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E pronto, lá volta este jotinha às intimidades no Facebook, a chamar-nos amigos e a mandar-nos abraços. Mas alguém pode fazer compreender ao fulano que ele é Primeiro-Ministro e não o líder de uma distrital qualquer da JSD? Como dizia alguém, quando quem manda perde a vergonha, quem obedece perde o respeito.
Portugal não se recomenda. Ponto. Custa-me dizer isto, mas, ao ver e ler o que se passa no país a minha reacção é um profundo desalento. O primeiro-ministro desta país, para lá da sua inépcia estridente, é um pato-bravo que, em virtude da sua ignorância atroadora, não sabe comunicar. Expele meia dúzia de trivialidades sobre assuntos seriíssimos e, depois, acossado e ameaçado por tudo e por todos recua covardemente. Em vez de lançar um debate sério e abrangente sobre o futuro da Segurança Social, explicando, reflectindo e ponderando os custos e benefícios de uma reforma que solucione a insustentabilidade do actual modelo, Passos, a despeito do que seria exigível, voltou mais uma vez a claudicar e a patentear o seu desconhecimento sobre uma matéria pouco atreita a facilitismos. Mas, ao que parece e para mal dos nossos já gigantescos pecados, a incompetência de Passos foi replicada por outro estarola do seu partido. Falo, pois, de Nuno Morais Sarmento. Pelos vistos, o antigo ministro e eminência parda das deputações acolitadas na advocacia das negociatas acha, vejam bem, que os cortes orçamentais devem abranger as funções de soberania. Ou seja, o não-pensamento da JSD, estrutura conhecida pela promoção da ignorância e da bovinidade celeradas, é, afinal, partilhado por ilustres membros do PSD. Corte-se já nas funções de soberania, dizem estes senhores, mas, reformar e tocar no nervo do Estado, nas funções sociais do Estado, bem, isso não, ou melhor, nunca. Quando o discurso político assenta na falácia de que as funções de soberania, o núcleo inarredável de um Estado decente - sim, as funções de soberania não incluem a educação e a saúde -, podem ser tocadas em detrimento de outra funções secundárias estamos conversados. Merecemos definitivamente a ruína. Com palradores políticos desta qualidade qualquer troika é insuficiente.
Causa-me algum estupor não haver ninguém, lá pelas bandas da São Caetano à Lapa, que ensine aos ignaros jotinhas que a intocabilidade no Estado abrange tão-só o núcleo constituído pelas funções de soberania. Peanuts, eu sei. Coisas de somenos, diriam outros. Sei, também, que a busca pelo lugarzinho assegurado pela intriga permanente é o objectivo de vida daquela gente, contudo hão-de convir que não há clientelismo que justifique a exibição de tanta bovinidade. Com jovens elites partidárias deste calibre é de temer o pior. O triunfo dos porcos orwelliano, versão Portugal 2012, segue dentro de momentos.
Atentem nesta "pérola" do novo presidente da JSD, um jurista, de seu nome Hugo Soares, também deputado do PSD:
Depois do Congresso, Soares, recebeu 3 telefonemas: um de Barroso, outro de Van Rampuy. Um terceiro de Pinto Balsemão convidando-o para a próxima edição de Bilderberg 2013. Passos não faria melhor!
Duarte Marques diz que Miguel Relvas sempre disse aos militantes da JSD para não seguirem o exemplo dele, para estudarem primeiro e meterem-se na política depois. A sério? Mas Relvas nem chegou a estudar! Ah e diz também que a culpa é da lei de Mariano Gago. A lei está mal feita, é certo - a meu ver nem devia existir. Mas Relvas aproveitou-a. Poderia não o ter feito. O que continua a acrescer ao chico-espertismo da personagem. Se realmente norteasse a sua vida pela busca do conhecimento, fazia um curso a sério. A seguir só falta dizerem que Relvas é uma vítima do governo PS que fez a lei.
O Tomás Vasques entendeu por bem criticar o CV do João Pinho de Almeida, pedindo ainda para avaliarmos "em que mãos entregamos este país". Em abono da verdade, trata-se de um CV perfeitamente normal de alguém verdadeiramente dedicado à causa pública, que apenas atesta a qualidade que qualquer pessoa minimamente letrada e de boa-fé reconhece ao João Pinho de Almeida.
Tendo eu sido colega de faculdade de vários militantes das diversas juventudes partidárias, com particular destaque para a JSD e JS, e tendo ainda conhecido mais uns quantos noutros contextos, em particular da JSD, antes de me filiar na JP, pergunto-me se o Tomás Vasques terá verdadeiramente noção do tipo de mãos a que entregamos este país. Desde verdadeiros analfabetos, que mal conseguem alinhar duas ideias e escrever correctamente um parágrafo, a brutamontes que são ou contratam gangsters para serviços de intimidação, à boa maneira da I República, passando pelos que demoraram 8 a 10 anos a terminar uma licenciatura e se encontram espalhados pelo aparelho estatal, quase todos incapazes de ter uma ideia própria e sair da demagogia partidocrática - que sabem muito bem ser uma treta, pois só se preocupam muito pragmaticamente com o tacho -, e tudo isto com impressionantes folhas de serviço, em que os golpes de secretaria, chapeladas eleitorais e compra de votos são o normal anormal, só quem anda muito distraído é que pode não estar assustadíssimo com o que espera Portugal nas próximas décadas, ao ser entregue à malta jovem do PS e PSD. Isto, claro está, se este regime de bloco central continuar.
E com tanto por onde pegar na JS e JSD, sem falar nos próprios PS e PSD, onde a quantidade de figuras menores que nos vêm desgovernando é a todos os níveis notável, o Tomás Vasques questiona a qualidade de um dos melhores deputados portugueses? De resto, ainda que mal pergunte, a geração do Tomás Vasques fez um trabalho do caraças, não fez? Principalmente o aspirante a filósofo parisiense, que tem um CV invejável, não é? E ainda se admiram com o brain drain a que vimos assistindo?
A JSD e a Pactor Editora lançam amanhã o livro "Opções Energéticas para Portugal". O livro conta com as opiniões de vários intervenientes políticos e técnicos da área. A apresentação ficará a cargo de Pedro Passos Coelho e Duarte Marques (Presidente da JSD). Para saberem mais sobre a hora e local do lançamento basta clicarem aqui.
Porque costumo dizer que faz falta muito sentido de humor à política portuguesa, porque me fazem confusão hipocrisias, incoerências e "virgens ofendidas", aqui fica em destaque o novo blog da JSD, A História do Pinócrates.
Se há tempos eu achava que seria eventualmente arriscado mudar o governo num contexto de crise internacional generalizada como o actual, cada vez mais me parece que não há qualquer problema. Aliás, parece-me que para evitar uma maior crise de valores e desmoralização da população, seria até saudável que efectivamente se mudasse de governo. É que, como disse Miguel Sousa Tavares há dias na TVI, precisamos de um estadista, de alguém da craveira de Churchill. E Sócrates não o é de certeza, tal como as suas atitudes nas últimas duas semanas têm provado.
O Primeiro-ministro disse no debate quinzenal que nunca autorizaria a JS a levar a cabo uma campanha com cartoons ou outdoors como o da JSD. E, de facto, não seria necessário, o próprio PS tratou disso, como bem relembra o Carlos Nunos Lopes, a quem abusivamente roubamos estes três cartazes:
Caricatura do Partido Socialista, Janeiro de 2005
Caricatura do Partido Socialista, Dezembro de 2004.