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Não vale a pena dizer seja o que for acerca deste inacreditável assunto, pelo menos no que se refere à questão do ghetto que a CML populista e ansiosamente quer criar no centro da capital. É isso mesmo, cedendo radicalmente ao populismo parece bem, trata-se de um futuro ghetto, à semelhança daquilo que se vê noutras localidades da Europa. Dentro de anos veremos o belo resultado de tudo isto, espero equivocar-me e no caso bastante improvável de tudo correr bem, então nada me custará "dar a mão à palmatória". Não consigo ser suficientemente pretensioso e arrogante para superioridades faz de conta e não sou pago para isso.
Passando sobre este assunto desagradável e que acicata desvairadas reacções por parte de desvairadas gentes, parece-me uma desfaçatez imperdoável a alegação populisto-salgalhada-medinesca da questão pecuniária pretensamente exagerada, quando sabemos muito bem o que os interesses pertencentes a certa gente estão a fazer em toda a Baixa, transformando-a numa espécie de "parque temático" reservado ao turismo. Gabarolices de lado como a que ontem tive de ver no Espaços & Casas num canal televisivo qualquer, a verdade é que ainda ousam fazer gala do vertiginoso aumento dos preços em alta não apenas na venda de imóveis em Lisboa, como no arrendamento. A Alfama já foi praticamente evacuada, a Madragoa vai pelo mesmo caminho e ainda resta a Mouraria ou o Bairro Alto.
Uns estafermos, para não lhes chamar algo que macule a hipotética honorabilidade das progenitoras.
* Desde já participo nem sequer tencionar em perder tempo a deslocar-me à secção de voto nas próximas autárquicas. Tirando o patético e chupista absurdo belenense, sempre votei em todas as eleições, fossem elas parlamentares ou para as autarquias.
Não tenho a menor confiança nos já anunciados intérpretes de gente e apenas suspiro por Ribeiro Telles não ter hoje uns sessenta anos.
Mais uma sujeira urbana da dupla Costa & Salgado. O PC vota contra com argumentos ventosamente imbecis e sem um balbuciar acerca do património arquitectónico do século XIX/XX. Quanto aos saloios patrioteiros PPD e CDS, enfim, farelo, farelo, o habitual colaboracionismo asqueroso.
Ainda há poucas semanas, Paris chumbou a construção de uma demencial construção cónica no centro da cidade, obedecendo ao interesse da preservação patrimonial e à vontade dos habitantes da capital francesa.
Com a assinatura "sim" de mais este inevitável Salgado, Manuel, inacreditável e hipoteticamente arquitecto, Lisboa continua a assistir à concessão de cada vez mais espaços para o terciário, precisamente numa zona onde abundam edifícios de escritórios completamente vazios: dois dos anos 80/90 na Rua Sousa Martins, o gigantesco mamarracho anos 90 ex-CTT na R. do Conde Redondo, o mamarracho da viragem séc. XX/XXI ex-Nokia nas imediações da SPA (Duque de Loulé), outro mono novo - tem meia dúzia de anos - e desde sempre vazio na Praça José Fontana, etc, etc. Se isto não é incompetência, ganância, corrupção e banditismo, não sei o que possa chamar-lhe. Se não é, parece.
Rua das Pretas, Lisboa, 22 de Setembro de 2014, pelas 15.00H
António Costa diz a António José Seguro:
"Quero levar a experiência do que fiz em Lisboa e ampliá-la ao resto do País"
Acreditamos piamente nesta ameaça.
Há 115 anos, a "vereação republicana" da Câmara Municipal de Lisboa proclamou exactamente a mesmíssima coisa. Conhecemos o resultado: o prometido foi dolorosamente cumprido, com os resultados que todos conhecemos.
Aproveitando a época revivalista com uma paródia relapsa e contumaz, o Sr. Marinho e Pinto - é Marinho ou MÁrinho como a SIC insiste em dizer? - anuncia a fundação da sua coisa para o próximo dia do felizmente abolido coiso de Outubro. Para cúmulo, a coisa terá o mesmíssimo nome do coiso do Afonso Costa, ou seja, Partido Democrático Republicano. Está-se mesmo a ver a coisa.
...somam e seguem.
