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Não irei poupar-me a termos e qualificativos de grande repúdio dos Media. E incluo na admoestação os meios de comunicação social locais, as antenas cá do burgo, as redacções europeias, os jornalistas-estrela e as suas empresas de inquérito de opinião. Como é que se puderam enganar de um modo tão flagrante em relação ao desfecho das eleições presidenciais nos Estados Unidos? A resposta: não se enganaram. Não foi um erro. O que aconteceu foi algo mais cínico. A comunicação não é livre, se é que alguma vez foi. Os canais de televisão pertencem ao aparelho. As networks pertencem ao establishment. É sobretudo a Esquerda que apregoa a liberdade de expressão, mas não a vejo indignada com os sucessivos enganos. E sabem porquê? Porque todos, sem excepção, alimentam a mentira. Todos sem excepção estão nas mãos de conglomerados de comunicação que os próprios criaram. O que aconteceu deveria implicar a criação de comissões para investigar as práticas convencionadas pelas empresas que realizam os inquéritos de opinião. Numa escala mais pequena, mas igualmente preocupante, também em Portugal os Media se encontram na dependência de poderes instalados. A eleição de Trump, se é para partir a loiça toda, e realizar um reset, não deve excluir uma abordagem transversal à questão. Quanto custa a mentira? Quem dá a ordem para a decepção? Se não obtivermos a resposta, apenas existe um termo a aplicar aos Media: fascistas.
Irei restringir-me ao significado da palavra "meet" e não seguir o caminho das considerações político-sociais que resultam das ocorrências mais recentes. O termo, convenientemente abreviado pelos meios de comunicação em Portugal, provém de "meeting" (encontro, reunião...) ou da forma verbal "to meet". Ou seja, embora possa soar cool abreviar "meeting", na verdade soa a erro de corrector, a mania de smartphone teimoso. Nos dicionários de "slang", produto da cultura americana, não se encontra essa forma encurtada da palavra. Em resultado de uma pesquisa rápida na internet, "meet" vem traduzido por french kiss, ou seja, um beijo, menos chocho ou mais linguado, mas nunca como encontro de jovens de ânimo exaltado. Basta uma mentira etimológica, inventada pelos média, para largos espectros da população se apropriar de uma palavra cortada às postas, cujas pernas foram trucidadas. Bem que me soava estranha a expressão. Nunca a havia escutado em Harlem ou no Bronx. Nunca a havia lido na obra deambulante de um Kerouac ou de um seu sucedâneo. Para dizer a verdade, preferia que tivessem escolhido "meat" para descrever estes encontros de corpos amorfos, desprovidos de massa crítica. Contudo, há algo coerente nisto tudo. Os meios de comunicação social estão ao nível destes eventos. Fazem a sua cobertura, mas estão por baixo, a dar sustento a tamanha parvoice.