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O ministro da boa educação Tiago Brandão Rodrigues faz muito bem em iniciar o seu "périplo pelo país" no Algarve. Afinal, essa região é sinónimo de turismo, espreguiçadeiras e noitadas. Os verdadeiros testes da vida são mesmo dispensáveis. O pedagogo está pleno de razão. Basta existir e ser medíocre - porque não devemos nunca ser avaliados. A mensagem que este idiota passa aos alunos, mas também aos pais e professores, é que não vale a pena darem o vosso melhor. E dá o melhor exemplo possível; "se eu, que sou fraquinho, cheguei a ministro, sem grandes provas de avaliação, qualquer um de vós até pode vir a ser presidente da república". O que este pseudo-lider instiga é de uma gravidade extrema. Mata a ideia de esforço, de mérito, de  tentativa e erro, de competição saudável, de rigor, de competência, de ambição, de reconhecimento e de hierarquia baseados na qualidade. Este ministro é inimigo declarado da ideia de progresso e desenvolvimento intelectual. Trai o conceito de universidade, de intelectualidade, de enfoque filosófico e corrompe de um modo tão flagrante o alicerce da humanidade: a civilização. Este ministro aprova o reino do caos e insuficiência. Este ministro acredita que existe algo mais poderoso e menos inquietante. A mão invisível de um favor, de uma cunha avulso, para promover ao mais alto grau de incompetência mais do que uma geração. Se não existe uma cultura de nota, o que existe? Uma cultura de amigos nos locais certos? No partido? Na direcção da empresa pública? Um tio no conselho de administração disposto a colocar o afilhado anormal que rouba o lugar que naturalmente estava predestinado ao melhor dos melhores? Deixem lá. Este ministro está no governo há pouco mais de um mês, mas não tarda será despedido, e os socialistas certamente que encontrarão um substituto à altura.

publicado às 08:50

Yes, Minister Crato!

por John Wolf, em 19.09.13

Sobre a obrigatoriedade ou não da língua inglesa no programa curricular ou extra-curricular do sistema de ensino em Portugal, e sendo a língua inglesa a minha materna, procurei sempre analisar as razões do sucesso dos portugueses na aquisição de idiomas estrangeiros. Não tenho dúvidas que a aprendizagem em tenra idade será um dos factores. É na aurora cognitiva que os implantes sinápticos e linguísticos decorrem de um modo mais eficiente. Essa possibilidade não deve ser enjeitada, bem pelo contrário, deve ser integrada de um modo compulsivo e incontornável. Existem porém outros factores de familiariedade com a língua inglesa que devem ser tidos em conta - o papel dos media. Veja-se o exemplo do critério (acertado, na minha opinião) de não tocar nas versões originais dos filmes. A legendagem (quando bem feita) serve para ensinar uma língua estrangeira. Quem conhece a realidade alemã ou polaca, é confrontado com esse triste exercício de dobragem, para além da língua polaca não colar bem aos lábios de James Bond. Esta forma de entrega em casa da papinha feita, não obriga o tele-espectador a desenvolver capacidades simultâneas de entendimento das mensagens. A interpretação simultânea (designada erradamente por tradução simultânea) lida com esse processo cognitivo de um modo muito intenso. Sei do que falo - queimei os neurónios nessa actividade durante 15 anos. Qualquer neuro-cientista (perguntem ao António Damásio, que é da casa) ou cognitivista, pode descrever e confirmar, que a actividade de "tradução" in loco, exige às cabeças pensadoras a utilização de ambos os lóbulos cerebrais. Portanto, é disso que se trata e não de saber se o menino ou a menina se desenrascam numa troca de palavras com uns bifes numa qualquer praia algarvia. O que está em causa é retirar ou não um módulo de aprendizagem transversal que extravasa as competências da língua e da mensagem propriamente dita. Se a língua inglesa não era uma componente obrigatória no sistema de ensino deveria passar a sê-la. Neste caso, tenho de dar razão à Catarina Martins do Bloco de Esquerda - é um retrocesso civilizacional. Enquanto o resto do mundo está à rasca porque não entende Mandarim, os chineses percebendo a lógica inversa, estão a cavalgar as fases de aprendizagem da língua inglesa. O ministro da educação pode se servir de todos os eufemismos legais decorrentes deste ou daquele diploma, mas não pode comprometer o futuro da comunicação dos cidadãos nacionais. Quanto a esta matéria, acho justo que se bata o pé e não se diga: sim, senhor ministro.

publicado às 08:39






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