"Também nos preocupa constatar que algumas das destruições de azulejos acima referidas (a negrito) foram legais porque as demolições de fachadas receberam aprovação do Pelouro do Urbanismo, «por despacho do Vereador Manuel Salgado» conforme se podia ler nos locais das obras."
Nada de fiscais, pesadas penalizações ou embargos de obra, claro. "Paciência, foi-se, agora já nada podemos fazer".
Aparentemente indignada pela criminosa possibilidade do desaparecimento destas fachadas, contudo não se rala minimamente em manter fechadas as janelas de todos estes edifícios. Pelo contrário, miraculosamente vão sendo escancaradas de forma paulatina e muitíssimo evidente. Porque será, Sr. Cushman e Dª Wakefield? Ainda por cima Vossas Excelências já foram avisadas bastas vezes, a partir deste blog e/ou do Forum Cidadania LX. Rica imagem para uma imobiliária, não haja dúvida. Bem podem estabelecer avenças com empresas de demolições e uma joint-venture com a empresa-vereação do urbanismo olissiponense.
“O projecto chegou a ser aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa e a ter licença. Mas ela caducou, antes de se efectivar a venda. A maioria dos candidatos à compra pretende manter as fachadas. Até porque, no caso do edifício da Duque de Loulé [demolir a fachada] seria criminoso” disse ao Corvo fonte da Cushman & Wakefield."
É, como dizia o outro, "deves"...
É esta a Lisboa de Costa, o tal que quer a sua pouco urbana e demasiadamente salgada "exemplar gestão", transplantada para o resto do país. Enfim, uma ameaça que segue aquela outra da famosa vereação republicana dos finais da Monarquia, garantindo que república costista imposta, logo Portugal inteiro beneficiaria das delícias da émula e boa gestão camarária verde-tinto.
Viu-se, vê-se, ver-se-á (?)
Se há coisa que esta gente não tem, é imaginação. O Sr. Soares costuma papaguear as sangrentas ameaças do Guerra Junqueiro, agora Costa rumina sandices conhecidas urbi et orbi.
"Um dos cinemas mais antigos de Lisboa, o devoluto Odeon perto da Avenida da Liberdade, vai ser demolido dentro das próximas semanas para dar lugar a mais um centro comercial. Por tratar-se de um exemplo único da arquitectura Art Deco, há quem tente salvá-lo através do protesto numa petição. Se concorda que o teatro deve ser reabilitado, como foi o Le Louxor de Paris, por exemplo, em vez de vir a ser mais um centro comercial, poderá assinar a petição aqui": http://www.gopetition.com/petitions/petição-lisboa-precisa-do-cinema-odéon1.html
Há uns tempos questionávamos acerca do futuro destes três edifícios sitos na Av. Fontes Pereira de Melo.
Parece que há quem anda com as ideias do costume, as que as fotos mais abaixo mostram. Vamos lá a ver quem serão os patrocinadores dos projectados mamarrachos. E pensarmos que durante anos andaram a azucrinar-nos com a "monstruosa volumetria" do demolido Monumental...
Em escassos 500 metros, temos: o mamarracho Monumental, o mamarracho "Duque" (aquela rasquíssima coisa branca, no Saldanha), o mamarracho Atrium Saldanha, o mamarracho hotel em construção na mesma praça, o mamarracho Saldanha Residence, os dois mamarrachos Sheraton/Imaviz, o mamarracho PT, e pela avenida F. P. de Melo abaixo, horrores mamarrachados dos anos setenta e oitenta - sim, os da 2ª República/ Marcelo Caetano também contam - , culminando com o recente mamarracho Sana. Tudo isto sob o patrocínio da Câmara Municipal de Lisboa.
Coitados dos senhores Saldanha, Fontes Pereira de Melo e Sebastião José.
Entre omissões e esquecimentos, temos agora mais um daqueles casos capazes de levantar a má-língua dos blogistas, vizinhos da zona em questão e uns tantos interessados nos assuntos de apaga fogos.
