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Fogo é a política por outros meios

por John Wolf, em 24.08.24

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Se Miguel Albuquerque fosse Carl von Clausewitz, afirmaria sem pudor — "fogo é a política por outros meios". Mas não necessitamos de mais provas. Bastam dez dias de desterro político e administrativo para concluirmos que Portugal não se entende. Quem julgava que o Estado era um todo, parece estar equivocado. A autonomia da ilha da Madeira tomou o continente como refém (ou o seu inverso), e assaltou a república e as ideias de garantia e segurança do Estado. A batata assada da responsabilidade já viajou para aquele alibi disfuncional designado de União Europeia — o tal mecanismo para invocar quando os compadres andam à castanhada. Não se vislumbra a ponta do sol ao fundo do túnel de fumo espesso. Pensava eu que a AGIF (Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais) abrangeria a totalidade do território, incluindo as regiões autónomas. Mas não parece ser o caso. Parece que existem fronteiras políticas e administrativas que não podem ser abalroadas pela imperiosa necessidade de realizar a gestão criteriosa do território nacional na sua totalidade. Não sei se o "deixa arder" constitui ou não o indício de algo mais profundo, a vontade independentista, à laia daquela praticada por certos catalunhenses. A história é fértil em exemplos. O fogo de Smyrna, Turquia, ocorrido em 1922, na derradeira fase da Guerra Greco-Turca teve um papel fundamental nas aspirações nacionalistas quer da Grécia quer da Turquia, e em última instância levou ao estabelecimento do Estado moderno turco sob os comandos de Kemal Atatürk. Eu sei que esta analogia extrapolativa pode ser rebuscada, mas Canadairs no ar são, em tempos actuais, atos políticos. Os jornalistas gostam muito de usar dois termos quando o fogo lavra: "complicado" e "rescaldo". Mas esgravatam muito ao de leve na cinza que assenta arraiais nas reportagens. O que sucede é grave. Mas em Portugal quase tudo é inconsequente.

publicado às 17:57

A geringonça e o fogo conveniente

por John Wolf, em 10.08.16

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Não sei onde anda António Costa. Não sei em que festival de danças se encontra a Catarina Martins. Não sei se Jerónimo Martins é voluntário na festa do Avante. Não sei se o homem do PAN já regressou do nirvana no Tibete. Apenas sei que o governo de Portugal não existe. Ontem tivemos o enorme privilégio de escutar os chavões que os intelectuais do fogo andaram a debitar nas televisões deste lindo Agosto. Ainda escutei um repórter da TVI, em directo da Madeira, apelar a que salvassem os cães e gatos do canil mais próximo, e depois lá se lembrou de mencionar o lar de terceira idade. Antes que apareçam os ideólogos da floresta mista e das liberdades da mata brava, a procurar integrar os incendiários recorrentes, tenho a dizer o seguinte - sobre as mãos destes e de todos os outros governantes se encontram as cinzas da morte e destruição. Eles são todos culpados - os Guterres, os Cavacos, os Soares, os Durões, os Costas, os Jerónimos e já agora as Catarinas. Andaram décadas a fio a tentar civilizar a animalidade, mas desautorizaram-se por completo. Os incendiários andam a monte a rir na cara dos portugueses e dos seus governantes. A pena máxima, reservada para crimes de sangue, deve ser aplicada sem contemplações a estes loucos exterminadores. Onde quer que se encontre a Geringonça, esta deve reunir de imediato e convocar um estado de emergência tendo em conta o mapa de incêndios. Mas existe um lado cínico, intensamente político e oportunista. Deixar arder por completo pode ser o meio de entrar dinheiro gratuíto das Comissões Europeias e um modo de sacudir a água do capote de deslizes deficitários e orçamentais. Daqui a umas semanas estará pronto o guião de António Costa. A culpa foi dos fogos. Vivam os incendiários. Passa para cá a massa.

publicado às 11:22

A verdade sobre os resultados das eleições da Madeira

por Pedro Quartin Graça, em 30.03.15

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Quem tenha visto Paulo Portas com ar sorridente na TV poderá achar que o CDS teve uma grande vitória na Madeira. Quem viu Miguel Albuquerque poderá pensar o mesmo. Pura ilusão!

