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Moçambique: "si tu mi pagas uma Pempsi" eu ti...

por Nuno Castelo-Branco, em 14.06.13

 

Dancing na Rua Araújo dos anos 60 (pintura de Ana Maria Plácido Castelo Branco ©)

 

Bem a propósito deste esclarecedor post do António Botelho de Melo - o nosso campeão Tomané que representou Portugal nas Olimpíadas de Los Angeles -, recordo uma já razoavelmente esfumada lembrança da frescalhota Rua Araújo. Um dos mais conhecidos locais da Lourenço Marques do "ouvi dizer", a sua evocação servia sempre para como um ferrete marcar alguém, ou franzindo o nariz, comentar outrem. Um "vê lá se estudas ou ainda vais parar à Rua Araújo!" era a supra rasca ameaça atirada às preguiçosas filhas, por alguns pais muito maguérres. Demasiadas vezes, uns tantos fulanos protegidos por Ray Ban, comodamente se instalavam à volta de uma mesa da esplanada do Continental, languçando as bifas (1) que em microscópicos hot pants desfilavam sorvendo Coca-Colas por uma palhinha. O que mínimo rosnariam, seria um "ena pá, daquilo nem na Rua Araújo s'arranja"...

 

Obedecendo ao compasso das gerações que correram acompanhadas pelas respectivas épocas de sucessos ou desastres políticos e sociais, a Rua Araújo, estrategicamente colocada nas proximidades do porto e da gare de caminhos de ferro, era o centro nevrálgico dos prazeres reservados aos homens da cidade e à multidão de forasteiros que ali tencionando demorar-se pouco tempo, provisoriamente se fixaram até à sua partida para o há muito previsto Além.

 

Ainda garoto de palmo e meio, lembro-me daqueles fins de tarde e do calor húmido que obrigava o escancarar da entrada dos estabelecimentos e também, como seria bastante previsível, o vai-vem das meias-portas de tabuinhas ao estilo do far-west, timidamente ocultando os antros de perdição que afinal davam cor, ruído e diversidade àquela que por si, já era uma cidade nada monótona. Brancas, pretas e mulatas entravam e saíam dos bares, timidamente acompanhadas por algum distraído cavalheiro que jamais as suporia prestimosas mesteirais de assuntos de zona média. Os tratos intelectuais seriam discutidos numa qualquer pensão não muito distante, ou segundo constava, no abafo de uma viatura habilidosamente camuflada na zona das praias da Costa do Sol. Tornou-se também exageradamente frequente, a visão dos turistas sul-africanos que apenas passada a fronteira em Ressano Garcia, logo esqueciam o ignóbil apartheid, enroscando-se na mulher mais coloured que encontrassem. Portuguesas de 1ª ou de 2ª, essas eram sempre a derradeira, quando não desanimada escolha. Seguindo-lhes generosamente o exemplo, algumas bifas varriam as praias à procura de pescadores negros que regressavam da faina, logo ali mesmo instando ao início de outra. 

 

Durante o período de entre-as-guerras, as casas de lanterna vermelha da capital moçambicana tinham sido ocupadas por italianas, russas, austríacas em sentido lato (2), alemãs, polacas, algumas sul-africanas, umas tantas espanholas de fala esquisita, "achi misjemo", e suprema finesse, por francesas que definiam a profissão através do peremptório mencionar da nacionalidade. Uma francesa era isso mesmo, a Madame que assim reconhecidamente titulada, obrigava a todos os mal-entendidos daquele mundo em rápida mudança. Algumas destas requintadas femmes de guerre, conseguiriam casamentos com embevecidos lusos provenientes de áreas bem próximas dos pináculos da sociedade local. 

 

Na Rua Araújo  (pintura de Ana Maria Plácido Castelo Branco ©)

 

Nos anos 60, a chegada dos contingentes militares desembarcados da Metrópole trouxe algumas novidades na frequência, tornando-se comuns os uniformes dos três ramos das Forças Armadas e tão certo como o material russo e chinês prodigamente distribuído à Frelimo pelos seus mentores, era o gastar dos prés com as tombazanas locais. Uma tarde, regressando a casa no machimbombo tomado nas imediações da Praça Mac-Mahon, verifiquei estar a minha mãe atenta a um mais que provável efémero casal que diante de nós tinha tomado assento. Ela ia-se enrolando no magala e este, aflito no seu fazer de conta de invisível, parecia petrificado pelo espectáculo a que voluntariamente se dispusera. Não havia um único par de olhos que não estivesse voltado para a cena que vertiginosamente se ia desenvolvendo, até que num repente capaz de fazer cair a mais formidável barreira de vergonha, a hiper-vuluptosa marafona lhe garantiu em alto e bom som:

 

- "Si tu mi pagas uma Pempsi, eu ti dô uma bêija néssá bôcá!"