O mais recente episódio que deixa um sabor salgado nestas andanças do imobiliário, respeita ao quartel de Bombeiros na Luz, Benfica. É a mais recente infraestrutura construída para os bombeiros de Lisboa e a Câmara Municipal aventa com "problemas de construção, infiltrações", etc. Pelo contrário, quem lá trabalha diz não ser necessária qualquer demolição, mas tão só algumas obras de remodelação. Existe um problema insolúvel - para os bombeiros - e é fácil percebermos porquê. O grupo Espírito Santo alegadamente quer alargar as suas actividades naquela zona, anexando o terreno onde se ergue o quartel dos bombeiros, contíguo ao seu hospital na Av.dos Lusíadas.
Manuel Salgado, o espirituoso vereador do urbanismo de Costa, santamente assinou a proposta.
Diz a Câmara que esse terreno irá a hasta pública. Estranha alegada hasta pública em que por mero alegado acaso de apelido, já surge um alegado vencedor.
Não se trata de incluir a questão na "subjectividade dos gostos", pois o local não se compadece com experiências ou "reinterpretações de espaços que o adequam à funcionalidade do momento".
Após a inauguração das remodelações efectuadas por Costa, o conjunto geral parece muito mais aceitável do que o previamente existente. Desapareceram as grades, o alcatrão, a lixeira a céu aberto e a rubra lataria que hoje infelizmente foi colocada na Alameda das Universidades. A Ribeira das Naus está melhor, sem dúvida. Numa conversa com turistas que por lá aproveitavam para aumentar a colecção de fotos, fiquei a saber por idioma forasteiro, aquilo que a maioria dos lisboetas conseguiu ver assim que pela primeira vez teve conhecimento do projecto:
- Esta relva serve para refrescar o ambiente e fixa os visitantes que dela se servem para se bronzearem sob o sol de Lisboa. Mas... porque razão construíram estas rampas? Colocavam a relva, mas evitavam destruir a perspectiva arquitectónica!"
É verdade. Qualquer um diria o mesmo e não valerá apenas puxarmos pelas rebuscadas razões que fundamentaram a decisão recorrendo à "memória histórica" das carreiras que durante séculos fizeram deslizar para o Tejo uma infindável quantidade de galeões e naus, navios de transporte, fragatas, bergatins e galés. As rampas são um disparate e desvalorizam o espaço. Aquelas que servem para justificar a maluquice, eram invisíveis acima do "nível térreo", não interferiam com a discreta e intemporal grandeza dos edifícios contíguos.
Muito bem fez a Câmara em interessar-se por uma zona há muito ameaçada por vários desastres, desde o incêndio e destruição da Sala do Risco, até à decadência do Terreiro do Paço transformado em parque de estacionamento - em boa hora liquidado por João Soares -, ruína do muro debruando a margem do rio, a construção de observatórios-mamarrachos U.E. nas imediações e sem esquecermos a ainda muito recente e disparatada retirada dos valiosos candeeiros que faziam parte da colecção de mobiliário urbano da cidade, hoje substituídos por ridículos postes imitando fósforos carbonizados.
O interesse por aquela zona deve coadunar-se com a sensatez quanto às decisões tomadas para a sua preservação. Quando falamos em preservação, isto pouco ou nada terá a ver com experiências que cabem na zona da Expo - "monumento" a Maria José Nogueira Pinto incluído -, mas não ali, na zona de aparato da reconstrução setecentista. Bem melhor teriam feito em previamente auscultar a opinião dos lisboetas, pois desde o Sua Magnificência o Senhor Doutor, até ao vendedor de cautelas, a opinião talvez fosse unânime. Recupere-se mas não se estrague ou invente.
Adenda: como aqui já foi dito algumas vezs, teria sido mais simples o aproveitamento da doca e a construção de molhes onde estivesse em exposição permanente a fragata D. Fernando II e Glória e ocasionalmente, a caravela Bartolomeu Dias e os navios-escola Sagres e Croiula. Mas não, preferem sempre mexer onde não devem.
O bota-fora de Costa acarreta algumas vantagens, uma das quais será um mitigar das suas malfeitorias no Concelho de Lisboa. Talvez a febre demolicionista esmoreça, mas para isso urge também alijar o senhor do Urbanismo, o tal primo do reconhecido apelido Salgado que nos últimos dias tem feito as manchetes.
Aqui está um bom exemplo da destruição que a nefasta dupla Costa & Salgado têm perpetrado nesta Lisboa Arruinada. O anúncio da imobiliária reza este sugestivo apelo:
"Bonito Palacete de 1910, vende-se no centro de Campolide para renovação com projecto aprovado para 1 T5 Duplex e 3 T2,ideal para apartamentos de charme.
