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Os primeiros passos são sempre os mais difíceis, mas ontem vivemos um dia histórico na Democracia portuguesa. Para que fique esclarecido preventivamente, não concedo tratamento diferenciado a qualquer um dos partidos que polvilha o espectro político de Portugal. Desta vez o corrupto vestia uma camisola rosa. Da próxima vez a malha pode ser outra. Não interessa. O que importa é que o país se possa ver livre destes anticorpos que têm causado tanto dano ao país. Primeira nota a reter. Se o Partido Socialista tiver um pingo de dignidade, deve, de um modo institucional, pedir desculpa aos portugueses. Foi essa casa de valores éticos e morais que forneceu aquele lider. Foi naquele partido que determinadas condições permitiram a ascensão de alguém com uma agenda contrária ao interesse nacional. Era suposto ser precisamente o oposto - a promoção de candidatos com um genuíno sentido de abnegação. Depois de anos de clamor pela ineficácia do sistema de Justiça em Portugal, o mesmo funcionou com pertinência e com sentido de reserva. O segredo de justiça, invocado pelas "primas da dona" de Portugal, existe mesmo. Se a escrivã não dissertou sobre os fundamentos das medidas de coacção devemos pensar porquê. A investigação em curso não termina com Sócrates. Certamente outros serão detidos. Deixem o sistema funcionar e deixem de ser o circo que acusam as televisões de ser. Mas a comunicação social também tem pontas soltas. Foi verdadeiramente deplorável escutar a antena da SIC Notícias. José Sócrates mexe-se bem. Afinal tem mais do que um advogado de defesa. O Dr. Araújo será coadjuvado, no recurso à medida de coacção, pelo Sr. Sousa Tavares e pela Sra. D. Clara Ferreira Alves - ambos filhos do regime, que agora começa a desmoronar de um modo expressivo. Os dois analistas nacionais devem ser considerados traidores da objectividade analítica, marionetas de um esquema ardiloso patrocinado pela SIC. O que está em causa é muito maior do que as miudezas dos modos policiais, o aparato ou falta de decoro na detenção do ex-primeiro ministro. Não nos deixemos distrair com a hipocrisia, os direitos humanos de que falam, como se Portugal fosse perfeitamente civilizado. Ainda existe um traçado a percorrer, mas Portugal não deve atravessar-se no seu próprio caminho. Venham de lá mais inéditos.