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Porque muitos de nós, comunicação social, blogosfera e intelectuais de café vivemos no reino do “quanto pior melhor”, quero deixar uma palavra de apreço por Paulo Macedo, actual Ministro da Saúde, a quem acho que o país deve alguns bons serviços. Vou até mais longe acrescentando que se possível fosse clonaria Paulo Macedo e colocaria cada um dos clones em alguns ministérios. Muito se falou do tratamento da hepatite C e dos seus custos, tendo inclusivamente o país vibrado com o apelo de José Carlos Saldanha que para as TVs pediu “Senhor Ministro, não me deixe morrer!!”. Ficou a eloquência do pedido de quem tinha 80% de probabilidades de morrer dentro de um ano, não se falou muito do facto deste doente ter por várias vezes recusado o tratamento através de interferon, o medicamento que durante muito tempo foi o único tratamento no mercado para tratamento da doença - com diversos efeitos secundários e moderadas garantias de eficácia. Portugal foi o primeiro país da UE a comparticipar a totalidade do novo medicamento da Gilead contra a Hepatite C e a introduzi-lo no mercado. O custo deste para o Estado Português, dizem os entendidos, foi bem negociado, tendo o acordo com a farmacêutica fixado que o tratamento seria pago por doente curado. A semana passada encontrei-me com um dos meus amigos mais próximos, que de há muitos anos a esta parte era portador do vírus da Hepatite C, numa estirpe particularmente agressiva e, pior, com uma carga viral elevada, o que a prazo aumentaria dramaticamente a probabilidade de mais tarde padecer de cancro no fígado ou de cirrose. Encontrei-o e estava feliz da vida porque 20 dias antes tinha começado a tomar o novo medicamento e, de acordo com as análises feitas poucos dias antes, o vírus tinha sido erradicado do seu organismo. Estava curado. Cura fulminante. Qualquer um estaria certamente muito contente. Disse-me então que este mérito de Paulo Macedo devia ser louvado, Ministro este que em tantas ocasiões foi o saco de dar pancada preferido de tanta comunicação social. Tiro-lhe o chapéu.
Da Agência Cubana de Notícias:
«Renueva Portugal acuerdo de colaboración médica con Cuba
La Habana, 30 abr (AIN) El ministro de Salud de Portugal, Paulo Macedo, exaltó en Lisboa la colaboración médica que brinda Cuba a su país, razones por las cuales acordaron renovar ese acuerdo bilateral, como parte de un convenio suscrito con la isla caribeña en 2009.
Durante un encuentro en la capital lusa con Eduardo González, embajador de La Habana, Macedo transmitió el agradecimiento de su gobierno por la labor que desarrolla una brigada de 44 galenos cubanos, de quienes destacó su dedicación y calidad profesional.
Indicó que la preparación de los especialistas de la nación caribeña ha sido encomiada por profesionales portugueses de la medicina, por el alto nivel de conocimientos que atesoran, cuestión que también -dijo- ha sido reconocido por la población, indicaron a Prensa Latina fuentes diplomáticas de la Isla.
Los clínicos cubanos prestan sus servicios en las sureñas regiones del Algarve y Alentejo, zonas rurales con una alta tasa de población y deficitarias de esa atención primaria.
Macedo informó al diplomático González que su departamento realiza un profundo estudio sobre el Sistema Nacional de Salud, con el objetivo de poder conocer con exactitud el número de doctores que requieren para cubrir todas las necesidades de atención a los ciudadanos.
La experiencia alcanzada por Cuba en el campo de la salud, con índices de primer nivel en el mundo, y la producción de medicamentos, vacunas y otros productos, algunos de los cuales el país está en condiciones de exportar, fueron otros de los temas abordados en la reunión por el representante antillano.
Tanto Macedo como el secretario de Estado Fernando Leal se interesaron en los avances científicos de la nación caribeña, y solicitaron más información para estudiar otras formas de cooperación y comercio».
Ah, os bons alunos de Bruxelas! Vinte cinco anos depois de aderirmos ao paraíso europeu, precisamos da ajuda cubana para prestar cuidados de saúde básicos aos indígenas das nossas províncias ultratejinas. É muito positiva esta cooperação com Cuba por parte do Governo Português: oxalá os políticos de Havana agora ensinem aos de Lisboa a fazer reformas no aparelho de Estado, e lhes expliquem que o Socialismo não funciona. Em troca, mandamos para lá a Assunção Cristas para lhes ensinar a fazer uma Reforma Agrária como deve ser. Daquelas em que o Estado rouba aos proprietários e depois arrenda a quem a União Europeia não deixa trabalhar.
PS. Será, de facto, uma excelente notícia se começarmos a importar medicamentos Made in Cuba, muito mais baratos que os das multinacionais. Venham eles que serão muito bem vindos, mesmo que o PCP e o Bloco de Esquerda acusem Cuba de praticar dumping.
E sim: temos razões para agradecer aos médicos cubanos. Devíamos era ter vergonha de estar a precisar deles.