Venha conhecer este belo investimento no centro de Lisboa.
Área bruta por piso 185m2
Área Útil 136.5 por piso + sótão 50m2
Não deixe para amanhã, o que pode ser seu.
Consideram ser um bonito palacete de 1910 e logo depois, indicam a sua destruição. dD 1910 apenas existe uma mamarracha para impiedosamente demolir pedra por pedra. Sabem qual é, a do felizmente erradicado feriado.
No nosso país, muito se tem falado de capitalismo selvagem, exploração, especulação imobiliária e ccomo todos sabem, de um estranho "liberalismo" alicerçado em impostos, contribuições "voluntárias", de "solidariedade" e de "sustentabilidade", entre outras inovações que contradizem aquele conceito. Existe sempre uma possibilidade de tornear a lei e pior que isto, de esquecer a decência que o interesse geral deveria impor, sem qualquer interesse sendo os delíquios dos nossos donos rosas, laranjas, vermelhos ou azulados.
Iniciou-se aquilo que desde sempre foi pretendido. A demolição de um dos mais belos edifícios residenciais de Lisboa, situado a meio da Avenida Duque de Loulé.
Embora durante algum tempo tivesse sido manifestada a intenção de aproveitamento do mesmo para habitação de luxo,, talvez não seja ilegítimo pensarmos ter significado mais um dos recorrentes artifícios em que a Câmara Municipal de Lisboa se especializou, escondendo o verdadeiro projecto. Destelharam o prédio, escancararam as muitas dezenas de janelas e deixaram-no à mercê de dois invernos rigorosos. Por informação fidedigna, os interiores foram vandalizados, com buracos abertos de andar para andar, facilitando a infiltração de águas pluviais. Tornou-se assim inevitável a destruição do imóvel e bem depressa foi esquecido o original projecto de habitação, passando-se agora à fase de fachadização que parece ser a mais brilhante e exclusiva ideia da dupla Costa & Salgado. Ali se erguerá mais um hotel.
Não compreendo a razão pela qual existem empresas que se atrevem a ostentar os seus cartazes em edifícios cujo estado se assemelha a este. Janelas deliberadamente escancaradas ou partidas, aguardando um "imprevisto" incêndio ou as inundações que ditarão a destruição do mesmo. Péssima publicidade para as mediadores, disso não há a menor dúvida.
Querem algo acerca da Av. Duque de Loulé? Aqui está:
1. O horroroso imóvel pró- terciário, contíguo a um bonito edifício da viragem do século XIX/XX, também devoluto e à espera dos "bons ofícios" salgadistas, ou sejam aqueles que demolem. Quanto ao horrendo e pindérico edifício em questão, foi durante algum tempo paradeiro da Nokia. Está fechado há anos, sem haver qualquer perspectiva para remodelação ou ocupação do mesmo por ansiosos investidores, empreendedores e outros termos do jargão do nosso tempo.
Claro que a CML continua a passar alvarás para a construção de mais mamarrachos de escritórios e negócios. Limpinho e cristalino como uma garrafa de água mineral, não é? Só não percebe quem não quer.
2. Mais abaixo na mesma avenida, o lindo prédio cor de rosa, nesta zona conhecido por "prédio da Hermínia Silva". Durante anos esteve bem isolado das intempéries mas desde há uns meses… milagre!, eis uma data de janelas escancaradas, facilitando a rápida degradação do mesmo. Já antevejo o tristonho semblante da gente do urbanismo camarário, abanando as cabecinhas com o costumeiro "já nada há a fazer senão demolir". Um oportuno incêndio, a liquidação dos amplos interiores à mercê de enxurradas e toda aquela miríade de hipóteses a que nos habituámos, eis o seu destino.
A dupla Costa & Salgado "não tem" fiscais camarários para estas ninharias. Quanto à agência imobiliária, creio que devia proteger a sua imagem. Até o cartaz se encontra num estado deplorável, coincidente com a progressiva degradação do imóvel.