Várias vezes palmilhei a Rua Araújo. Via a minha mãe espreitar os ruidosos locais de diversão onde brilhavam maravilhosos neons dentro e fora de portas, para logo depois riscar alguns apontamentos no seu inseparável bloco. As canetas de feltro trabalhavam de forma quase autónoma, numa muito apressada decisão de um não te esqueças, aquela é assim e veste-se assado. 

 

Tudo isto acabou, varrido pelos seráficos princípios do Homem Novo parido pelo Moisés, imperscrutável e sacrossanto entezinho capaz de todas as bendições a aplicar ao páchiça do lado. A Rua Araújo foi fatalmente silenciada e substituída por uma tremenda infinidade de hoteleiros Quartos Araújos, bem mais caros, exclusivistas e totalitariamente à mercê de uns poucos moralistas.

 

(1) Bifas: genericamente as sul-africanas, fossem elas as mais elegantes de origem inglesa, ou alguns portentosos e rosados coirões, por regra retintamente boers.

(2) Austríacas, ou seja, mulheres provenientes de todos os confins do império austro-húngaro, como as "grandes alemãs", checas, galicianas, rutenas, judias transilvanas, croatas, eslovacas, húngaras, eslovenas, etc.  

publicado às 15:00

No Palácio da Ponta Vermelha

por Nuno Castelo-Branco, em 05.02.13

Sendo um rapaz "muito decorativo e poliglota", durante o seu tempo de serviço no Exército o meu pai foi colocado na sede do Governo-Geral de Moçambique, servindo para entre outras coisas do protocolo palaciano, para o anúncio da nomeação de individualidades destinadas ao desempenho das mais diversas funções oficiais na Província de Moçambique.

 

Numa dessas ocasiões, foi-lhe dado um pequeno texto que designava um fulano nomeado para um importante cargo público. Ninguém o avisou acerca de um pequeno detalhe e ele, tão habituado estava a essas banalidades, nem sequer se deu ao trabalho de passar a vista pelo papel. Reunidas as "altas individualidades" e estando presentes os habituais jornalistas e o Rádio Clube de Moçambique, lá se iniciou a sessão. Tudo corria bem, até ter chegado o momento de o meu pai ler em voz alta o nome do feliz contemplado com a incumbência estatal:

 

José Francisco das Sagradas Ossadas de São Francisco Xavier Escórcio de Menino Jesus Fernandes !*

 

Diante do microfone, o meu familiar arauto desatou a rir de forma descontrolada, sendo prontamente secundado pela restante assistência. O novel secretário de qualquer coisa chispava ódio olhos fora e o Governador-Geral Gabriel Teixeira ficou vermelho como um pimento, entre o morto de riso contido e o furibundo pour cause.

 

Resultado da façanha? O meu pai foi prontamente exilado para Vila de Manica, acabando por cumprir o seu serviço militar junto da fronteira com a então Rodésia do Sul.

 

E ainda falam os deputados franceses acerca dos nossos apelidos? Imaginem o que diriam, se soubessem algo quanto aos nomes dos hiper-católicos indo-portugueses...

 

*Era mais ou menos isto.

publicado às 17:30

O caso Tiger Woods: a canalha já está entre nós

por Nuno Castelo-Branco, em 12.12.09

 

 Fazendo o zapping pelos canais televisivos noticiosos, deparei com o assunto de fim de semana. As charamelas da Euronews, CNN e Al-Jazeera, têm preenchido momentos infindos com a pouco ou nada apimentada estorieta sexual de Tiger Woods. Umas louras e outras nem tanto que com ele hipoteticamente contracenaram em cenas de chaise-longue de motel, aproveitam agora o ensejo de fazer render os seus créditos nos meandros da especialidade, descosendo-se em entrevistas, off the records e revoltantes statements que confirmam as infidelidades matrimoniais do "génio do taco".

