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George Monbiot, o arqui-ambientalista recentemente convertido aos benefícios da energia nuclear para fins de produção de electricidade, assina um artigo hoje no Guardian sob o sugestivo título: It's in all our interests to understand how to stop another Great Depression.
Conta Monbiot que, perseguindo o objectivo expresso no título do artigo, foi assistir a uma palestra sobre o teorema de Sonnenschein–Mantel–Debreu. Confessa não ter compreendido tudo o que foi transmitido e que, nomeadamente, "a equação diferencial descrita em 41 linhas" o deixou algo abalado. Porém, a presença do economista australiano Steve Keen revelou-se como uma autêntica epifania para Monbiot até porque, para mais, terá sido "um dos poucos" economistas que previu a emergência da crise financeira. [Um parêntesis, a propósito, para fazer notar como os mainstream media são tão avessos a reconhecer que uma escola inteira de economistas - a Austríaca - "adivinhou" a vinda dessa crise (basta passar pelo mises.org para perceber isso); claro está que se o fizessem seria difícil evitar as consequências desse reconhecimento pois já não se trataria de reconhecer os individuais "génios", mas antes uma "genial" teoria.]
O fascínio "cientista" dos modelos de equilíbrio geral (como é o caso do mencionado por Monbiot), irremediavelmente inacessível ao comum dos mortais por impressionantes construções matemáticas (modelos) com muitas equações diferenciais a muitas variáveis (mas, note-se, sem constantes, exactamente as que as leis da Física estabelecem), esconde a vacuidade que os mesmos têm para a compreensão das relações de "causa" e "efeito" que presidem intemporalmente à expressão da Acção Humana (como hoje bem recordava Bob Wenzel):
It is only the passionate pro-socialist zeal of mathematical pseudo-economists that transforms a purely analytical tool of logical economics into an utopian image of the good and most desirable state of affairs.Ludwig von Mises, Theory and History