Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



País de recursos infinitos

por John Wolf, em 07.06.24

360_F_288479793_wTA9w3OQwJWuOIeHDuSY1MVjasKIhO3T.j

O adjectivo feminino "efectiva" tem valor relativo em Portugal. Existe um nome masculino na Lusitânia que o afecta — refiro-me ao "recurso". Ou seja, as prisões efectivas de Manuel Pinho e Ricardo Espírito Santo não são uma certeza. Não são uma certeza judicial nem uma certeza linguística. Assistimos repetidamente, logo ali, à boca da barra do tribunal, no desenlace do transitado em julgado, a um espectáculo de ameaça jurídica, de declaração taxativa da parte dos advogados de defesa, de que os recursos seguirão dentros de momentos. Escutamos algo que soa a viatura híbrida — o cruzamento entre a amnistia instantânea e o indulto na hora. Quando todos referem que o sistema judicial de Portugal deve ser revisto, cai o cravo e a bondade, o mesmo sentimento-tabu de  impossibilidade quando se sugere uma revisão constitucional. Quem sai a ganhar com as manobras congeminadas nas frestas e falhas dos códigos penais é o conceito de impunidade — a ideia de que a prática de crimes em Portugal não gera ansiedade existencial. Os criminosos sabem muito bem que existe uma teia de buracos por onde pode escorrer a culpa. E a culpa não morre solteira. A culpa junta-se a tantas outras num rebanho de falências. Não queremos sangue. Queremos justiça. Aqui e acolá, em Portugal ou nos Estados Unidos. Os legisladores e os juizes são responsáveis directos pela defesa da democracia onde a equidade e aplicação das leis devem nortear as decisões, mas onde a sentença inexpugnável deve também reinar. Tenho sempre a mesma dúvida que me atormenta o espírito — quem paga os serviços jurídicos prestados por tão mediáticos advogados? Será que são borlas e a coisa paga-se a si mesmo? Pensava  que os advogados estavam proibidos de fazer publicidade às suas sociedades. Nesse caso, teremos de implicar os media — a imprensa escrita, as televisões e em última instância, os senhores jornalistas que serão os geradores de dinâmicas de mercado. O preço a pagar é colectivo, mas alguém sai a ganhar com estas farsas judiciais. Deixemo-nos de ilusões. O timing é perfeito, a um dia das 24 horas de reflexão a que estamos obrigados por causa das europeias. Nada será como dantes. Será como sempre foi. Um pais de recursos infinitos.

publicado às 17:15

Quando ouvir de nada serve

por John Wolf, em 30.04.18

12344047151156616159bionet_human_ear.svg.hi.png

 

Já estamos habituados. Ouve-se muito em Portugal. Escutam-se uns. Filmam-se outros. Criam-se comissões. Fazem-se perguntas. Mas os resultados são fracos. Não interessa de que bancada parlamentar se fala. Não importa qual o partido político em causa. A soma final é igual a zero. Zero à Esquerda e Zero à Direita. E assim, sem grande sobressalto, escutaremos Manuel Pinho, como tantos outros que já falaram e ofereceram a sua versão corroborrada pelo bom nome e a verdade única que certamente sai pela boca fora. O cidadão português, visado mais do que os outros pela falência ética dos governantes, já se deveria ter indignado de um modo transversal e arrepiante. Refiro-me à podridão sistémica que contamina há décadas a realidade política nacional. Os parlamentares já não podem invocar imunidade seja de que espécie for. Estão comprometidos, mesmo que em conluio abstinente, mesmo que o assunto em causa nada tenha a ver directamente com a sua bancada. A casa da representatividade legislativa, de onde emanam as lideranças, deveria demitir-se em bloco. O mês de Abril, que serve para evocar lirismos e sentimentos de fraternidade, não passa de uma farsa. Há muito que o espírito e corpo da Democracia são postos em causa pelo vil desempenho de lideres no governo ou pela oposição. Assistimos a um festival sem fim de corrupção e transgressões. Confirmamos a associação insidiosa de toda a classe política que não ousa sair à rua em causa própria. Amanhã é feriado. Dia do trabalhador e de uma mão cheia de ladrões.

publicado às 17:50

 

Falando sobre os corninhos de Manuel Pinho, o Professor Armando Marques Guedes revelou ter ficado surpreendido por não ter aparecido um grupo de apoio a Manuel Pinho, visto que pior do que o gesto deste, foi um dia o deputado do PCP, Bernardino Soares, ter afirmado em plena Assembleia da República que a Coreia do Norte é uma democracia.

publicado às 13:11

O primeiro-ministro e o ministro da saúde da rep. Checa

por Nuno Castelo-Branco, em 04.07.09

 E falamos nós de uns inofensivos gestos...

publicado às 21:53

Fraca cornadura

por Nuno Castelo-Branco, em 03.07.09

 

Assim, teria sido mais divertido!

 

 

Inesperadamente e pela primeira vez, o eng. Sócrates deu uma cabal e pública prova de fraqueza, correndo atrás das patéticas exigências de uma indignada oposição. A dois meses e meio de eleições, a demissão deste ministro não passaria de um fait-divers, se tal tivesse acontecido por vontade do chefe do governo, ou por uma daquelas habituais e súbitas "indisposições" que em certos casos forçam à resignação.

 

Sócrates fraquejou. Num Parlamento onde se grasnam todo o tipo de parvoíces e a falta de decência, compostura ou elementar civilidade campeiam, um simples gesto provocou uma tempestade. Todos já terão decerto reparado que desde o ingresso de um certo grupo marginal, o Parlamento assistiu a um tremendo rebaixamento do nível dos discursos, interpelações ou relacionamento inter-bancadas. É o que se sabe e dizia no post de ontem

publicado às 11:30

Relembrar os feitos

por João Pedro, em 02.07.09

Na despedida de Manuel Pinho, esse grande ex-estadista, a homenagem possível (também extensível ao grande obreiro Mário Lino). Com o patrocínio de S. Exª o Presidente da República Bolivariana da Venezuela.

 

publicado às 23:48

Porqué no te callas?

por Samuel de Paiva Pires, em 07.04.09

 

(imagem picada daqui)

 

Ou então é demitir-se. Pinho e todos os outros que esquecem que deveriam servir o país e o povo, que nunca souberam o que é o sentido de estado, de causa pública, de serviço público. Faltam-nos homens desses pois. Ainda os haverá? Não era mal pensado um voluntariar-se para a pasta da Economia:

 

Manuel Pinho, garantiu esta terça-feira que «gostava muito de não ser ministro da Economia num país com tantas dificuldades, mas a vida é assim».

publicado às 21:48






Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas