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No Malomil

por Samuel de Paiva Pires, em 19.01.14

A cultura de direita em Portugal:

 

"Contudo, esse «vencidismo» já se começa a projectar em alguns jovens intelectuais de direita que, sendo novos, envelheceram rápida e interiormente, devido a Portugal, o «da vidinha» de O’Neill,  o Portugal «questão que tenho comigo mesmo». São muito mais cosmopolitas do que a geração precedente (já nem encomendam livros na Amazon, lêem-nos directamente no Kindle), falam e escrevem à vontade em inglês, a língua franca universal, têm redes de sociabilidades à escala mundial, tiveram experiências de estudo mais ou menos prolongadas na Europa «civilizada» ou nos Estados Unidos. Mas, à semelhança de todos os intelectuais do passado, é uma fatalidade serem incapazes de se libertarem de Portugal, feira cabisbaixa, mesmo quando se fixam no estrangeiro. Assim, como o horizonte que olham é sempre o da pátria, pátria onde não se revêem mas de que não escapam, o seu destino será idêntico, ou pior, do que o da geração precedente. É que esta última ainda tinha empregos seguros no Estado e, agora, pensões de reforma, talvez não tão seguras. Agora, a pulsão da raiva geracional será muito forte. Portanto, é provável que estes jovens tenham a mesma sorte de um Miguel Esteves Cardoso ou de um Paulo Portas. Na melhor das hipóteses, vão acabar a escrever colunas em jornais ou irão tornar-se ministros de Estado. Entre um e outro destino, não sabemos qual será o melhor – ou o pior."

 

publicado às 12:00

Um desabafo

por João Pinto Bastos, em 05.02.13

Uma das grandes parvoíces da cultura contemporânea - tenho algumas dificuldades em tratar por cultura aquilo que é, na verdade, incultura, mas prossigamos - reside numa ideia que, a mim, causa tremuras excessivas: falo, pois, do desejo que as pretensas elites culturais (um termo que é todo um programa) manifestam a miúdo de chocar os públicos ignorantes (públicos, outro termo que é todo um programa). Hoje, nos meios culturais, originalidade e criatividade, termos outrora sãos e puros, rimam com obscenidade e despudor. Dito de outro modo, na acepção desta gente chocar e criar pressupõem inevitavelmente a ausência de gosto. Já não se cura de ligar a imaginação ao Belo. As amarras da "cadeia opressora" da Beleza pertencem ao pretérito perfeito. Só isso explica as monstruosidades inauditas que passam por obras de arte para muitos dos críticos que ganham e lucram com o métier. Querem um bom exemplo? Vejam isto:

 

Stewart Home

 

P.S.: Cheguei a este senhor por intermédio do António Araújo. Por vezes, a dissecação destas mediocridades ensina-nos que a barbaridade é um dos sub-produtos da cultura pós-moderninha. A barbaria já chegou. Mais: está bem incrustada no cerne da nossa pseudo-cultura.

publicado às 20:01





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