Já todos conhecemos o duvidosíssimo gosto do senhor Salgado do urbanismo. Prédios abaixo ou fachadizados, alvarás para a construção de horrendos mamarrachos em pleno centro da cidade e claro está, aquele perfume esquisito exalado pelas condutas de águas residuais que escoam dos negócios ostentados em grandes cartazes pelo fundo imobiliário a que familiarmente se reconhece o nome.
Dito isto, a luminosa criatura surgiu hoje nos ecrãs noticiosos, muito ancha pelo lindo espectáculo que aos lisboetas prepara no local onde outrora se contruíram caravelas, naus e outros navios de linha, fragatas canhoneiras e avisos que mostravam bandeira no Império e até, pasme-se cruzadores da antiga Armada Real. Varridas estas velhas glórias, o espaço foi entulhado e diante do Arsenal se ergueu um muro, há uns anos substituído por um gradeamento.
Foi com grande estardalhaço que a CML deu a conhecer o projecto de reabilitação da zona. Enfim, algo de positivo parecia miraculosamente sair daqueles gabinetes que em teoria gerem a cidade. Iam reabilitar a zona do Arsenal, dar a conhecer a durante algumas gerações desaparecida doca seca e ali criar um local de lazer.
Aqui está o resultado costista-salgadeiro. Um inominável desastre, um insulto a acrescentar ao desaparecimento dos velhos e belos candeeiros do Terreiro do Paço e aos degraus e placas ignominiosamente colocados na principal praça do país.
A Câmara Municipal de Lisboa destruiu a perspectiva arquitectónica do Arsenal da Marinha, colocando rampas cobertas de relva. Oxalá sirva este verdejante tapete para pastagem da vereação camarária que tal disparate concebeu.
Como aqui há muito chamámos a atenção, este é um dos mais belos edifícios residenciais da capital. O processo de renovação que não chegou a ser, tem-se revelado como algo de bastante estranho e próprio das tortuosas práticas que a Câmara Municipal de Lisboa vai permitindo. Situado na Duque de Loulé/Luciano Cordeiro, foi há cerca de dois anos completamente destelhado, também se escancarando janelas e portadas. Segundo informações colhidas no local, o projecto indicava a obrigatoriedade da manutenção de mais de 70% da compartimentação, exigência que decerto vai contra os interesses de certos fundos imobiliários e respectivas construtoras de serviço.
Estes dois últimos invernos de "secas e aquecimento global" têm sido inclementes e prodigalizaram caudalosos mananciais de água que já destruíram os pisos superiores, hoje sem recuperação possível. Ontem, domingo, retiraram um dos guindastes, o que parece indicar o abandono à completa ruína. Se isto não consiste num crime, não sabemos então o que será.
Experimente o nosso leitor derrubar uma parede interior do seu apartamento e verá como logo lhe batem à porta os fiscais camarários, obrigatoriamente de bloquinho de multas em riste e consequente embargo dos trabalhos. É claro que uma obra caseira é coisa muitíssimo mais perturbadora da legalidade e da preservação do património, sendo assim bastante expeditos os funcionários sob a tutela e ordens dos senhores António Costa e Manuel Salgado. Gostaríamos de saber qual o banco que está por detrás deste empreendimento alegadamente falido.
Bem sei, sou má-língua.
Conheço muito bem um destes apartamentos, aqui viveu um amigo de décadas, o Ico. Podem ir imaginando o que ali está, desde magníficas portas e portadas de excelente madeira, até aos salões com estuques admiráveis, soalho de tábua corrida, etc. Uma grandiosidade de outros tempos e passível de restauro.
Vai tudo abaixo, ficando a fachada. Beneficiários? Adivinhem... ou será preciso fazer um desenho? A foto é explícita e não me digam que na CML não existe um certo conflito de interesses.
Uma das situações mais estranhas nesta cidade a saque, consiste na obsessão pela construção de edifícios destinados ao terciário. Por regra substituem antigos prédios de habitação - nomeadamente aqueles construídos na viragem do séc. XIX-XX - e depois permanecem longos anos vazios, sem inquilinos. Por outro lado, muitos daqueles que durante anos serviram como sedes de empresas, subitamente ficam devolutos e fechados sine die, num estiolar evidente a qualquer transeunte.