O PSD de Miguel Albuquerque teve menos 15 mil votos que há 3 anos e meio... Perdeu 1 deputado e ainda pode perder mais um...
O PS perdeu 1 deputado e o líder já se demitiu...
O CDS perdeu 2 deputados e o líder não só não se demitiu como, ainda, "canta de galo"...
O JPP tinha zero e passou a ter 5 deputados...
O BE tinha zero e passou a ter 2 deputados...
A CDU tinha um, passou a dois e ainda pode ter mais um deputado...
O PTP tinha 3 e ficou com 1 deputado
O MPT tinha um e ficou com zero...
O PAN tinha um e ficou com zero...
O PND ficou com o deputado que já tinha...

Em conclusão:

As eleições de ontem na Madeira foram boas  em termos eleitorais para JPP, CDU e BE. Tudo o resto é ficção. E da má!

publicado às 21:56

A Grécia cá do sítio

por John Wolf, em 20.02.15

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Grécia cá do sítio. Perguntem ao Alberto João Varoufakis.

publicado às 12:21

Resposta selvagem

por Nuno Castelo-Branco, em 30.12.14

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Para a maioria dos portugueses que ainda se consideram como tal, de nada servem as mesuras, palmadinhas nas costas e conciliábulos diplomáticos à volta de uma mesa bem servida. 

A sempre latente questão das Selvagens ressurge com grande acuidade, atendendo-se a diversos factores onde a política geral do Reino de Espanha é indivisível dos seus múltiplos aspectos componentes, desde o contentar de pequenos orgulhos regionais - serão também as Canárias una nación? -, até às ambições corporativas ciosas de ouro negro e do aspirar de vapores gasosos. A isto poderemos ainda juntar outros factores como a posição de Espanha no contexto da península ibérica, o felizmente caso perdido de Gibraltar, a possível chantagem mediática, a consolidação do reinado há pouco iniciado, etc.. No meio de tantos contratempos, Portugal terá pelo menos a felicidade de na Zarzuela não pontificar uma espéciie de Aznar em presidencial serviço, pois ali será impossível encontrarmos um Filipe VI que em relação a Portugal seja muito diferente daquilo que durante mais de trinta anos João Carlos I foi. Contudo, Madrid tem poderosas armas que poderá utilizar a favor das suas pretensões, sejam elas as económicas e financeiras, como simplesmente, a gestão das águas dos rios de que os portugueses muito dependem. Em suma, bem podem os espanhóis dificultar-nos a vida. 

Em Portugal, discutir-se a soberania é um daqueles assuntos a que o regime naturalmente é alérgico desde a sua nascença. De facto, carece de legitimidade para o fazer, pois se até na alienação de Macau pouco fez para o prolongamento de uma presença que beneficiava macaenses e os próprios chineses sempre ciosos do salvar a face, agora torna-se cada vez mais difícil contrariar os apetites espanhóis quanto ao alargamento da sua zona económica concomitante à da Madeira. Em Lisboa há muito se esqueceram as lições retiradas do Ultimatum britânico, lições essas indissociáveis da ocupação e presença efectiva nos territórios considerados como parte integrante da soberania nacional. Nunca ninguém se preocupou com a instalação de uma guarnição permanente, estando  as Selvagens numa situação muito pior do que a Fortaleza do Bugio. No Parlamento, falar-se de Defesa Nacional será o mesmo que em plena Mesquita Azul alguém alvitrar a devolução de Hagia Sofia de Constantinopla ao culto cristão. É impossível, pois o lastro de décadas infindas de inépcia, laxismo, supina cobardia e crassa ignorância, resumem o tema à discussão da arma de arremesso dos dois submarinos que num regime normal e dadas as patéticas reivindicações do Mapa Azul, deveriam ser oito. 

Se não perdermos definitivamente as Ilhas Selvagens, duma clara possibilidade ninguém nos livra: seremos despojados de boa parte dos nossos direitos sobre as águas vizinhas e com estas, dos potenciais recursos económicos que ali se adivinham.

Sendo tradicionalmente nula a presidência da república das cagarras e pouco eficaz ou credível o governo - este ou no futuro próximo, um do outro partido -, também pouco ou nada há a esperar de umas forças armadas que são descaradamente complacentes - senão participantes desde há duas gerações - em todo este descalabro. Têm calado e consentido.

Resta-nos um duro e inequívoco protesto da única e derradeira depositária da nossa quase milenar história: a Causa Real. 

publicado às 16:22

Pensar pela própria cabeça

por Pedro Quartin Graça, em 07.03.14

Na Madeira são muitos os que, mesmo no PSD, pensam pela sua própria cabeça, longe do "diktat" partidário do continente. 