 

A paranóia moraleirona da ralé micro-burguesia que nestes tempos conseguiu totalitariamente o poder que vale - o da informação à venda -, intromete-se sempre naquela área que nas democracias devia ser intangível: a intimidade, a esfera pessoal. De facto, a coscuvilhice mais sórdida, a porcaria atirada em forma de rotativa betoneira sobre todos os "prevaricadores", consagra um longo caminho que terá as suas origens nos famigerados Pilgrim Fathers do Mayflower. Gente ridícula, sombria, bisonha, má, tacanha e profundamente imbecilizada por crendices sem pés nem cabeça, fundaram os caboucos de uma sociedade que aspira a uma globalização planetáriade de lares submetidos aos ditados de Salt Lakes, reverendos Jones ou de Davides Koreshes mais ou menos exportáveis. Se poucos anos após a sua infausta chegada ao Novo Mundo já se erguiam forcas e crepitavam fogueiras em Salem, a independência de 1776 consagraria também um imenso rol de superstições e certificados de duvidosa virtude de um puritanismo que pretende no fim de contas, demolir a essência daquilo que une todos os seres humanos, independentemente da sua origem étnica, religiosa  ou geográfica. A interdição do prazer mesmo que completamente anónimo, tem sido uma obsessão burguesa que apontava todos os imaginados vícios aos inimigos das classes que a espartilhavam. Em nome de todas as moralices, decapitaram-se milhares de nobres - sem esquecer os camponeses da Vendeia, também "decadentizados" pelos antigos senhores - numa França que pouco depois veria sentada no trono de Maria Antonieta, uma mulher de ligeiríssimos costumes  que republicanamente mereceu o suspeito cognome de Merveilleuse e que foi apenas uma Primus entre batalhões de Pares em traje Império.

 

Todo o século XIX consistiu num inferno de ex-capatazes erguidos à condição de oficiais assopradores dos ventos da nova sociedade. Curiosamente, a velha Lenda Negra anti-católica que ainda ferreteia os povos do sul com a Inquisição,  nada fica a dever às perfídias calvinistas dos cantões suíços, ao racismo pré-eugénico dos batavos  e à beatífica sandice da generalidade dos nórdicos. A mania da forca e a decapitação que tornaria lendária Tyburn, alastraram logo no século XVI,  como fogo em palha seca por todos os Países Baixos e Principados reformados alemães, sendo no entanto a Inglaterra Tudor o paradigma. Pouco importava a violência usurária e de feroz impiedade exploradora dos comoventes relatos que mais tarde, a pena de Charles Dickens imortalizaria. Aquelas pseudo neo-medievais igrejecas com altares cheios de sucata prateada que pontilhavam cada bairro de Londres, Amesterdão, Filadélfia, Nova Iorque  ou Atlanta, com  coros estridentes e tementes do olhar carrancudo do pastor tornado Lei, obrigavam ao constante Amen acompanhado pelo infalível assentimento craniano que a cinematografia crítica americana tão bem nos deu a conhecer. O móbil de todo o arrazoado de patacoadas enxertadas à guisa de fábula de uma Bíblia que para tudo servia, era e acaba sempre por ser, o vil metal. Afinal, foi a causa primeira do ataque à até então Igreja que durante séculos conformou o Ocidente.

 

Todo este apontar de indicadores em riste aos atemorizados dissidentes da Ordem, traz plenos de contentamento todo o tipo de safardanas mais ou menos ilustrados que nos enchem os ecrãs noticiosos e o cinema do Canal Hollywood. É uma catadupa de reverendos, Sarahs Palins, igrejas pentecostais do milionésimo dia disto e mais aquilo, não esquecendo magotes de homenzinhos histéricos que no traje só podem rivalizar com o bastante mais talentoso e inofensivo Liberacce. A política do red-neck que da América profunda vai conquistando os centros urbanos, espalha-se como uma peste, invadindo a América do Sul - especialmente o Brasil -, com toda uma série de seitas onde a extorsão e o abuso da consciência se tornou norma. Já nos anos sessenta, as novas independências africanas foram sendo interesseiramente assistidas pela chegada subversiva  de gente que em nada media meças ao mais básico roçeiro boer de uma África do Sul então ferozmente batavizada. Quem viveu no Moçambique português, bem se recorda da ostensiva hipocrisia dos turistas afrikanders que chegados do "Jonas" (1), logo corriam em calções para as palhotas das Lagoas ou para a Rua Araújo (2), almejando ao pleno gozo de prazeres proibidos na sua pátria, onde, para grande escândalo dos portugueses de África,  aos negros eram reservados bebedouros públicos, casas de banho, transportes e até bancos de jardim em regime de Apartheid! Nas praias, as "bifas" (3) alternavam prazeres ocultos pelas dunas, nos braços dos soldados portugueses ou dos pescadores nativos que labutavam na Costa do Sol. Aí, as orgulhosas descendentes de Van Ribeeck em frenesim esqueciam todas as restrições impostas pela sua superior condição racial que o verniz protestante oriundo dos tempos de Grotius, atestava.