A zona das Avenidas Novas - a Av. da Rep. incluída - , Duque de Loulé e perpendiculares, Avenida da Liberdade e anexas - entre outras zonas da capital -, possuem muitíssimas dezenas de prédios de escritórios completamente vazios, sem préstimo. Contudo, a CML teima, não se sabe qual a razão, em conceder alvarás de demolição de prédios de habitação e consequentes alvarás de construção para o terciário.
Nos Paços do Concelho, decerto ter-se-ão apercebido da iminência de Portugal se tornar num país cobiçado por todo o tipo de empresas internacionais, ansiosas por aqui definitivamente se estabelecerem. Os impostos são baixíssimos, não existem taxas, concedem-se benesses ao investimento estrangeiro, a justiça funciona, existe pleno emprego, é um país onde a inveja é coisa estranha, e mais importante que tudo isto, Portugal é o novo Kuwait, rebentando de petróleo que jorra pelas torneiras e de gás natural que sai pelos bueiros de todas as ruas. É assim mesmo, escritórios, precisam-se!
Para quem queira um investimento de estalo, aqui está um maravilhoso mamarracho situado diante da Embaixada da Rússia, ao Arco do Cego.
Se este blog se dedicar exclusivamente à postagem de fotos de edifícios de escritórios ao abandono, teremos serviço para um ano inteiro. Não procure mais, pois na sua rua decerto existe um.
Monos e negócios esquisitos.
Este mono vazio situa-se em plena Rua do Conde de Redondo. Até há uns dois anos e meio, aqui funcionaram os serviços do CTT. Ficou vazio e os trabalhadores foram transferidos para um imóvel "vey expensive indeed" que se ergue lá para as bandas da Expo. O negócio deu brado, pois pelo que se diz, este prédio devoluto continua a pagar a renda até ao fim do contrato estabelecido. Nem sequer valerá a pena voltarmos ao assunto da despesa do novo prédio onde se concentraram os serviços dos CTT.
Mais um entre dúzias e dúzias de outros. Só nesta zona compreendida entre o Sheraton e os Mártires da Pátria, existe uma indecente quantidade de prédios do terciário vazios. A CML continua a prodigalizar licenças de construção para este sector. O que tem acontecido aos edifícios destinados à habitação? A resposta é óbvia, mas se têm dúvidas, esclareçam-nas com a vereação do urbanismo. Se ainda mais dúvidas tiverem, consultem a lista de investidores, de fundos imobiliários/banca do regime. É tudo por "mero acaso do mercado", claro...
Na senda do "obra a obra Lisboa melhora", parece que a CML autorizou a demolição deste edifício existente na Luciano Cordeiro, substituindo-o por mais uma banalidade que dentro de década e meia fará o pleno da imagem da capital portuguesa. Resta-nos saber qual o prestimoso fundo de investimento imobiliário por detrás de mais este Mono-abuso.
Bem pode o cartaz camarário garantir estar aquela árvore com uma "doença terminal". A primeira foto data de há uma semana e as últimas, do cepo, são de ontem. Verificando o estado daquilo que ficou, não parece existir qualquer maleita.
O que se terá passado? Estaria a árvore a incomodar algum importante residente no prédio em frente? Apenas o Costa - ou/e o Salgado - poderá responder.
A inacreditável dupla Costa & Salgado, iniciou um vaudeville coligatorista com "unipessoais" estampados com nomes diversos. À acinzentada papagaia Dª Roseta dos silêncios e dos lugares de poleiro que comprometem, junta-se agora o Zé que nunca fez falta alguma. É precisamente o mesmo Zé que embargou o túnel e obrigou a CML a um enorme prejuízo material - que o culpado "cautelar" devia pagar -, além do espezinhar dos direitos dos utentes lisboetas.
Roseta e Zé, aqui estão dois "coligatórios" do abuso de confança, incompetência, destruição de património imobiliário e aliança com algumas esquisitas "placas de obra" de fachadismo que vemos por aí. Nesta lista de demolidores, até um representante de Sócrates marca presença. Quando o caro leitor passar pelas Avenidas Novas, Baixa, zona do Marquês, Av. da Liberdade, Fontes Pereira de Melo, zona da Duque de Loulé, Av. República e Almirante Reis, pense nesta gente e numa certa banca esverdeada. Em toda a Europa ocidental, isto apenas é possível na lusa pátria. Só visto!