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por Samuel de Paiva Pires, em 28.10.15

João Miguel Tavares, António Costa anda a aldrabar-nos.

 

Rui Ramos, Quem tem medo de eleições?

publicado às 15:32

O escritor como revelador de mundos.

por Cristina Ribeiro, em 21.02.15

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" Meu querido amigo: sempre que o negócio da aguardente me leva aí, à tua encantadora terra, descubro, em cada viagem, em cada saída para essas encantadoras quintas, de carro, a cavalo ou a pé, inéditos encantos em paisagens e costumes, belezas que decerto vos escapam, a vós, indígenas descuidados. ( ... ) não tendes olhos para o dionisíaco esplendor que vos cerca, andais sempre de viseira caída, sempre as pupilas baixas a fossar no lodo " Ao ler esta passagem de mais um livro do autor cuja obra, magnifica obra, por ora me ocupa - Sem Método -, de João de Araújo Correia, eis-me novamente a subir as serras desse Douro alcandorado, na esteira do meu quase conterrâneo poeta, aquele João Penha, que aos amigos Gonçalves Crespo ou Guerra Junqueiro perguntava porque se deslocavam eles, se como ele não careciam de sair do confortável sofá para viajarem para onde a sua vontade os levasse - disso os seus amados livros se encarregavam.

publicado às 22:23

Separando as águas; desfazendo confusões.

por Cristina Ribeiro, em 23.09.13
" Quando alguém se declara da direita [ não um « centrista » ] torna-se, ipso facto, num desmancha-prazeres; e a democracia necessita é de animadores, não de desmancha-prazeres ". Ao ler, ontem pela noite, o artigo de onde retiro este lapidar excerto, logo ocorreu à lembrança um outro texto, lido há tempos num dos números de revista " em linha " dedicado ao estudo dessa tão falada, mas inexistente Direita. Entre outros,  que de igual modo nos interpelam, de modo a fazer-nos repensar a confusão neste domínio há muito instalada. 

publicado às 20:04

´

" Eusébio Macário não conseguia refazer-se à existência de Basto. Faltava-lhe a conversa do « Palheiro », a consideração de um auditório atento e de variegada erudição.

 

Já não se acomodava a lidar com labregos, encodeados, muito broncos, ele, ex-indigitado vereador da Câmara do Porto.

 

Atrigava-se de manipular unguentos e pomadas depois que casara a filha com o barão do Rabaçal ( ... ). É verdade que a baronesa fugira com o cómico, dera em droga, mas nem por isso Eusébio Macário deixara de ser sogro de um titular, e para mais Cavaleiro da Ordem de Cristo.

 

Sentia-se aborrecido, deslocado. Habituado à moleza das poltronas do genro, já não lhe sabiam, como antes, as largas sestas roncadas à porta, no incómodo mocho de cerdeira.( ... )

 

Um dia, porém, soube-se em Basto que falecera em Guimarães um boticário, o Pereira, o último de uma dinastia afamada, cujo representante da época mesinhara o próprio rei D. José na sua visita ao berço da nação. A família de Pereira resolvida a fechar a farmácia, conservava ainda o praticante à espera da liquidação final das pomadas e unguentos.

 

Isto fez germinar no cérebro da mulher de Macário, a Eufémia Troncha, uma ideia genial: - porque não haviam de ir para Gimarães, boa terra, muito dada a comesainas, terra de soldados e mais civilização? ( ... )

 

Eusébio rendeu-se e escreveu à viúva do Pereira, a saber se a farmácia se alugava.

 

Veio a resposta pronta: - que sim, que se alugava...; que fosse lá...

