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via 2711
Esta convicção de que a democracia não é exequível entre nós, há muito que lançou raízes entre vários sectores da opinião pública, e convenhamos que os partidos que por cá se implantaram têm-se esforçado por evidenciar a veracidade dessa asserção.
Não raras vezes, em desespero de causa, e ainda que momentâneamente, muitos dos que acreditam que ela é possível descrêem. Falta de confiança em nós mesmos, na capacidade de convivermos ordeiramente com a liberdade, da mesma forma que outros povos, que colocamos sempre num nível civilizacional acima do nosso.
Não é coisa nova essa, só que nos acomodámos à ideia, e nada fazemos para a contrariar.
A leitura deste artigo do Professor Jaime Nogueira Pinto desperta em mim uma cadeia de pensamentos aparentemente longínquos, mas que dentro da minha cabeça se ligam claramente.
Porque o leio num dia em que tanto se falou na União Europeia, e lê-lo faz relembrar a pretensão turca em a ela aderir, e mais uma vez penso no acerto das razões que me levam a repelir tal hipótese, nunca tão bem explanadas como aqui.
Porque o leio num dia em que muito se vociferou contra o resultado de uma consulta popular sobre um símbolo religioso islâmico, num país europeu que não recebe lições de democracia de ninguém, antes pelo contrário,
Porque logo associo a Ordem de Malta, que antes foi do Hospital, ao Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa por ter sido este Mosteiro, fundado pelo pai de D. Nuno Álvares Pereira, em Portugal a casa-mãe da Ordem.
« Europa: o seu destino é tornar-se uma federação »
Quem vier atrás de nós vai saber que isto de haver Nações Soberanas aconteceu uma vez na Europa; estaremos nós a assistir ao seu estertor? É o que sou levada a pensar, ao ler esta entrevista ao autor de « Great Empires, Small Nations - the uncertain future of the sovereign state »
cada povo tem a que merece? O PREC por lá não existiu, não houve rupturas abruptas porque, apesar dos pesares, Franco teve a suprema sabedoria de olhar o futuro: sabia que as coisas não poderiam continuar tais como estavam, indefinidamente, e tratou de assegurar uma transição pacífica. Juan Carlos teve a ajuda, imensa, de um estadista de mérito - Adolfo Suárez foi uma peça fundamental nessa passagem de testemunho. Depois, por lá ,as coisas nem sempre correram bem, é certo, mas aqui começaram tortas.