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Manuel Pizarro e Manuel Correia Fernandes invocam a Ética (e os bons costumes socialistas) para devolver os pelouros à Câmara Municipal do Porto. Que se lixe a missão a que se tinham proposto, respectivamente a Habitação e a Acção Social. Ou seja, são imperativos de ordem ideológica que se atravessam no caminho das causas públicas que supostamente mexem com a vida de meros cidadãos. Deveria ser proibido abandonar o barco a meio da travessia da ribeira. Os políticos que alvitram pelouros como quem muda de camisa fazem parte do mesmo rol de titulares de cargos que trazem descrédito à disciplina de governação. E mais. Não seria de todo incoerente que os Manéis permanecessem na mesma liga do adversário. O que é afinal a Geringonça? Esse aparelho é um esquema pleno de contradições partidárias. Ou seja, o que se passa no Porto, à luz de uma extrapolação maior, representa o fim da ideia de geringonça. Qualquer dia os socialistas são obrigados a coabitar com famílias políticas mais distantes, em nome da representatividade democrática, e o que farão? Deixarão cair a lâmina farta de uma guilhotina de miudezas e rancores. Ana Catarina Mendes, sem o desejar, ou talvez não, assina um inside job - faz germinar o embrião da dissenssão. Primeiro com os estranhos, mas mais tarde dentro de portas, quando nascer um neo-Seguro capaz de trautear uma nova cantiga mais próxima da desregulação política a que estamos a assistir por esse mundo fora. Penso em Macron, não como a solução, mas enquanto elo de uma corrente desligada de falsas promessas eleitoriais e ainda piores desempenhos efectivos. Custa-me assistir a provincianismos de terceira categoria proferidos por lideres de segunda estirpe.