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...desta vez estamos de acordo. A tal comissão parlamentar tresanda a ameaça partidocrática, ficando-se por aí e sem consequências de maior. O estardalhaço pê-ésse-deutico acerca de uma investigação beneditina às PPP rodoviárias, bem poderá significar mais um daqueles joguinhos de fazer encher o tempo de um Congresso sem pés nem cabeça, aproveitando para chantagear o comparsa antecedente na governança de S. Bento. Discurso após discurso, é o zero absoluto que este Partido há décadas significa, embora consiga fazer-se eleger! De todo aquele marceloso redemoinho de pequenos grandes interesses, há ainda que tomar nota do Menezes júnior - presunto sucessor do actual autarca de Gaia - que já vai dizendo umas, precisamente aquelas que envolvem o habitual esconde-esconde dos assuntos incómodos que encafifam dinheiro dos outros.
Tonitruante e fluente, Alberto João Jardim disse muitas verdades, num estranho discurso que saiu da boca de um homem que ao selvático capitalismo recorreu, utilizando-o nas suas obras e serviços públicos insulares. Agora acusa a plutocracia, devendo ter deixado babados de gozo os PC e BE que decerto aguardaram pelo único momento alto do tal milionésimo Congresso do PSD. De facto, quem escute AJJ, poderá imaginar um enxerto de Cunhal em Mussolini, tal a verve pós-capitalismo. O "pior" é que até estamos de acordo com o diagnóstico....
Apesar das leis do Manifesto della Razza de 1938, Mussolini jamais se importou muito com a origem das suas numerosas amantes. Margherita Sarfatti era uma entusiasta do fascismo e com o Duce colaborou para que o Partido conquistasse o poder na Itália. Foi uma conhecida jornalista, socialite, crítica de arte, mecenas, coleccionista, amante de Mussolini e... judia.
No país do bunga-bunga berlusconiano, estourou mais uma notícia que para alguns poderá ser incómoda. Chegou a vez do esmiuçar da árvore genealógica de Clara Petacci, a famosa e derradeira amante do dirigente italiano. O Duce normalmente conviveu com os mais fiéis seguidores do nacional-socialismo do seu amigo Adolfo Hitler e tendo a sua amante como inseparável companheira, decerto Claretta bastas vezes se sentou à mesa, dançou e brindou com oficiais da SS. Nada de estranho, pois a Itália e a Alemanha eram aliadas no Eixo.
Por aquilo que agora se vai desvendando, Claretta também pertencia a uma das Tribos de Israel. Tal como a sua irmã Miriam.
Chandra Bose com Adolfo Hitler, em Berlim.
Uma das lendas mais difundidas em Portugal, consiste na mistificação do complexo enredo político e geoestratégico que conduziria à invasão de Goa, Damão e Diu pela União Indiana (17-12-1961). Condenada pela ONU, esta invasão ordenada pelo pacifista Nehru - o homem que conseguiu a proeza de malquistar a Índia com todos os países vizinhos -, obedecia aos pressupostos do movimento nacionalista indiano que nos anos 30 e 40 encontrava em Chandra Bose, o perfeito émulo dos ditadores da época, fossem eles o Fuehrer de Berlim, o Duce de Roma ou o Vozhd de Moscovo.
Leia aqui, no Combustões
Situada à entrada do Adriático, a Albânia consistiu num pomo de discórdia entre as duas potências regionais que no final do século XIX lutavam pela supremacia nos Balcãs ocidentais. A unificação italiana encontrou no Império austro-húngaro o intransponível rival que impediu a expansão do impetuoso novo reino em direcção a ambas as margens daquele mar. Embora vitoriosa na I Guerra Mundial, a Itália obteve escassas compensações territoriais e nos anos vinte, o governo de Mussolini iniciou uma política de intervenção económica na Albânia, complementada pelo apoio dado ao regime do rei Zog, estabelecimento de colonos italianos e instrução das forças armadas de Tirana.
A formação do Eixo e a recusa de Zog em se submeter totalmente à suserania fascista, implicou a revisão da política de Roma na zona, desejosa em não ser vista como um mero apêndice de Berlim, cujo Reich se engrandecera com o Anschluss e anexação das áreas alemãs da Checoslováquia. A fragilidade da própria estrutura estatal albanesa ia sofrer uma reviravolta, quando o anúncio do próximo nascimento de um herdeiro ao trono de Zog, implicava para Mussolini, um previsível afastamento albanês da esfera de influência italiana.
Em 7 de Abril de 1939 e contra a vontade de Vítor Manuel III, o exército italiano desembarcou na Albânia e a 10 cessava toda a resistência. Recusando-se a servir como simples marioneta ao serviço de Mussolini, Zog abandonou o país, exilando-se em Londres. A consequência foi a sua deposição pelo parlamento albanês que ofereceu a coroa de Skandenberg ao monarca italiano. O desmembramento da Jugoslávia em 1941, engrandeceria o território com a anexação do Kosovo e de uma parte do Montenegro, numa situação com a qual encontramos hoje algum paralelo no actual conflito que opõe Tirana a Belgrado.
O fim da II Guerra Mundial coincidiu com o estabelecimento do regime comunista de Enver Hoxha.
Como irónica curiosidade, milhares de albaneses procuram hoje estabelecer-se no território italiano e segundo me dizia esta manhã por telefone o meu amigo Guido Russo, alguns ousam reivindicar os direitos de cidadania, decorrentes daquela já longínqua união estabelecida no período imediatamente anterior à guerra.
*No video, o primeiro ministro albanês na cerimónia de entronização de Vítor Manuel III e de Helena do Montenegro como reis da Albânia (Palácio do Quirinal, Roma).