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Amanhã, muito provavelmente, Messi será reeleito o melhor futebolista da actualidade. Longe vão os tempos dos 15 ou 20 jogadores que disputavam de igual para igual o Olimpo da bola. Não desgosto de Messi, posto que o argentino é, inegavelmente, um futebolista fantástico, mas, quando penso no que era o futebol de há 15 ou 20 anos atrás, sou como que acometido por uma certa nostalgia. Penso, por exemplo, na técnica solitária de Baggio, na elegância desarmante de Zidane, no brilho extraterreno de Ronaldo - o verdadeiro, o "fenómeno -, na magia única de Romário, no apagamento genial de Rivaldo, no instinto felino de Van Basten ou na fantasia prazenteira de Ronaldinho. Sim, o futebol perdeu algum do seu encanto, e perdeu-o justamente na altura em que emergiu uma super-potência futebolística que combina no seu ADN um pouco do futebol total dos magos holandeses. Falo, pois, do Futebol Clube Barcelona, o clube que é "més que un club". A vida tem destas ironias. No auge do mediatismo e da industrialização, o futebol perdeu-se algures no meio da previsibilidade. Os ídolos vão e vêm, alguns ficam incrustados na nossa memória, criam raízes, lembramo-nos deles, mas a nostalgia fica. E, hoje, mais do que nunca fazem falta os ídolos de carne e osso, aqueles que choram, riem, atingem os píncaros e caem, no fim, que nem tordos abatidos pela inclemência do caçador. Em suma, Messi não é Maradona, Baggio ou Zidane, e, queira-se ou não, nunca será. O futebol mudou, e mudou para pior.