, para quê os computadores no hemiciclo, que ainda por cima só servem para os deputados se distrairem do que devem ser os seus afazeres normais? Talvez o objectivo seja mesmo esse, distrair os deputados...