Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Por motivos vários, tenho andado um pouco alheado da espuma dos dias mediática e do que ultimamente tem preocupado as redes sociais. Contudo, não consigo resistir a tecer um breve comentário, sob a forma de interrogação, acerca do episódio Lorenzo-Judite, não de qualquer teor moralista ou político, até em larga medida superficial, mas que efectivamente a minha mente me força a exteriorizar alicerçando-se naquela ideia de Wilde de que "só as pessoas superficiais não julgam pelas aparências": quando uma jornalista que, a avaliar pelos comentários cada vez mais despropositados nas entrevistas a Marcelo Rebelo de Sousa e a Medina Carreira, parece cada vez mais tonta e considera interessante entrevistar num telejornal um exemplo perfeito e acabado de um douchebag só porque este tem dinheiro, o que é que isso quer dizer sobre um certo jornalismo luso e sobre os espectadores que gostam de consumir isto? Ou dito de outra forma, quando os telejornais parecem paulatinamente transformar-se parcialmente em versões das revistas cor-de-rosa e as redes sociais se entretêm com o que daí emana, o que é que isso diz sobre o país? Alguns dir-me-ão que há mercado para isto. Felizmente que já há algum tempo percebi que o mercado não é critério exclusivo - e frequentemente não é sequer critério - para aferir a qualidade.
*Título roubado a este livro de Mario Vargas Llosa.