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É raro, muito raro, ler na blogosfera uma crítica acerba à cultura matriarcal vigente em Portugal. Exceptuando os casos do insurgente Carlos Fernandes e do Pedro Arroja, são poucos aqueles que abordam esta faceta algo graciosa da nossa cultura. Passando ao largo da queda das hierarquias e da ascensão do igualitarismo covarde que empestou todos os rincões da nossa vida pública, o que mais me impressiona no espectáculo circense tuga é a emotividade desaustinada que perpassa todo o debate público. Grita-se muito, ameaça-se a destempo, assestam-se baterias no acessório e oblitera-se o essencial. De certo modo, a emoção comanda a razão. E, convenhamos, este predicado cultural tipicamente português não nasceu agora, já vem de tempos pretéritos. Mais: faz parte do nosso adn. Construir uma democracia civilizada sob os escombros do "matriarcado" político é uma tarefa ciclópica, digna de verdadeiros corredores de fundo, algo de que manifestamente não dispomos.