 

No exacto momento em que a funesta e em boa hora  desaparecida administração J. F. Kennedy se decidia a castigar o colonialista Portugal, os negros eram perseguidos por todo o sul e interior dos EUA, levando ao processo de revolta ordeira de que Martin Luther King seria a face. Mal sabiam aqueles "afro-americanos" que em longínquas colónias portuguesas, já tinham desaparecido todas as medidas vexatórias de segregação, sendo normal brancos, negros e mestiços partilharem transportes, cafés, escolas e todo o tipo de serviços públicos, sem excepção. 

 

Regressando ao tema do momento, não nutro qualquer tipo de simpatia - não o conheço - por Tiger Woods. O campeão mundial do mais perdulário, anti-ambiental, estúpido e aborrecido "desporto" da Terra (4), é hoje açulado por hordas de mentecaptos que seraficamente debitam todo o tipo de sentenças que indesejavelmente nos entram pela casa adentro. O "amigo" e colega de profissão sueco, a "mãe de família" dos costumeiros values mais sugadores de reputações que qualquer Buraco Negro por esse Universo fora, lá fazem os seus statements condenatórios, numa cacofonia que quase indicia recônditos desejos de uma condenação à morte, mais previsível na iracunda e vociferante autoridade do imã ou mulá de um qualquer bazar de Tombuctu ou Shiraz.

 

Esta gente que  guincha contra a "infidelidade conjugal" de Tiger Woods, pouco se importa em saber qual o verdadeiro - e privado, diga-se! - estado da relação matrimonial do campeão de golfe. Os values e os statements pouco respeitam a necessária protecção psicológica e a intimidade da família Woods, esquecendo rapidamente os rebentos do casal em aparente crise. Querem falar e decidir-se atempadamente pela condenação. Umas testemunhas de acusação mais nervosas que outras, surgem no ecrã em feroz crítica que impôs o ostracismo de T.W. perante o mundo atónito.

 

No fundo, pouco lhes interessa se Tiger pernoita em casa do Peter ou da Brenda. É-lhes indiferente se Monica anda de caso com a Sheryll ou com o Bill. O importante é aparecer, demolir, canibalizar e se possível, fazer eclodir aquele rendoso processo que enche revistas, espaços televisivos e claro está, umas contas bancárias. Para essas figuras, surge sempre um amigo, um colega ou o insuspeito familiar que de ar grave e em negatório movimento de cabeça, mostra postiça consternação. Que canalha. O pior de tudo, é que já está entre nós.

 

 

(1) "Jonas", era o nome que em Lourenço Marques, se dava à cidade de Joanesburgo.

 

(2) Lagoas e Rua Araújo. As Lagoas situavam-se na zona do aeroporto e era uma zona de "prostituição ao domicílio" sob a forma de sanzala. A Rua Araújo é uma artéria que une as Praça Mac-Mahon e 7 de Março, sendo até à independência, bem servida de bares, botequins e cabarés com um inconfundível sabor de outros tempos. Ali se misturavam locais, soldados em comissão e turistas ocasionais. Música ao vivo, bebida e aquilo que se imagina  como saudosa decadência, própria de um Hemingway.

 

(3) "Bifas", o nome genericamente dado pelos luso-moçambicanos às sul-africanas, confundindo-se as de origem inglesa ou boer.  Eram conhecidas pela rápida e voraz cafrealização em época de férias.

 

(4) Jogo próprio para Sampaios, Balsemões e respectivo staff, com tudo o que isso significa.

 

 

publicado às 21:20






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