(...)" Penso mesmo que os funcionários públicos e os reformados e pensionistas já perceberam que esta corja vai manter a sua política de ladroagem imposta por decreto, porque já descortinaram, por declarações proferidas isoladamente, que a roubalheira vai continuar. Curiosamente tudo isto se passa num país onde os ricos estão cada vez mais ricos, os pobres são cada vez mais pobres e a chamada classe média – a exemplo da América Latina – desapareceu, não passando hoje de uma espécie de peça de museu."(...)

Luis Filipe Malheiro, PSD-Madeira, in Jornal da Madeira

publicado às 13:58

Cristiano Ronaldo não é Mário Soares. Poderia escrevê-lo ao contrário; Mário Soares não é Cristiano Ronaldo, mas isso seria dar excessiva importância ao alegado pai solteiro da Democracia em Portugal. Cristiano Ronaldo vai fazer mais pela economia do país do que vários Mários juntos - sim, a Madeira ainda é Portugal, embora os nativos afirmem que o craque está a ajudar a terra e "mai nada!". Cristiano Ronaldo não está à espera para pendurar as botas, para que lhe dêem dinheiro suado dos contribuintes para inaugurar uma fundação com o seu nome. Ainda nem sequer completou dois terços da sua carreira e já está  a criar o seu próprio museu. Ou seja, irá atrair visitantes à região autónoma agora que os madeirenses reclamam uma parte dos dinheiros da privatização da CTT (Já me estou a esticar. Estou aqui para tratar das diferenças entre o Ronaldo e o Mário). Na minha opinião é uma grande jogada do avançado da selecção nacional. Ouviram bem? Selecção nacional. Houve tempos em que Mário Soares era um magriço da política, mas ainda não percebeu que cada vez que quer dar uns toques, lá para os lado do Rato e arredores, vai perdendo o pouco do estatuto que ainda lhe resta. Mas adiante. A Fundação Mário Soares será porventura a antitese do Museu Cristiano Ronaldo. Recebeu mundos e fundos, mas pouco dá em troca, a não ser umas conferências catitas em nome da "sua" democracia e umas quantas exposições disto e daquilo. O que Ronaldo inaugura na Madeira não deve a ninguém. Os troféus ganhos são seus e só seus, e não foram comprados com dinheiros públicos. Há aqui um mar de diferenças entre o comandante e o ex-presidente da república.

