Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Bento XVI definiu a Fé como um Dom da Liberdade.
É uma das definições mais belas que li sobre a Fé. Bela pelo seu conteúdo, pela sua simplicidade , bela porque descomplica uma questão complexa. O seu autor marcou-me pela inteligência, pela cultura , pela timidez e pela sua dimensão intelectual de gigante.
Neste mês de Maio celebra-se Maria e ano após ano, eu pecador confesso, inundo os meus olhos, com as manifestações de fé que os peregrinos anónimos, vão revelando. Só quem lá tenha ido compreende o sentido de Fé que move aquelas almas.
Por a Fé ser um Dom da Liberdade, ninguém obriga ninguém a acreditar, mas também ninguém tem o direito de criticar a Fé de quem a tem.
Tristes os que não tendo Fé tentam cercear diminuir e ridicularizar os que a têm.
Gostaria um dia de ser tocado por essa Fé.
Vergo-me perante Maria na esperança de um dia poder sentir o seu coração de Mãe.
Samuel, reconhecendo a valia da reflexão do Mark Vernon, não deixo de sentir perplexidade com a abordagem quase utilitarista que tem da religião. A Fé não tem um propósito em si mesmo, no sentido em que não é proclamado que "o sujeito A deve ter Fé, para poder fazer uma melhor introspecção de si". Reconheço a valia do exercício, e admiro o exame de consciência e a noção das limitações que a proposta do texto potenciam. Mas não é um caminho de validação da religião: conferir-lhe uma utilidade. Precisamente porque a verdadeira Fé não procura ter uma utilidade.
Daí o meu desconforto com o texto anterior em que se citava o mecanismo: a salvação. Pobre daquele que tem fé porque acha que assim se salva. Tem-se Fé, no meu enquadramento religioso, que sabes ser católico romano, porque se adere à Graça: Deus confere-nos a possibilidade de acreditar, e acreditamos. Não esperando nenhum tipo de recompensa por acreditar. A Salvação é a aspiração de uma comunhão eterna com o Deus que amamos: o perpétuo mergulhar da alma no Seu Amor, nas palavras de Bento XVI. E deverá decorrer de uma vida em que se caminhe na imitação da vivência da Caritas. No modelo do Bom Samaritano, que, enquanto teólogo, Joseph Ratzinger, identificou com o próprio Cristo: Deus que se fez homem para vir assistir a sua criatura caída na estrada nesta existência terrena, vergada pelos pecados e males do mundo.
As limitações do humano face ao Criador são enquadráveis no seio da própria religião. Seria interessante, a meu ver, que Vernon reflectisse também sobre a natureza do pecado original. Que contrariamente ao senso comum, não tem uma acepção estritamente sexual: antes resulta do homem, Adão, que tentado a comer da Árvore da Sabedoria, não resistiu, porque iludido de que assim seria conhecedor das mesmas coisas que Deus. A tentação de Adão é querer substituir-se a Deus, podendo governar o mundo com o conhecimento de Deus. Vernon aponta correctamente para a percepção da humildade do homem face ao divino, mas ignora que a tradição judaico-cristã assimila desde o Génesis, essa mesma necessidade de humildade. Nas Escrituras, a condenação do homem não é pela percepção da nudez, mas pela necessidade de se substituir a Deus.
"Esta entrevista de Maria Cavaco Silva revela uma mulher sem pretensões. Alguém que recusa fazer de basbaque deslumbrado pela efémera circunstância de ser esposa do PR. Alguém que tem a sua própria "história", pessoal e profissional, e que descreve com autenticidade a sua relação com o marido. Alguém que não anda por aí a fazer figuras tristes para garantir a eternidade regimental. Não dei por isso, mas suponho que não hão-de ter faltado as habituais tiradas da cretina "patrulha" anti-Cavaco. Deveriam, no entanto, registar isto. «Ser mulher de um presidente (...) é um lugar passageiro.» Tomara muita gente pensar assim."
O João Gonçalves considera-se como um "PSD friendly" e está no seu pleno direito. Até já tive a oportunidade de lhe dizer que é very friendly, no mínimo.
Este post hoje editado, é um perfeito exemplo disso mesmo, ou então, decerto não estará a referir-se à mesmíssima embasbacada e risonha figura* que acompanha A C Silva. Todos conhecemos a vontade de sobressair da dita senhora e todos já lhe ouvimos grandes despropósitos, desde o ..."Menino Jesus que parece arrotar"... no presépio de 2007, às aventuras capadócias, os fritos, o exibicionismo "cultural" de ocasião, etc, etc e etc. A senhora fala pelos cotovelos, talvez como compensação pela sintomática mudez do cônjuge. De facto e bem ao contrário daquilo que o João afirma, ao fim de mais de vinte anos, já exibe uma invejável colecção de parvoíces com direitos de autor.
Não me considero parte da "habitual patrulha cretina anti-Cavaco", até porque não atribuo qualquer importância ou credibilidade à personagem. Mas daí a fazer de conta que não ouço o que a "despretensiosa" (!) "dótora" debita dia sim dia não...
Quanto à entrevista, não estou minimamente interessado em ler, pois todos sabemos como são feitas. Prefiro mil vezes as intervenções "ao vivo", via televisão. Aí sim, é de ficar embasbacado!
*Felizmente até é gira, e tem boa figura. Como o marido, aliás.