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A recomendação quanto à demissão do governo é desprovida de sentido, e a verdade é que o problema da natalidade em Portugal é muito mais grave e estrutural do que meramente resultado das políticas do actual governo. Todavia, Jerónimo de Sousa tem razão no diagnóstico.
De há vários anos e governos a esta parte que parecemos viver duas realidades diferentes no que concerne a esta questão, em que os governantes proclamam querer incentivar a natalidade, mas as suas políticas e acções, que são o que realmente importa, vão no sentido precisamente contrário. O mesmo é dizer que na prática a teoria é outra, ilustrada pelo líder comunista:
Jerónimo de Sousa disse ainda que "não há defesa da maternidade e da paternidade nas políticas laborais que comprometem PS, PSD e CDS, quando se defende o aumento e a desregulação dos horários de trabalho e a intensificação dos ritmos de trabalho que impedem os trabalhadores de ter tempo para os seus filhos".
O secretário-geral do PCP criticou ainda o que considerou ser "demagogia em torno da natalidade".
"Quando se nega o direito às mulheres de decidirem o momento e o número de filhos que desejam ter, quando há discriminação das jovens no acesso ao trabalho por decidirem engravidar, quando existem pressões para que não gozem as licenças de maternidade e paternidade, quando faltam vagas em creches públicas e crescem no privado, quando se corta nos apoios sociais"
Se querem realmente incentivar a natalidade, para além da melhoria das condições a nível laboral e das creches, a melhor política será a diminuição da carga fiscal. Quando os níveis de IRS são o que sabemos e as deduções com despesas de educação e saúde foram reduzidas a praticamente nada, fica a dúvida sobre se muitos de nós não andarão a trabalhar para aquecer e se o estado não será já um filho que temos a nosso cargo. Nestas condições, ter filhos acaba por ser um acto quase heróico.
Dr. Passos, chega de nomeações inócuas. Se quer nomear assessores para a natalidade nomeie quem percebe da "poda". Se por cá não existem, e ao abrigo da parceria com os nossos irmãos angolanos, que venha o Sr. Thicuteno. Melhor investimento em formação aplicada não há.
Perante esta notícia, que à semelhança desta, só dá vontade de chorar de raiva, ainda para mais sabendo-se da crise demográfica que estamos a começar a enfrentar e que de há muito tempo a esta parte o estado se vem demitindo de ter políticas sérias de incentivo à natalidade, deixo aqui o link para a página da associação de ajuda ao recém-nascido Banco do Bebé, que ajuda diariamente as famílias menos favorecidas dos recém-nascidos na Maternidade Alfredo da Costa. Podem ir directamente à página "Como colaborar" e tornarem-se voluntários do Banco do Bebé e/ou contribuir para a conta Millenium BCP - N.I.B. 0033 0000 0015 6389 2210 5, ou ainda consignar 0,5% do IRS para esta associação.
Políticas de incentivo à natalidade e de combate à crise demográfica: cortar abonos, fechar maternidades, promover o aborto a expensas dos contribuintes (e eu votei a favor da despenalização) e, agora, interromper tratamentos de fertilidade por questões orçamentais. Assim vai o socialismo da justiça social - Infertilidade: Tratamentos na Maternidade Alfredo da Costa “brutalmente” interrompidos após circular da tutela