publicado às 09:36

Recomendam-se: Gravidade e Capitão Phillips

por João Quaresma, em 25.10.13
«Gravidade» de Alfonso Cuarón, com Sandra Bullock e George Clooney. Magnífico filme do realizador mexicano que, quando era rapaz, tinha o sonho de ser astronauta. Que melhor pessoa para escrever o argumento e realizar um filme espacial? Do princípio ao fim com imagens de grande beleza, bem escrito e realizado, sem nunca perder a atenção do espectador e com efeitos especiais excelentes e atentos aos detalhes, boa banda sonora e uma interpretação de Sandra Bullock que certamente lhe valerá galardões. Tem tudo para agradar a toda a gente... menos ao público russo.
Como aperitivo, sugiro um passeio espacial pelo mural no Facebook do astronauta italiano Luca Parmitano, que tem partilhado as suas fotos tiradas desde a Estação Espacial Internacional, AQUI.
«Capitão Phillips» de Paul Greengrass, com Tom Hanks no papel principal (um óscar provável), é um thriller baseado na história verídica do desvio de um cargueiro norte-americano por piratas somalis.
Sendo todos nós consumidores numa economia globalizada, compradores de mil e uma coisas feitas Ásia, de fruta sul-americana ou de borrego da Nova Zelândia, raramente nos lembramos de quem torna tudo isso possível ao manter as artérias do comércio internacional: a marinha mercante. E a vida de quantos navegam no Oceano Índico tornou-se mais difícil e arriscada quando surgiu o problema da pirataria baseada na Somália. «Capitão Phillips» elucida sobra esses riscos, de ataque e captura de reféns, consequência de uma actividade que alguns tentaram desculpar com a situação de pobreza extrema dos pescadores somalis. O filme dá essa grande lição: nada justifica o comportamento brutal que tem sido imposto a muitos tripulantes (e sofrimento das respectivas famílias, para já não falar nos danos à empresas envolvidas), e quem envereda pela pirataria é e será sempre um criminoso. O problema, que chegou a afectar a navegação no Oceano Índico e a desviar parte do tráfego para a Rota do Cabo, está hoje bastante diminuido por efeito da intervenção das marinhas de muitos países. Esta é, aliás, uma falha deste filme: cumpre uma lamentável tradição de Hollywood de omitir qualquer papel ou mérito a outros que não os norte-americanos e demais anglo-saxónicos, e quem vir «Capitão Phillips» pensará que a única força presente na zona para garantir a segurança da navegação é a Marinha dos Estados Unidos, quando na verdade se trata de um esforço multinacional envolvendo também forças navais do NATO, da União Europeia, da Rússia, Índia, Arábia Saudita, China e outras nações asiáticas, além da Austrália e Nova Zelândia.
A primeira metade do filme é excelente, com a acção a evoluir de forma dinâmica e realista. Mas a segunda parte alonga-se demasiado numa situação de alta tensão e violência psicológica, que leva a um fim perfeitamente previsível, tornando-se quase pornográfica do suplício de quem se vê na situação de refém dos piratas. Não estranha que, na sessão a que assisti, houvesse quem tenha abandonado a sala antes do fim.
Se a pirataria baseada na costa da Somália - e que se fez sentir em boa parte do Oceano Índico, mesmo a vários milhares de quilómetros de distância como aconteceu em águas da Índia - está hoje debelada, o problema está a surgir em força no Golfo da Guiné, também por movimentos ligados ao fundamentalismo islâmico. Hoje mesmo, um navio norte-americano foi atacado e os piratas fizeram dois reféns entre a tripulação, incluindo o capitão. A semelhança de situações e a coincidência com a exibição de «Capitão Phillips» poderão motivar ainda mais a Casa Branca para uma intervenção militar.
Sendo que este é um problema que assume proporções preocupantes para os países do Sul da Europa (sobretudo Espanha e Portugal, por via das ilhas Canárias, Selvagens e Madeira), o facto é que a costa africana é muito menos importante para o comércio mundial do que a rota Ásia-Europa pelo Canal do Suez, pelo que haverá menos voluntarismo de outros países e participar na sua abordagem. Retirando lições da Somália e antecipando uma previsível evolução da ameaça, Espanha, França, Portugal e o Reino Unido têm vindo a alertar a UE para tomar medidas firmes que deverão passar pela presença permanente de navios de guerra na costa africana. Escusado será dizer que, com ou sem o apoio de Bruxelas, Portugal terá necessariamente de participar nesse esforço e também reforçar a presença naval em águas da Madeira, tal como Espanha tem vindo a fazer nas Canárias. Com austeridade ou sem ela, o que tem de ser tem muita força e o dinheiro para financiar essa operação terá de aparecer de algum lado. Basta imaginar na gravidade que seria, por exemplo, um grupo de piratas desembarcar e ocupar temporariamente uma das Ilhas Selvagens, ou saquear e fazer reféns no Porto Santo. Não se pode consentir em correr esse risco.

