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Enfim, após uma semana de ausência forçada, aqui regresso à nossa palhota, pronto para ir comentando o pouco que existe para ser comentado. Na verdade, o simples facto de ter um computador praticamente novo avariado, afastou-me completamente do mundo e posso dizer-vos que se vi dois telejornais, isso já foi muito. Simplesmente, as notícias deixaram de interessar, pois habituei-me ao longo destes oito meses, a ter pretensões no campo da sempre nebulosa prática da análise. Não se perdeu coisa alguma, diga-se...
Como nota introdutória deste regresso, o meu reconhecimento à Cristina e ao Samuel, por terem dirimido a minha preguiça em dirigir-me ao netcafé mais próximo para não haver baixas no staff. Logo a seguir e começando já na faina, espero que tenham reparado na entrevista do primeiro-ministro. As conclusões a tirar são simples e bastante esclarecedoras, porque confirmam as suspeitas existentes acerca da natureza volátil do regime:
1. Num período em que se berra a plenos pulmões por uma crise mundial de proporções gargantuescas, nada mudou nas intenções. Continuarão a apostar no betonismo a todo o transe, nas linhas TGV (Tudo Grande Vigarice) e em aeroportos hollywoodescos, exactamente quando se prevê um forte decréscimo da actividade aeronáutica.
2. Afinal sempre houve dinheiro a rodos. A prová-lo, aqui estão as actualizações de salários, prometidas - por mera coincidência -, em vésperas de eleições gerais. Tudo aquilo que possa indiciar caciquismo, manipulação ou eleiçoeirismo de contornos oitocentistas, é decerto mera especulação por parte de malvados como nós, sempre prontos para o bota-abaixo.
3. O "presidente" vai soltando os seus "gritos de alma", como tivesse acabado de aterrar pela primeira vez neste país que ele tanto ajudou a erguer à imagem dos seus recônditos desejos de modernização, na qual tiveram lugar relevante os falsos cursos de formação profissional, os créditos fáceis para jeeps, férias a prestações, jaccuzzis em T0 de luxo na Musgueira-Leste, etc. O mais curioso nisto tudo, é sua excelência poder tentar imaginar que a nossa capacidade de esquecimento é assim tão avassaladora. Engano seu, ele está na linha da frente e não há trincheira onde se possa esconder, pois existe sempre uma Grande Bertha pronta a fazer fogo de barragem.
4. Nota relevante. O Chefe Jerónimo de Sous(esco)a, veio a terreiro dizer que a Direita portuguesa está hoje mais à esquerda que o PS. Grande novidade... Se o Marcelo Caetano fosse vivo, provavelmente votaria socialista, pois foi ele próprio quem preparou o terreno a todos estes habilidosos saltimbancos que do CDS ao BE vêm regendo as nossas miseráveis vidinhas.
Bom, vou dar uma vista de olhos pelas notícias, para ver se algo mais há para dizer, mas confesso que já me desabituei um pouco. Quem desaparece, esquece e esta é uma verdade bem presente.