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...da abominável criatura, eis uma notícia tão insólita como as louvaminhosas homenagens por cá prestadas ao defunto.
Ainda sobre a polícia espanhola nas ruas de Lisboa no fim de semana passado, posso esclarecer que não é a primeira vez que isto acontece. Em 1997, numa bela manhã de Sábado, vinha eu de autocarro na Rua Braancamp quando à entrada do Marquês de Pombal está uma patrulha da Guarda Civil a parar o trânsito, com o seu Renault Laguna verde e branco atravessado uns metros à frente, próximo da estátua. Era a largada da Volta a Espanha em bicicleta que nesse ano partia de Lisboa. Subindo a Avenida da Liberdade e depois virando para a Fontes Pereira de Melo passava o pelotão, com trios de motos da Guardia Civil abrindo e fechando o cortejo. Do outro lado do Marquês, na curva para a Duque de Loulé estavam agentes da PSP a cortar o trânsito, mas na Fontes Pereira de Melo lá estava outro carro da Guardia Civil. Sem surpresas, as pessoas indigniram-se a começar pelo motorista da Carris: «Onde isto já chegou! Ser parado no Marquês de Pombal pela polícia espanhola!»
Aqui está uma excelente ideia. Falhada a hipótese russa - que há muito deixou de "pingar" - e em pleno processo de miguelvasconcelização, surge esta saída airosa e que contentará toda a gente. Seria excelente para os espanhóis, dando-lhes mais oxigénio para os seus orgulhosos, vãos e reservados pensamentos de grandeza. Um embaraço para os seus próprios aliados, Saramago livraria Portugal da sua arrogância e parvoíce, moralmente auto-defenestrando-se.