publicado às 18:40

Messianismos propagados com fel

por João Pinto Bastos, em 30.09.13

Parece que, em alguns meios da opinião publicada, Rui Rio foi erigido, repentinamente, como o novo messias da política portuguesa. Lamento desapontar-vos, mas Rui Rio, por enquanto, terá, forçosamente, de ficar recluído à espera de que piores dias venham. Sim, é certo que o PSD perdeu espaço político, ao deixar escapar de forma clamorosa algumas das principais edilidades do país, sem esquecer a verdadeira débâcle eleitoral sofrida na região do soba Jardim. Sim, é certo, também, que a partidocracia nacional sofreu um forte abalo, que não se limitou, note-se, ao PSD de Passos. Contudo, fazer destes resultados uma espécie de clamor subterrâneo pela ascensão política de Rui Rio ao leme da nação, cheira demasiado a bafio, a um bafio que eu julgava já extinto. A culpa não é, certamente, de Rui Rio, aliás, o ainda presidente da Câmara Municipal do Porto tem estado, diga-se a abono da verdade, bastante silente, porém, há certos papagaios regimentais que não aguentam, por mais que a realidade lhes dite o contrário, a legitimidade das urnas. Que Deus lhes perdoe as manigâncias. Entretanto, eppur si muove,  o CDS, brilhantemente guiado por Paulo Portas, obteve um excelente score eleitoral, tendo em conta que, antes destas eleições, o partido era o parente pobre do poder local. Os centristas conquistaram 5 câmaras, ganhando, com isso, um alargamento da sua influência política nos municípios portugueses. O PS de Seguro, que Manuel Alegre, num acesso de "a mim ninguém me cala", qualificou como o grande vencedor da noite, foi, na verdade, um vencedor muito frouxo, aliás, frouxíssimo, o que, em bom rigor, é plenamente explicado pela perda de fôlego verificada nos últimos tramos da corrida às principais praças eleitorais. Quanto ao Bloco, comprovou-se, se dúvidas existissem, que, hoje em dia, o partido do caviar e do ipad para menininhos rebeldes, é uma inexistência política, que só sobrevive graças aos merdiocratas frequentadores das noitadas do Bairro Alto. Já o Partido Comunista, cujos resultados foram, infelizmente, demasiado risonhos, pode agradecer ao seu tão odiado Deus tamanha dádiva, pois, aqueles 7 a 8% de portugueses desguarnecidos de inteligência voltaram a dar, sabe-se lá como, ao partido da foice, do martelo, e do genocídio apoiado fora de portas, o comando de alguns centros urbanos de relativa importância. Os resultados eleitorais, analisados à primeira vista, oferecem, vistas bem as coisas, uma catadupa de leituras, mas o que importa relevar é que os portugueses, com algumas reticências pelo meio, manifestaram um profundo desagrado face à partidocracia reinante. Para bom entendedor meia palavra basta. O que sairá daqui só o futuro o dirá. 

publicado às 02:40

Selvagens e Silva

por Nuno Castelo-Branco, em 16.07.13

Não é necessário tomarmos um alka-selzer sempre que ouvirmos falar de Cavaco Silva. Esta visita de soberania às Selvagens é necessária e mais compreensível que qualquer uma das grotescas intrigalhadas em que os habitantes de Belém, sejam lá eles quem forem, habitualmente se envolvem. Alguns patetas que longamente peroram em S. Bento, deste caso tenham então o pleno conhecimento.

publicado às 09:45

Os matreiros e os tresloucados

por João Quaresma, em 20.03.13

No início dos anos 20, um aristocrata alemão propôs-se instalar um sanatório na Madeira que, além dos seus atractivos terapêuticos, contava com uma magnífica vista sobre o Funchal. Um projecto que foi muito bem visto pois traria turistas endinheirados à capital madeirense. No entanto, e antes de dar a sua aprovação, o governador do Funchal resolveu sondar a opinião de Lisboa pois desconfiou que os ingleses pudessem não gostar de ver alemães na Madeira. O que de facto era verdade: o embaixador britânico logo disse ao Governo ser absolutamente contra, pois era evidente que o verdadeiro interesse do sanatório era vigiar a presença de navios de guerra britânicos que escalassem a ilha e justificar a presença de cidadãos alemães. Os alemães sabiam muito mas os ingleses também não eram ingénuos. E, como naquele tempo o embaixador de Sua Majestade mandava e o Governo Português não tinha outro remédio que não obedecer, o sanatório não foi autorizado.

Isto a propósito do excelente post do Nuno Castelo-Branco, sobre o qual faço dois comentários.

 

Primeiro, e numa altura em que já se fala na possível implantação de uma base naval russa em Chipre, espero que por fim os crédulos na intrínseca bondade do investimento estrangeiro, qualquer que ele seja, aprendam que o dinheiro tem pátria, que os investimentos não se explicam apenas por interesse empresarial e que são assuntos que envolvem Política Internacional e Geopolitica, e não apenas Economia. E que finalmente percebam qual o verdadeiro interesse da Rússia na compra dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, apesar do estado caótico em que a empresa se encontra. A indústria naval russa não precisa de Viana do Castelo para nada (embora não diga que não ao seu portefólio de projectos e à tecnologia); mas tem sido um objectivo de sempre de Moscovo obter pontos de apoio à Marinha Russa em mares quentes, para obter a liberdade de acção que a geografia russa não permite. Um estaleiro competente na costa atlântica seria sem dúvida um trunfo importante, sobretudo quando a Marinha Russa adquire navios com vocação expedicionária e para manter uma presença naval longe das suas costas.

Antes de embarcar em vendas precipitadas a estrangeiros, é preciso que quem decide trate de se informar devidamente sobre a situação, nomeadamente junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Defesa, para compreender todas as implicações que um investimento estrangeiro envolve, de forma a não meter o país em grandes problemas. Já basta terem entregue a electricidade portuguesa ao Partido Comunista Chinês.

