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Raramente tal se viu na política mas a verdade é só uma: Marinho e Pinto, eurodeputado, não quer ser eleito para a Assembleia da República. E não deixa de dar mostras disso mesmo ao assegurar que a sua eleição é muito difícil e que, se não for eleito, ficará no Parlamento Europeu. Nada que, na verdade, não se soubesse já. Marinho escolheu cirurgicamente Coimbra para reduzir ao mínimo tal hipótese de sucesso. O mesmo Pinto, que desde que tomou posse, e pese embora vocifere contra os altos ganhos da sua euro - ocupação, "a mete toda ao bolso" já que, afirma, tem contas para pagar e a educação da sua filha sai cara.
Assim sendo, façamos-lhe a vontade: nem um voto em Coimbra no Partido de Marinho. Dr. Marinho, não queremos que lhe falte nada por Bruxelas!
Rua das Pretas, Lisboa, 22 de Setembro de 2014, pelas 15.00H
António Costa diz a António José Seguro:
"Quero levar a experiência do que fiz em Lisboa e ampliá-la ao resto do País"
Acreditamos piamente nesta ameaça.
Há 115 anos, a "vereação republicana" da Câmara Municipal de Lisboa proclamou exactamente a mesmíssima coisa. Conhecemos o resultado: o prometido foi dolorosamente cumprido, com os resultados que todos conhecemos.
Aproveitando a época revivalista com uma paródia relapsa e contumaz, o Sr. Marinho e Pinto - é Marinho ou MÁrinho como a SIC insiste em dizer? - anuncia a fundação da sua coisa para o próximo dia do felizmente abolido coiso de Outubro. Para cúmulo, a coisa terá o mesmíssimo nome do coiso do Afonso Costa, ou seja, Partido Democrático Republicano. Está-se mesmo a ver a coisa.
Mas o Movimento Partido da Terra, com Marinho e Pinto, elegeu tantos eurodeputados como o CDS. De resto, para quem, à direita, parece chocado com a eleição de Marinho e Pinto, o mais das vezes por ter uma apreciação negativa da personalidade do ex-bastonário da Ordem dos Advogados, e ainda para os que perguntam quem é o número dois da lista do MPT - que ainda pode vir a ser eleito -, vale a pena lembrar que o número dois da lista da Aliança Portugal é Fernando Ruas (ainda hoje quero acreditar que isto não não pode ser verdade), o número três é uma ilustre desconhecida cujo currículo permite perceber que sabe tanto de assuntos europeus quanto eu de tricot, o número quatro é esse monumento à demagogia que dá pelo nome de Nuno Melo, e o restante, exceptuando Carlos Coelho, José Manuel Fernandes, Mendes Bota e Fernando Costa (a este último aplica-se o mesmo que a Fernando Ruas), são mais uns quantos desconhecidos militantes de terceira ou quarta linha sem quaisquer especiais competências para serem eurodeputados. Isto diz quanto baste da importância que PSD e CDS atribuíram a estas eleições. Não acordem para a realidade, continuem a manter os partidos fechados à sociedade e a promover a mediocridade e pode ser que um dia destes um qualquer Marinho e Pinto mais talentoso que o original consiga provocar por cá o mesmo que o UKIP está a conseguir no Reino Unido. Bem vistas as coisas, quando uma democracia se bloqueia a si própria e os donos do sistema não a deixam regenerar-se e revitalizar-se, na perspectiva destes isso até seria o menor dos males possíveis. É que noutros tempos, cá no burgo, estas coisas resolviam-se com golpes de estado, revoluções e guerras.