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Na Ucrânia é assim...
Na Luciano Cordeiro, um importante conjunto de ruínas pertencentes a um bem conhecido sr. Belmiro.
É a imagem da cidade que querem promover no estrangeiro. Na semana em que ousam alvitrar uma nova e quase-mesquitada "Ópera do Tejo" a construir diante do Arsenal - Terreiro do Paço/Cais Sodré - o aspecto geral é indecente, sendo a degradação uma lepra que rapidamente se espalhou por todas as zonas da capital. Entrando por ocidente, leste ou norte, deparamos com o mesmo espectáculo de ruas esburacadas, ruínas e prédios a ameaçarem queda iminente. Novas construções, normalmente horrendas, vão substituindo aquilo que o século XIX e as primeiras décadas do vigésimo nos deixaram, nada escapando à sanha devorista dos interesses instalados com os quais as sucessivas vereações camarárias têm escandalosamente colaborado. Aqui e ali arranjaram como disfarce a fachadização, suma imbecilidade que permite a total destruição de interiores, atirando-se para o lixo as madeiras, estuques, vidros e metais, sempre em benefício da alteração da finalidade a que se destinava a construção. Numa cidade Potemkine que conta com muitas dúzias de grandes edifícios de escritórios completamente devolutos, a CML continua a outorgar alvarás de construção para o sector dos serviços, roubando habitantes aos bairros e promovendo a mais do que certa insegurança dos lisboetas. A praga alastra aos edifícios residenciais, permitindo-se a expulsão das famílias em direcção à especulação nas periferias, para o claro e bem concertado benefício dos negócios. É um desastre a intencional suburbanização.
Diante das ruínas pertencentes ao sr. Belmiro, o lixo de 48 horas
Temos agora a repugnante e vexatória visão do lixo que ao longo desta época festiva se vai acumulando a cada hora que passa e para cúmulo do descaramento, já houve quem tenha aconselhado os lisboetas a manterem os resíduos dentro de suas casas. Assim que as excelências sob a batuta do sr. Arménio se decidirem retomar as operações de limpeza, poderemos então voltar ao rotineiro depósito nos contentores.
Talvez o mais importante edifício de habitação do ocaso do s. XIX lisboeta, hoje intencionalmente devastado, crime permitido pela actual CML
Pois bem, não o façam, desobedeçam.
Coloquem o vosso lixo em plena via pública, deixando os montões crescerem até à resolução do problema. O odioso integralmente recairá sobre quem de forma abusiva causou e permitiu esta situação e não atingirá quem paga taxas de saneamento e toda uma miríade de impostos, contribuições e outros artifícios que exaurem as finanças privadas. Ficará então bem patente o ponto a que esta cidade - e o país - chegou. Lisboa assemelha-se hoje a uma favela.
Ouvi bem? Ou terei cera nos ouvidos? - A Câmara Municipal de Lisboa pede aos digníssimos moradores o favor de guardar o lixo nas suas casas. Será que estão doidos? Conseguem imaginar o que será armazenar os sacos de lixo na sala de estar, na banheira, ou debaixo do divã, durante quase uma semana. Estamos a falar de uma greve que tem data prevista para terminar no dia 5 de Janeiro de 2014. É no mínimo curioso que os responsáveis políticos, assim como os parceiros do turismo de Portugal, estejam mais preocupados com a péssima imagem que os visitantes estrangeiros levam para os seus países, directamente da Praça do Comércio, do que com as questões de saúde pública que irão afligir os residentes da capital. Mais uma vez as prioridades estão invertidas, e, aproveito a ocasião, para fazer uma pequena referência à Bimby. Esta contribui ou não para a geração de ainda mais lixo? Ou será que é uma ferramenta ecológica? Pode e deve servir enquanto imagem de rigor e eficiência, como bandeira de um partido político? Como podem ver, não sei se foi o Natal que me deu a volta à cabeça, ou se é o Ano Novo que aí vem, mas esta caldeirada de temas e ecopontos, gera, no mínimo, náuseas e vómitos. Sugiro máscaras "à japonesa" para os maus odores, e já agora uma venda de burro, para não ferirmos ainda mais a vista com a novela sórdida em que se reciclou Portugal. Porque o resto, como o serviço mínimo de dignidade, há muito que foi pelo cano.
Uma dupla de criativos da empresa de publicidade BBDO fez um vídeo em que procedeu ao envio de lixo para sede da Moody"s, em resposta à avaliação de Portugal feita pela agência. Após a agência de 'rating' Moody's ter considerado Portugal como "lixo" uma dupla de criativos, da empresa de publicidade BBDO, enviou uma carta para a sede da Moody's, em Nova Iorque. Uma encomenda especial, com "pedaços" de Portugal tal como ele é visto pela Moody's: Lixo. A acompanhar a carta, os criativos da conhecida agência de publicidade escreveram a frase: "Só para que saibam que estamos a trabalhar para elevar o nosso rating".
É a total falta de respeito. Então não é que a Moody's baixou o 'rating' de Portugal para 'Ba2', devido aos receios de que o Portugal não tenha escolhido o melhor caminho e precise de um novo pacote de ajudas? Ou seja, de nada serviu um novo Governo e o corte do subsídio de Natal! Espera-se, agora, que também os bancos portugueses tenham a mesma sorte: a de serem classificados como puro lixo! E esta, heim?