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Se fosse na Alemanha, os trabalhadores que hoje fizeram greve teriam direito a 2/3 do salário correspondente a este dia, pago pelo sindicato que a convocou. É a lei laboral alemã que obriga os sindicatos a pagarem Salário de Greve, sendo que os sindicatos dispõem de um fundo reservado para esse fim. O sindicato mais rico do mundo é o IG Metall, o sindicato da indústria metalúrgica alemã, que representa 3,6 milhões de trabalhadores e assim dispõe de um vasto fundo para pagar salários de greve (ou seja pode suportar os custos de uma greve durante muito tempo), o que lhe dá um grande poder negocial. Em Maio passado, ameaçou com uma greve e obteve um aumento dos salários de 4,3%, o maior dos últimos vinte anos.
Cá em Portugal, no país das grandes conquistas de Abril, os otários fazem greve e não recebem rigorosamente nada. Nem um cêntimo. E para quê? Para o camarada Jerónimo e o camarada Arménio cantarem vitória, e dizerem na televisão que o país parou e que a jornada de luta foi um grande sucesso.
Para além do que apontam o Jorge Assunção, Adolfo Mesquita Nunes e João Miranda, note-se a consideração quanto aos factores mais problemáticos para a realização de negócios. Os primeiros dois, destacadíssimos, são precisamente a ineficiência burocrática do governo e a restritiva regulamentação laboral. Nada que já não soubéssemos, atendendo a 35 anos de governação à esquerda no que diz respeito à política económica. E depois os liberais é que são perigosos para o país...
(também publicado no Novo Rumo)