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Proponho a nomeação da mascote oficial anti-troika. Não se trata de um boneco inanimado à laia do Gil. O candidato a porta-estandarte da resistência nacional está vivinho da silva e anda em digressão a dar o exemplo de liberdade. A representação simbólica ou literária, à Italo Calvino ou Hans Christian Andersen, não necessita de ser resgatada. Portugal tem o seu próprio boi que anda a monte sem que lhe consigam deitar a corda aos cornos. Portugal deve aproveitar a alegoria animal e deixar a besta continuar a sua senda que emana esperança a tantos correlegionários accorentados pelas políticas impostas pelo matadouro financeiro e político. Este é o verdadeiro símbolo de resistência nacional em forma de nacos de carne e rabos de boi. Deixem a rés brava dizer de sua justiça nos termos de uma sã vagabundagem. O minotauro deveria permanecer como um chocalho nos nossos ouvidos, desde a sua criação por Ovídio. A história mais épica se torna com a queda do seu irmão - o sacríficio do animal pelo talhante Teseu (o Espertalhão não estava predestinado a ser grande) empresta ainda mais heroísmo ao espírito combativo do Marreta. Todos aqueles deuses que reclamam o estatuto de vingadores da troika são uma pálida imagem do fulgor endiabrado do touro. O que este cornudo faz pela nação é muito mais do que a oposição conseguiu fazer levando à rua centenas de milhar de indignados. Este quadrúpede bate aos pontos todos os ideólogos de esquerda ou direita. O animal tem dois cornos perfeitos - para as extremas partidárias que não conduzem a nada, e ainda uma testa larga para marrar contra centralidades gastas. Na minha opinião, Barcelos já deu o que tinha a dar. Chegou a hora de um boi pouco manso. E não faz mal que seja de raça Galega. Portugal também nasceu a partir daqueles territórios.