 

Segundo, não houve dúvida por parte dos comentadores em geral em qualificar a proposta de confiscar parte dos depósitos nos bancos cipriotas como qualquer coisa de tresloucado. E com razão, porque de facto era algo de irresponsável e tresloucado. Mas que dizer, no actual quadro estratégico (no Mediterrâneo e Norte de África em particular), da intenção do Governo de cortar em um terço as capacidades das Forças Armadas, já de si bastante abaixo das necessidades de um país como Portugal? Também temos direito às nossas medidas tresloucadas, não é?

publicado às 01:36

Jardim e a eutanásia do país

por John Wolf, em 19.02.13

 

Se Portugal "atravessa um suicídio nacional", Alberto João Jardim deve ser tido como um dos responsáveis pela eutanásia do país.

publicado às 10:09

A coisa anda feia para as bandas do PSD...

por Pedro Quartin Graça, em 23.03.12

publicado às 07:06

Chantagem vergonhosa

por Pedro Quartin Graça, em 19.01.12

O título deste post não é nosso mas sim da autoria do dirigente do PSD-Madeira e figura muito próxima de Alberto João Jardim, Luis Filipe Malheiro, autor do blog Ultraperiferias.

Escreve LFM: "O acordo entre a Região e a República está travado por uma intolerável e vergonhosa chantagem que nada tem a ver com dinheiro - repito, nada tem a ver com dinheiro - mas que revela bem o carácter de alguns indivíduos do governo de coligação (sector político, não o Ministério das Finanças). Trata-se de uma chantagem asquerosa que demonstra a intenção de humilhar a Madeira, de prejudicar os madeirenses e de atacar Alberto João Jardim por parte de pessoas que confundem partido com relações institucionais, que misturam desejos de ajustes de contas com 260 mil cidadãos, que não têm um mínimo de dignidade e que não observam regras éticas nenhumas. Insisto, ressalvo que o Ministério das Finanças, em princípio - e espantar-me-ia que estivesse enganado - nada tem a ver com esta vergonhosa chantagem. Aos que acham que ando a especular, muito bem, fiquem com esta "mentira"..."

Cremos que está tudo dito. No fundo falamos exactamente dos mesmos. É tal ausência de ética.

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publicado às 08:49

OVNI na Madeira

por Pedro Quartin Graça, em 07.01.12

Um OVNI - Objecto Voador Não Identificado, com um formato até agora pouco conhecido, foi avistado e filmado no início deste ano, no dia 1 de Janeiro, na ilha da Madeira por um português. Vídeo originalmente publicado aqui.

publicado às 13:27

No que diz respeito à representação política, ainda que do debate que opunha os defensores do mandato livre aos do mandato imperativo tenham os primeiros saído vencedores, importa ressalvar que com a organização de grandes aparelhos partidários ocorreu o fenómeno da frequente imposição de uma restritiva disciplina de voto aos representantes eleitos, sendo a essência do mandato livre subvertida. Na prática, um deputado eleito através de um partido recebe o mandato não dos eleitores mas do partido, que pode punir o representante através da revogação desse mandato quando este ignore a disciplina partidária, que se torna, na verdade, um substituto do mandato imperativo do eleitorado. Por isto, não me choca a decisão de hoje da Assembleia Regional da Madeira. Apenas subscrevo o Miguel Noronha: "Espero que, em consonância, se proceda à dispensa dos 39 deputados excedentários." O erário público agradece. O contrário é que é simplesmente imoral e inaceitável.

publicado às 21:52

Só uma ideia

por Ana Firmo Ferreira, em 15.11.11

 

"O presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, vai abordar hoje com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, as condições do plano de resgate financeiro num montante superior a seis mil milhões de euros."

