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Irei restringir-me ao significado da palavra "meet" e não seguir o caminho das considerações político-sociais que resultam das ocorrências mais recentes. O termo, convenientemente abreviado pelos meios de comunicação em Portugal, provém de "meeting" (encontro, reunião...) ou da forma verbal "to meet". Ou seja, embora possa soar cool abreviar "meeting", na verdade soa a erro de corrector, a mania de smartphone teimoso. Nos dicionários de "slang", produto da cultura americana, não se encontra essa forma encurtada da palavra. Em resultado de uma pesquisa rápida na internet, "meet" vem traduzido por french kiss, ou seja, um beijo, menos chocho ou mais linguado, mas nunca como encontro de jovens de ânimo exaltado. Basta uma mentira etimológica, inventada pelos média, para largos espectros da população se apropriar de uma palavra cortada às postas, cujas pernas foram trucidadas. Bem que me soava estranha a expressão. Nunca a havia escutado em Harlem ou no Bronx. Nunca a havia lido na obra deambulante de um Kerouac ou de um seu sucedâneo. Para dizer a verdade, preferia que tivessem escolhido "meat" para descrever estes encontros de corpos amorfos, desprovidos de massa crítica. Contudo, há algo coerente nisto tudo. Os meios de comunicação social estão ao nível destes eventos. Fazem a sua cobertura, mas estão por baixo, a dar sustento a tamanha parvoice.