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Até Adriano Moreira caiu no logro imorredouro do Estado Social. Tenho a maior estima e respeito pelo antigo ministro do Ultramar, mas, sustentar que a eliminação do Estado Social da Constituição corresponde à eliminação do alicerce que servirá de base à construção do futuro é, convenhamos, um tanto ou quanto temerário. Cada vez mais me convenço que Marcelo Caetano deve estar, no interior da sua tumba, a rir-se a bandeiras despregadas dos despropósitos que os nossos venerandos senadores vêm proferindo sobre uma construção cuja autoria deveu-se, em grande medida, à sua fecunda imaginação. Afinal de contas foi ele o criador do conceito de Estado Social em solo nacional. Uma espécie de Bismarck português mal amado. Mal imaginava ele, nos idos anos 60, que a sua obra mais marcante acabaria por ser abastardada pela democracia.