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Qualitativamente, para um liberal, deverá sempre haver uma diferença entre corte de despesa e aumento de impostos. Ainda que, em termos líquidos, ambos tivessem o mesmo efeito estático sobre o défice. Só que o aumento de impostos é uma restrição à liberdade de escolha no mercado livre, de quem neste auferiu rendimentos. Uma coerciva restrição. O corte de despesa significa que o Estado gasta menos do nosso dinheiro. Não percebo, também eu, onde pode estar a hesitação do liberal?
Adicionalmente, em termos dinâmicos, a diferença é clara. Com o corte de despesa, a poupança é no sector público, deixando de se ir roubar um montante adicional aos privados. Assim, num processo de decisões descentralizadas e livres, em que o Estado nunca tem vantagem de informação, porque as oportunidades de negócio são percepções individuais e tácitas, muitas vezes não codificáveis, as possibilidades de crescimento da economia são potenciadas deixando os recursos no sector privado. Quando a via seguida é, alternativamente, tributar os privados para financiar a despesa pública, recursos estão a ser desviados do que seriam necessariamente melhores utilizações: porque consumos decididos pelos próprios, ou financiamento de oportunidades de investimento que o Estado não sabe escolher ou detectar são perdidos!
A ler: o Samuel, o Joaquim Sá Couto, o André Azevedo Alves, o Nélson Faustino e o José Meireles Graça.