 

Não lhes podemos dar só a indepêndencia? Ou vamos ter mais do mesmo? - os Portugueses a apararem os golpes deste ser.

publicado às 11:24

Excelente resultado do CDS na Madeira

por Samuel de Paiva Pires, em 09.10.11

A acrescentar às notas do Nuno e do Pedro - que desde já felicito pelo resultado do MPT que lhe permite eleger um deputado - permitam-me salientar aquele que me parece ser um dos factos da noite: a meteórica subida do CDS e o consequente desaire estrondoso do PS. Está de parabéns José Manuel Rodrigues pela excelente campanha realizada, pelos resultados alcançados e, em particular, pelo claro sinal de mudança que o CDS dá na Madeira, apresentando-se cada vez mais como a alternativa viável ao despotismo clientelar jardinista. 

publicado às 22:29


O Presidente do MPT - Partido da Terra, Pedro Quartin Graça, afirmou hoje, comentando os resultados eleitorais para a Assembleia Legislativa da Madeira, que a eleição de um deputado do MPT foi uma clara demonstração do crescente apoio popular dos madeirenses ao seu Partido e ao trabalho sério desenvolvido ao longo dos últimos anos pela estrutura regional e felicitou o Presidente do MPT - Madeira, agora eleito deputado, João Isidoro, bem como a sua equipa, pela eleição vitoriosa.
Pedro Quartin Graça afirmou ainda que este resultado culmina um conjunto de eleições que, ao longo do seu mandato de três anos como Presidente da Comissão Política Nacional, tiveram lugar e no qual obteve os melhores resultados de sempre na história do Partido da Terra, facto de que se sente orgulhoso e que deve motivar sobremaneira os militantes do MPT no futuro.
O Presidente do MPT felicitou ainda o reeleito Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, pela vitória do PSD-Madeira nestas eleições.
_______________________________________________
Adenda - No MPT ninguém, a começar pelo seu Presidente, está "agarrado" ao lugar. Na Madeira assim é também. Apesar do resultado, o mesmo não foi suficiente para impedir João Isidoro de cumprir o que havia dito antes das eleições. João Isidoro era um homem decepcionado com este resultado e anunciou a renúncia ao seu mandato de deputado na Assembleia Legislativa da Madeira e cedeu o seu lugar ao ‘vice’ Roberto Vieira. 

“O meu lugar na Assembleia será ocupado de forma rotativa pelas pessoas que estão a seguir de mim na lista.”

Isidoro aponta o surgimento de “dois novos partidos” como a principal razão da não concretização do objectivo definido. 
Incerta é também a permanência de Isidoro à frente do MPT-Madeira. “Tomarei uma decisão final até ao final do mês, mas quero, desde já, deixar muito claro que não estou agarrado a rigorosamente nada, mas ainda acredito neste projecto.”

O ainda líder regional do MPT-Madeira sublinhou que, apesar da sua renúncia, continua disponível para o partido.
A sua renúncia, explicou João Isidoro, tem como objectivo “dar oportunidade a que outras pessoas da lista possam continuar no Parlamento a fazer esse trabalho.”

João Isidoro sublinhou ainda que “não está agarrado a nada”, nem tão pouco está na “política por dinheiro ou pela conta do banco. Estive sempre por convicções e por projectos para ajudar. Se continuar é por voluntariado”. 

publicado às 22:17

1 - 1 = Zero tias red-chiques

por Nuno Castelo-Branco, em 09.10.11

Aqui estão os dados mais relevantes da noite eleitoral:

 

1. Já devem estar a preparar-se para fazer um "tianato" lá para as bandas do PS que é coisa mais segura. Zero deputados, eis o resultado da fanfarronice das tias red-chiques da Madeira. Há que repetir a proeza do dia: zero deputados, zero devoristas de Beluga, ao contrário dos gatos, cães, periquitos, coelhos, vacas, cabritos monteses, ratos e lagartos que já têm um representante que em boa hora, dará voz ao PAN. Esperamos que um dia também os tenhamos em S. Bento, talvez em conjunto com o MPT, outro dos eleitos.

 

2. O esfusiante resultado da "vanguarda dos trabalhadores em luta": a "CDU" cai do terceiro para o quinto lugar das forças políticas locais. Uma grande vitória de "resistência elástica", à maneira de uma campanha da Rússia. O discurso do chefe-Jerónimo é o do costume, decalcado daquele que "o defunto" fez na famosa, ansiosamente esperada e inesquecível madrugada de 25 para 26 de Abril de 1975.

 

3. As imperdíveis galinhices da tia Maria João Avilez, mais uma que hoje em dia deve "achar ser de esquerda". A mais que balzaquiana - já imita o nhé-nhé-nhé tom de voz do amigo M. Soares -, está positivamente furiosa e transpira despeito pelos sovacos. A RTP no seu melhor.

 

Nada mais de relevante há a dizer. Acabou o Carnaval.

publicado às 21:40






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