 

Eram 5 horas da tarde de um sábado quando Eusébio Macário entrou no Toural ( ... ). A farmácia era na Porta da Vila ( ... ). A freguesia, segundo Eusébio colheu da boca do praticante, era da melhor. A Casa do Arco, a do Toural, a de Vila Pouca, a do Cano sortiam-se lá. E, antes de entrar em mais ajustes, assegurou-se de que lhe não faltaria a dos dois hospitais das Ordens Terceiras... ( ... )

 

Macário voltou a Basto radiante, cheio de projectos, de esperanças de vida regalada, com muito pinto e sonecas tranquilas. ( ... )"

 

Já Camilo, o feliz criador da burlesca e interesseira personagem do boticário de Basto, tinha morrido, quando o futuro patrono da minha Escola Preparatória engendrou este seu regresso ao Minho, depois de uma saída pouco airosa da capital nortenha: corria o ano de 1912 quando este livrinho encheu os escaparates das movimentadas livrarias da cidade de Afonso Henriques. Por então o autor tinha já lugar cativo entre uma geração de homens que muito trouxeram às letras e cultura em geral.

 

Com efeito, podemos ler no " site " do Agrupamento de Escolas João de Meira, entre outras coisas que indiciam um Grande, escolhido para continuar a obra de grande fôlego, iniciada pelo Enorme abade de Tagilde, Vimaranis Monumenta Historica: " Possuidor de larga cultura, a sua vocação literária manifestou-se quando, ainda estudante, principiou a colaborar em jornais académicos e de província, primeiro com versos bem trabalhados e depois em prosa, fácil e de vivo colorido. Em 1902 publicou Influências Estrangeiras em Eça de Queirós, curioso estudo revelando profundo conhecimento da obra do romancista, e mais tarde Eusébio Macário em Guimarães, à guisa de capítulos suplementares à Corja, de Camilo, e ainda Cartas de Camilo Castelo Branco a Francisco Martins Sarmento, com prefácio e notas. Cedo, porém, se manifestou a sua predilecção pelos estudos históricos e escreveu: Subsídios para a História Vimaranense; O Claustro da Colegiada de Guimarães e Estudos da Velha História Pátria - O Livro da Mumadona. "

 

Mais um vulto de que nos podemos orgulhar; mais um Grande Português.

publicado às 22:45

Da democracia.

por Cristina Ribeiro, em 22.02.11

A propósito da vaga de contestações na conturbada zona do Oriente Próximo, e outras zonas do mundo onde o islamismo -leitura fundamentalista do Islão -manieta as populações, Jaime Nogueira Pinto, por algum tempo ausente dos jornais, o tempo em que nos agraciou com o imprescindível « Nobre Povo », vem agora, de novo no jornal i, falar-nos no dilema que daí resulta para o Ocidente, em lidar com uma nova realidade que se presta a muitas ambiguidades na sua leitura, e, de caminho, e a oportuníssimo talho de foice, faz o paralelo entre duas tradições democráticas; mote para revisitarmos essa pedra angular, no que à democracia se refere, que é o « Da Democracia na América », de Tocqueville.

publicado às 14:19

Em busca de leituras nunca perdidas.

por Cristina Ribeiro, em 08.01.11

 

 

Continua o labor de colocar os livros na estante, mas, uma vez limpo, é mais um livro que não via " há séculos ", de que  tenho boas recordações, e lá me sento a folheá-lo, a reler bocados de uma escrita bem conhecida, pois que nele aparece já o Proust que encontrei, e nele me espelhei, mais tarde no « Em Busca do Tempo Perdido »; a melancolia introspectiva que despontava já, as memórias de infância a que então voltaria.

E, como a manta  que tecia aquela que nunca deixou de acreditar no regresso de Ulisses, nunca mais a tarefa a que deitei mãos chega ao fim.

publicado às 22:01

Continuando a viagem há pouco encetada com Séneca

por Cristina Ribeiro, em 02.01.11

 

 

 

 

através das cartas que escreve, o encanto imorredouro dos clássicos, desta feita na forma de uma chamada de atenção a Lucílio, que acusa de volúvel na amizade, no passo em que o diz desconhecedor do que, verdadeiramente, é esse sentimento.

