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Turcos, Russos e Berlinenses

por John Wolf, em 19.12.16

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O assassinato do Embaixador Russo Karlov em Ancara deve ser interpretado à luz dos interesses comuns da Rússia e Turquia. São mais os pontos convergentes entre os dois Estados do que aqueles que os separam. Os regimes de ambos os países dependem em larga escala da justificação excêntrica. Quer Putin quer Erdogan poderão validar de um modo ainda mais intenso o modus operandi dos seus aparelhos. O alibi terrorista "externo" serve convenientemente a escalada de sistemas de controlo interno, a repressão dos media, os ataques aos inimigos que alegadamente polvilham destinos como Alepo, o reforço do apoio a um regime análogo como aquele de Assad na Síria, mas sobretudo uma certa eternização dos pressupostos de política interna e externa russa e turca.  Desenganem-se aqueles que realizam a leitura deste ataque terrorista à luz de um conflito entre os Estados formais - entre a Turquia e a Rússia. Os dois Estados, simbioticamente, saberão extrair dividendos deste evento. Erdogan poderá invocar a necessidade de uma ainda maior limpeza das forças de segurança interna e incrementar o seu processo de saneamento. Quase simultaneamente o ataque terrorista no mercado de Berlim parece obedecer a uma lógica de oportunidade e não tanto de premeditação. O primeiro evento envolvendo o Embaixador Russo em Ancara serviu para "ligar" as antenas dos media internacional, e à boleia desse facto, os actores envolvidos em Berlim terão aproveitado a deixa. A Turquia que já havia plantado sérias dúvidas em relação a uma putativa pertença à União Europeia, aproveitará este evento para se distanciar ainda mais das instituições europeias que têm demonstrado grande ineficácia no que diz respeito ao grande desafio migratório, e a montante ou jusante, o drama sírio. A Rússia tem a sua agenda determinada há já algum tempo, e estes trágicos acontecimentos em nada descarrilam os seus processos. Isto não acaba aqui. Nunca acabou. Nem terminará. Este é o nosso mundo.

publicado às 20:26

Geórgia (5)

por Samuel de Paiva Pires, em 14.08.08

Via Exílio de Andarilho aqui fica um outro ponto de vista contrário ao do excelente post do Bruno Alves. A História nos dirá qual dos dois será mais válido.

 

Via CNN online


"I think that American officials and analysts -- and I would put myself in this boat -- underestimated the scope of the Russian reaction to Kosovo's separation from Serbia," Charles Kupchan, a senior fellow at the Council on Foreign Relations, said in a conference call."The Russians at the time said that they may well retaliate by stirring up trouble in Abkhazia and South Ossetia, and I think many people said, 'Well, that's going to be mostly talk.' In fact, they've gone ahead and done it."In addition to reasserting Russia's regional preeminence, the incursion into Georgia also demonstrated the United States' relative weakness.


Janusz Bugajski, author of a forthcoming book on Russia's relations with its neighbors, said Washington's lack of forceful response sends a chilling message to nations that had been relying on the U.S. to counter Russia's power.Russian Prime Minister Vladimir Putin "is demonstrating to the rest of the world that the United States is not the sole superpower any more. Or if it is, it's so stretched that it's not going to come to your aid," Bugajski said. "That weakens the U.S. position globally quite a bit."Even if the United States resists the idea, it's possible that a resurgent Russia is ready for a new geopolitical rivalry in which powerful countries compete politically and militarily."


I think it's not inappropriate to put this conflict in the context of a 'great game,' " Kupchan said. "There is still a battle going on for influence -- Western influence vs. Russian influence -- in the Caucasus and in the southern borderlands around Russia. And clearly I think as a result of this conflict Russia will probably feel that it has taken a step forward in maintaining a 'sphere of influence.' "

publicado às 17:14

Lisboa e Moscovo, analogias...

por Nuno Castelo-Branco, em 31.07.08
Os portugueses são masoquistas e insistem. Esta é a visão que os russos têm da entrada de Bonaparte em Moscovo e a sua frustração por não ter encontrado o que esperava, isto é, um czar suplicante. Teve a felicidade de capturar os soberanos de Espanha, Prússia, Holanda, Dinamarca e teve o kaiser nas mãos. Em Portugal, sabemos o que aconteceu. Mais palavras para quê?

publicado às 02:16






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