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Se o terramoto do Banco Espírito Santo serviu de mula de carga para todos os fretes político-partidários, o descalabro do Banif, por analogia, também irá servir para embrulhar muita matéria pendente. Para já referem a possibilidade de reciclagem dos CoCos (sim, cocós - dívida convertível) em capital, mas deve haver mais dejectos na calha para arremessar. Será que alguém vai ter a cabeça a prémio por uma caução milionária? António Costa - o nacionalizador por excelência -, vai ter de TAPizar esta bela prenda. Ou seja, tornar-se adepto da solução privada alicerçada no negócio puro e duro. As convicções partidário-monetaristas devem seguir sem mais nem menos pelo cano. Ou então paga o Estado. Ou então o governo salva o banco. Ou então, ou então, ou então. Daqui a nada teremos um Banido Mau e um Banif Bom, porque ideias faltam à congénere socialista. Devem imitar o guião. Embora os socialistas tenham preconizado a mudança do fuso horário político, em abono da verdade, estão a seguir as receitas do governo anterior. Mas o Jerónimo de Sousa está á coca e já avisou que se snifarem em excesso as linhas grossas do neo-liberalismo e do capitalismo porco, as luzes de Natal serão apagadas. Este banifado tem pano para mangas para ser cantado no ano que vem por tordos primaveris.
O súbito impulso patrioteiro da viúva Kirchner, parece estar naquele plano furta-cores ainda impossível de perfeita identificação. Se por um lado a famiglia Eskenazi, velha comparsa do defunto Nestor em não menos conhecidas negociatas está agora na berlinda, por outro lado, há quem afirme que a expropriação da YPF, se deveu à oposição da Casa Rosada - sob pressão dos EUA - à venda desta empresa aos chineses da estatal Sinopec. Os próximos meses nos confirmarão qual destas hipóteses é a verdadeira.
Não tenho grande coisa a dizer. Apenas resalvo que, infelizmente, mais uma vez se prova o que venho a dizer e escrever há muito, o mercado e a mão invisível funcionam na perfeição em teoria, porque na prática têm a intervenção de seres humanos, imperfeitos por natureza.
Já agora, parece que esta situação de gestão danosa já se vinha arrastando de algum tempo a esta parte, indiciando que a crise financeira internacional não terá relação directa com este fenómeno. Se assim é, mais uma vez se pergunta, para que serve o Banco de Portugal e o cargo ocupado pelo Dr. Constâncio? Depois do escândalo no BCP, aparece mais uma vez demasiado tarde e com demasiada inércia, depois de alguém se ter tornado milionário à conta da gestão danosa. Num país sério alguém como o Dr. Constâncio teria vergonha na cara e demitia-se.