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Não sei quem é Rui Mourão, nem quais os seus dotes artísticos. Apenas posso basear-me nos factos que ele e os seus colaboradores apresentam neste triste espectáculo (veja o clip). Estes meninos não passam de crianças com uma ideia muito ténue de como se organiza a actividade cultural num país civilizado. O protesto infantil que levaram à "cena" no Museu do Chiado envergonha toda uma classe de criadores. É isto o melhor que conseguem? São estes os putativos agentes e representantes da cultura em Portugal? Estes protagonistas cheios de gás, nem sequer são capazes de desenvolver um conceito em forma de protesto, quanto mais pensar a cultura de uma nação. Poderiam ter aproveitado a residência de Otto Muehl no Algarve para aprender algumas técnicas do movimento Accionista. Esta malta demonstra que tem uma ideia muito deformada em relação às artes e à cultura. Querem mamar e estão equivocados: pensam que existe uma grande vaca para ser ordenhada a seu bel prazer. No fundo, estes "ostracizados" pelo regime do dinheiro e subsídios, desejam ser o mesmo que os bancos e instituições financeiras da praça, ou seja, receber guito para salvarem o seu coiro. A cultura e as artes, tal e qual como o cultivo da batata, obedece a uma mesma lógica de mercado. Se o produto não é de qualidade (por exemplo, está podre) o consumidor não compra e não alimenta a sua actividade, não cresce e compromete a sua mera existência. Em que planeta vivem estes artivistas? Rui Mourão exige mais dinheiro? De quem? Dos contribuintes menos intelectuais e culturais, como os serralheiros e enfermeiras de turno? Será que estes manifestantes são especiais de corrida e merecem tratamento diferenciado? Porquê? Porque irão tirar da ignorância profunda e das sombras o resto da população? Meus amigos, o que isto é? A vida boémia e festejaleira nada tem a ver com a disciplina, o rigor, o método, o saber, o critério, a exigência, a profundidade conceptual que estão associados ao acto criativo e ao seu sucesso. Já chega. Tiveram tempo e dinheiro em abundância nos últimos quarenta anos para experiências falhadas. Tiveram todas as liberdades criativas do mundo para se fazer aos palcos e salas de exposição e vender soluções ganhadoras. E não foi isso que fizeram, não foi isso que aconteceu, não foi isso que conseguiram. E tenho muita pena. Mas não é assim que funciona. Para caminhar usam-se os pés e não se agitam os braços.