" Dizes-me que entregaste a carta a um amigo teu, para me trazer, mas em seguida aconselhas-me a não trocar impressões com ele sobre quanto te diz respeito, pois nem tu próprio o costumas fazer. Quer dizer, na mesma carta deste-lhe e recusaste-lhe o título de ' amigo '. Ora bem, se tu usaste esta palavra não no seu verdadeiro sentido mas antes em sentido genérico, e lhe chamaste " amigo " tal como a todos os candidatos chamamos " respeitáveis cidadãos ", ainda é aceitável; se consideras, porém, amigo alguém em quem não confias tanto como em ti próprio, então cometes um erro grave e mostras não conhecer o significado da verdadeira amizade . "

 

É bem o  « filósofo da condição humana », como lhe chamou o Padre Manuel Antunes, que nos fala de valores inerentes ao ser moral que habita em cada um de nós.

publicado às 21:34

 

 

muito fruto da total inaptidão de um " professor ", daqueles que a confusão que se instalou no ensino no seguimento do 25 de Abril encarregou de leccionar uma disciplina em que, claramente, se sentia como peixe fora d'água, o interesse que mais tarde essa matéria me suscitou foi sempre sendo objecto de um " mais tarde ", até porque consciente da dificuldade do autodidactismo em tal sede. É assim que, nomeadamente do estoicismo apenas retenho, de leituras avulsas e muito superficiais, noções muito vagas, excessivamente vagas.

Vem este mal-amanhado arrazoado a talho de foice, pois que entre os livros que ontem me calharam em sorte, um título me atiçou a curiosidade a pontos de com ele iniciar a leitura que uns dias de férias permite; « Cartas a Lucílio », de Séneca, de quem sei apenas ter sido um dos maiores expoentes dessa escola filosófica, de onde retiro este saboroso excerto: "  Tanto aquilo que me escreves como o que oiço dizer de ti fazem-me ter boas esperanças a teu respeito: não viajas continuamente nem te deixas agitar por constantes deslocações. Um semelhante deambular é indício de uma alma doente.: eu, de facto, entendo que o primeiro sinal de um espírito bem formado consiste em ser capaz de parar e de coabitar consigo mesmo. "

E convenço-me de que esta " amostra " promete belas viagens.

publicado às 21:21

e como já disse

por Cristina Ribeiro, em 04.06.09

 

aqui, não resisto a aqui transcrever algumas linhas da novela que, intervalada com outras leituras em tudo diferentes, vou apreciando devagar...

 

                                 Não hesito em afirmar que, na falta do amigo ( Camilo suicidara-se já ) bem pudera substituir-se-lhe. Grande pena que o não fizesse, pois me tiraria de lhe aguar o chorume da prosa, por certo bem castigada na leitura dos clássicos, tanto que uma só balda lhe encontro: o excesso de adjectivos. Tenho para mim e meu governo que no substantivo e no verbo a espinha vertebral  da expressão.

publicado às 23:42

Também eu fui à livraria querida Cristina

por Samuel de Paiva Pires, em 17.01.09

E apesar de ter em casa imensos livros por ler, andava à procura de algo do género do recentemente lido "O Mundo Pós-Americano" de Fareed Zakaria, algo recente e que me despertasse a curiosidade, quando encontrei "A Morte da Utopia" (em inglês, Black Mass) do reputado professor da LSE, John Gray.

 

 

Na contracapa: «A história do século passado não é um conto de progresso secular, como os bem-pensantes da direita e da esquerda gostam de pensar. As tomadas de poder pelos bolcheviques e pelos nazis foram tanto levantamentos baseados na fé como a insurreição teocrática do aiatola Khomeini no Irão. A própria ideia de revolução como acontecimento transformador na história deve-se à religião. Os movimentos revolucionários modernos são uma continuação da religião por outros meios»

 

Ah e é verdade, bem Cristina, compreendo os argumentos mas, não posso deixar de ter a mesma percepção ou senso comum sobre a solidariedade entre as mulheres, e parece-me que pelo menos o Mike também concorda :p)

publicado às 23:13

As minhas leituras para este verão

por Samuel de Paiva Pires, em 15.07.08

Com as férias já à vista, daqui a pouco menos de um mês, vou ter finalmente tempo para colocar pelo menos algumas leituras em dia:

 

 

(imagem tirada daqui)

 

 

 (imagem tirada daqui)

 

 

(imagem tirada daqui)

publicado às 17:18






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