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Lamentavelmente entrámos num registo de inevitabilidades, de avarias e peças defeituosas. Falo do Estado, naturalmente. Refiro-me ao governo, obviamente. Primeiro foi o SIRESP que deu o berro, mas a Ministra da Administração Interna lá continua a lamentar um incêndio descomunal e não arreda pé. Depois foram as granadas e engenhos explosivos que "alguém" abarbatou em Tancos (ainda não escutei o Ministro da Defesa, mas temos tempo). Ainda antes tivemos a flatulência de intervenção do arrivista-artista. O que se seguirá? Um software seco que toma conta do sistema de semáforos da metrópole e provoca acidentes na Av. Padre Cruz? Aparentemente foram tudo causas naturais. Não houve mão humana que tivesse determinado o destino deste cabaz de incongruências. Foram três penáltis sem resposta. Mas devemos nos preocupar seriamente. Quando o inimigo assinar o decreto, quando o adversário declarar guerra aberta, o governo já terá esgotado o kit de desculpas esfarrapadas. Os seus serviços de desmancha-verdades deixarão de fazer sentido. Os inquéritos de opinião para determinar os níveis de popularidade de nada servirão para camuflar os efeitos nefastos deste regime, este socialismo-nacional. Enfim, o estado de arte resume-se a um farpado. Uma vedação. A culpada inquestionável, sem margem para dúvida.
Adenda:
Não esquecer - são as catástrofes que estendem e validam mandatos caducos.
...se o futuro ex-ministro Aguiar Branco não irá um dia ser escolhido para fazer parte de uma board qualquer da Martifer. Antes de agir, deverá sempre ter em conta o péssimo exemplo do sr. Jorge Coelho. Não é que algo de gravoso tenha sucedido ao colaborador do sr. Sócrates - quem se mete com eles, leva! - , pois os portugueses estão habituados a este tipo de encaixes regimentais do conhecido esquema vigente. Mas que essa board parecerá mal, lá isso parecerá.
Este caso não pode ficar por aqui, não pode parecer "esquisito" e dada a actual volatilidade dos ânimos, poderá servir de rastilho para algo de imprevisível. Se o governo não consegue ver o problema, há então que endereçar a advertência a quem de direito. Embora certa gente ande em oportunista berreiro e gulosamente procure preencher o horário noticioso, mantenhamos então uma certa calma e digamos com displicência, um bem sonoro olha quem fala!
Há que ter em boa nota aquilo que este regime - todo ele, desde o PC e intersindicais, até ao PS, PSD e CDS - fez à construção naval portuguesa, aliás, a toda a indústria pré-existente ao fatídico ano de 1986: os nomes Lisnave e Setenave são apenas dois entre muitas dezenas, sendo obrigatório não esquecermos todas as outras empresas subsidiárias que serviam este essencial sector da nossa indústria. Aos poucos, os portugueses têm dado conta do catastrófico sistema que nos foi imposto, descontando já o calamitoso bambúrrio pretensamente revolucionário dos anos setenta.
O que importa agora, é contabilizarmos as nossas perdas desde o início das "negociações de adesão" à então CEE, disto informando os nossos vinte e tal parceiros além Guadiana. Desta forma eles ficarão a saber que nós sabemos que eles sabem. Em Portugal conhecem-se os irresponsabilizados responsáveis pelo desastre.
Não se iludam, por cá ficará tudo na mesma. Isto é tão certo como a soma de um mais um, perfazer dois.
Nem vale a pena comentar esta situação, que acontece no mesmo país onde os responsáveis muito falam da importância do mar português, da Zona Económica Exclusiva, da Plataforma Continental, e de salvaguardar os seus recursos. Os factos falam por si.
Mas isto lembrou-me o sucedido, num certo dia de 1925, com o meu tio-avô António, então comandante do Grupo Independente de Aviação de Bombardeamento (a mais importante unidade da aviação do Exército, sobretudo pela importância decisiva que poderia ter em conflitos internos) quando comunicou (não para pedir autorização mas tão simplesmente para informar) ao Comando da Arma de Aeronáutica dando conta, sucintamente, do seguinte:
- Bombardeiros em condições de voar: zero.
- Stock de peças para os reparar: zero.
- Combustível: zero.
- Verba disponível para peças e combustível: zero.
- Stock de munições: suficiente.
- «Mandei toda a gente para casa atendendo ao moral da unidade e para evitar males maiores.»
Ou seja, era melhor que fossem todos para junto das mulherzinhas antes que começassem a ter ideias e a fazer disparates.
Estava aqui a tentar aperceber-me das competências de Berta Cabral para ser Secretária de Estado da Defesa. Vou continuar a tentar. Alguma coisa a senhora há-de perceber do assunto, certo?