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Venho por este meio pedir ajuda a todos os leitores, no sentido de encontrar uma obra que já procurei em todo o lado. O manual tem o seguinte título; "Os limites do comportamento do Presidente da República Portuguesa". Consta que se trata de uma edição de autor. Um tomo raríssimo. Um volume que tem servido para delimitar o âmbito de desempenho do chefe de Estado. Ando há pelo menos dois anos a ver se lhe deito as mãos. As línguas de escárnio e maldizer dizem que no seu interior não há nada escrito porque o autor quis ser coerente com o seu desempenho político quotidiano. Estaremos na presença daqueles casos em que o escritor e o homem não se distinguem? Sei que há autores com esse perfil. Vem-me à memória um velho amigo do Presidente, de seu nome José Saramago. Mas adiante. Sei que provavelmente não terei sorte na busca dessa sagrada escritura, mas mesmo me sentindo cabisbaixo, não me dou por vencido. Assim sendo, limito-me a afirmar o seguinte; A Presidência da República não pode obedecer a entidades abstractas inventadas para sacudir a água do capote. Um Presidente de República tem de ter audácia para a ruptura e para reescrever o próprio conceito que justifica a sua existência. Decididamente, Cavaco Silva não tem estatura intelectual para, à luz da presente crise política e económica, ensaiar um novo modelo de intervencionismo. Não é necessário dispôr de um sistema Presidencial para reinterpretar o papel que um chefe de Estado deve desenrolar. Se o conceito de reforma parece estar a contagiar todas as dimensões de administração, a própria missão presidencial deve ser revista. Não sei o que pretende Cavaco Silva, ao não sair da toca de Belém, mas esta história dos cânones do magistério presidencial é muito fraquinha. O Cavaco quer armar-se em intocável, mas Portugal é um país Europeu e não obedece a um sistema de castas. Cavaco Silva quer apresentar um álibi para se eximir de responsabilidades, como se não estivesse presente na cena-de-crime-de-lesa-a-pátria. Como se não fosse Presidente. Não fosse Presidente.