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Seguindo o método do Rui A., aqui fica a minha lista de vencedores e vencidos:
Vencedores: Paulo Portas, Rui Moreira, António Costa e José Sócrates.
Vencidos: Passos Coelho, Luís Filipe Menezes, António José Seguro, Alberto João Jardim e Vítor Baía.
Luís Filipe Menezes tem o dom, sim, trata-se mesmo de um dom, de com poucas palavras apelar ao nosso riso mais despudorado. São poucos, muito poucos mesmo, aqueles que podem arrogar-se tal privilégio. O busílis da veia humorística de Menezes, exercitada a miúdo, muitas vezes nas circunstâncias mais impróprias, prende-se com o singelo facto de que em política, isto é, na governação da Cidade, a comédia e a jocosidade devem ser executadas "cum grano salis". Com parcimónia, temperança e moderação, qualidades que, como é sabido, não abonam na persona pública de Luís Filipe Menezes. Um candidato que se apresenta com um programa em que figuram coisas como "pôr as crianças do Porto a aprender mandarim e hebraico e levá-las à ópera uma tarde por semana” é um candidato que brinca com os eleitores, que mente, trapaceia e engana deliberadamente, ou como diziam os antigos, um candidato que, na prática, não passa de um verdadeiro demagogós - que, para quem não sabe, é aquele que lidera e estimula as paixões mais exacerbadas do populacho. Quanto ao conteúdo das propostas nem vale a pena gastar uma linha que seja a comentá-las, pois, elas, na sua incomensurável estupidez, falam por si mesmas, o que me incomoda, e não é pouco, é o apoio que este populista, que, note-se, em nada difere de Sócrates, granjeou no PSD e em algumas franjas da pseudo-sociedade civil. Esse apoio é sintomático do estado de degradação moral a que chegámos. Mais grave ainda é assistir ao suporte político dado por alguns ditos liberais - somos pródigos neste género de homúnculos -, que há bem pouco tempo atrás zurziam implacavelmente na desorientação socrática, à sanha demagoga de Menezes. Perante este pão e circo nortenho o que há a fazer, e quando digo fazer refiro-me ao presente imediato, é congregar esforços e forças no combate a esta deriva antidemocrática que, caso não seja travada a tempo, destruirá o que de bom e positivo Rui Rio desenvolveu à frente da Câmara Municipal do Porto. Esperemos que Rui Moreira seja o "ecce homo"que salvará o Porto e as suas gentes da desgraça anunciada.
A anunciada candidatura de Luís Filipe Menezes à edilidade portuense foi para muitos, entre os quais me incluo, uma notícia terrífica. Sim, leram bem, uma notícia terrífica. Adoptei este tom hiperbólico por uma razão muito simples: Menezes é um lídimo representante do pior da tradição despesista desta III República, que, na sua ambição desmedida, nunca hesitou em usar e abusar dos recursos públicos com o único fito de arrebanhar o apoio eleitoral dos seus munícipes. Uma direita que se preze jamais apoiará a desordem orçamental menezista. Repito, uma direita que se dê ao respeito jamais apoiará a balbúrdia do gasto excessivo. A posição adoptada pelo CDS/Porto, encomiável ou não, foi uma pedrada no charco do unanimismo politiqueiro que se vinha formando em torno de uma candidatura cujos deméritos sobrepujam em muito os méritos, se é que eles existem. O pronunciamento programático veiculado pelo líder do CDS/Porto, Pedro Moutinho, é tão-só a transposição para o âmbito autárquico do novo mantra político vigente no Portugal "troikado": o mantra do rigor e da poupança públicas. A constatação de que "a cidade e o País não têm dinheiro para este tipo de gestão" é um manifesto de responsabilidade política, cuja crítica deveria embaraçar aqueles que, noutros fóruns, são estrénuos defensores do enxugamento do estadão. Há dualidade de critérios na opção política anunciada pela estrutura concelhia do CDS/Porto? Não. Ademais, há quem se que esqueça, deliberadamente ou não, da autonomia das estruturas partidárias concelhias na prossecução das suas estratégias políticas. O CDS/Porto denotou aquilo que, desafortunadamente, não abundou no PSD: bom senso e respeito pelos cidadãos contribuintes.
Nota: Rui Moreira seria um excelente candidato. Bem preparado, metódico, e um bom conhecedor da cidade. Resta saber se estará disponível para um desafio desta magnitude, e se terá, também, o acompanhamento das forças vivas da cidade.
É por estas e por outras que desisti de acreditar neste país. A lei de limitação de mandatos serviu, concretamente, para quê? A decisão de Menezes não me surpreende rigorosamente nada, o que me preocupa - já nem me refiro ao edil de Gaia, pois, a sua nulidade política dispensa quaisquer comentários - é a caterva de politiqueiros que seguirá o exemplo de Menezes, nomeadamente os dinossauros autárquicos que, após inúmeros anos à frente de uma determinada câmara, prosseguirão a sua carreira política noutras paragens. Este regime está definitivamente caduco.