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Hemiplegia moral aplicada

por Samuel de Paiva Pires, em 04.02.19

Aprecio imenso ver revolucionários esquerdistas tornarem-se assaz legalistas quando está em causa defender uma das suas damas, no caso, Maduro. Não explorando sequer a sempiterna luta entre o poder e o direito, deixem-me relembrar-vos algo que certamente sabem mas que o vosso viés ideológico, para não falar em má-fé, aparentemente olvida: os golpes de Estado e as revoluções criam as suas próprias legitimidade e legalidade. A 24 de Abril de 1974, o Estado Novo era o regime político legalmente em vigor em Portugal. A 25 de Abril, era o regime deposto, ilegítimo e ilegal à luz do novo regime político, cuja legitimidade foi gerada pelo golpe de Estado e cuja legalidade constitucional foi posteriormente consagrada. Isto para dizer que não nascemos ontem e que já está na altura de se esforçarem para apresentar argumentos minimamente válidos, ainda que seja particularmente complicado defender o indefensável - o que não vos tem impedido de defender afincadamente facínoras responsáveis pela morte de milhões de pessoas. De resto, vale sempre a pena recordar estas palavras de Ortega y Gasset: "Ser de esquerda é, como ser de direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, em efeito, são formas da hemiplegia moral." 

publicado às 22:26

"Por supuesto!"

por Pedro Quartin Graça, em 27.11.13

 

Nicolás Maduro: 'Los capitalistas roban como nosotros'


"Quiero decirles aquí, atención comerciantes de este país, pequeños y medianos, esos comerciantes que ustedes conocen son tan víctimas del capital, de los capitalistas que especulan y roban como nosotros; porque a ellos los exprimen los llamados proveedores y mayoristas, los exprimen en los centros comerciales, son exprimidos doblemente", afirmó ante los micrófonos, sin reparar en lo que había dicho ni desdecirse."


Nicolas Maduro, aqui.


publicado às 15:25

O infortúnio do dinheiro maduro

por John Wolf, em 10.11.13

Nos dias que correm somos vergastados por um pau de dois bicos. Na arena, alinhado para um combate feroz, temos num dos cantos do ringue, o campeão da esquerda alucinada, que necessita de conquistar a qualquer custo o beneplácito dos seus súbditos. A Venezuela, mergulhada que está numa profunda crise económica e social (com inflação a rondar os 50%), observa a praxis revolucionária do seu presidente Nicolas Maduro. Numa espécie de fenómeno de assalto à Pingo Doce (Pingo Amargo) com a imposição de um desconto, ordenou ao exército a ocupação de uma importante cadeia de lojas, para pôr cobro aos excessivos lucros da empresa. O preço justo, que este preconiza, rasga com as leis de mercado, e impõe-se à força. Naquele país a ideia de empreendedorismo morreu. Ou melhor, foi assassinada. Não vale a pena pensar na mais-valia, no lucro e no esforço - capitalismo é uma actividade criminosa. Ponto final. No outro canto do ringue, do outro lado do Atlântico, o banco suiço UBS acaba de publicar o seu relatório sobre a evolução das grandes fortunas do mundo. Portugal viu crescer o seu número de multimilionários para 870. Em jeito de aproveitamento da azia, logo se estabeleceu a ideia que todo o grande dinheiro é nefasto. Que fortuna é sinónimo de roubalheira. Os analistas de caras ou coroas foram lestos em pegar numa ponta solta. O recém-eleito e independente presidente da câmara do Porto Rui Moreira, foi colocado na prateleira da grande fortuna. E esse facto tem a sua relevância. Em Portugal serve de precedente para a peregrinação política, mas feita em sentido inverso. De cima para baixo. O político não chegou roto de Castelo Branco, para volvidos poucos anos estar metido em alegados esquemas de fortuna escondida em off-shores. Este político já teve uma vida de dinheiro. Este político já viveu à grande e à francesa. Este político já tem quanto baste e esse facto deve servir de exemplo. Este tipo de perfil de servidor de causas públicas deve ser destacado em Portugal. Serão aqueles com mais meios que devem de um modo ético e voluntário, colocar a sua energia ao serviço de causas maiores. O problema em Portugal não está nas grandes fortunas, mas sim na quase total ausência do espírito filantrópico - a inclinação ética para colocar a nossa sorte ao serviço de outros. Quando um político chega com a sua mala de cartão, temos motivos de sobra para ficar desconfiados. Quanto ao oposto, desde que a fortuna amassada tenha sido realizada de modo honesto, não vejo porque razão esta deva ser atacada. Afinal, qualquer actividade humana se rege por esse princípio de vantagem maior. Que eu saiba a natureza humana firma-se mais na coluna da acréscimo, a soma. Na predisposição para acumular o máximo possível. Chamem-lhe capitalismo, sim senhor. Uma modalidade praticada à esquerda e à direita, por falsos ideólogos e sonhadores, pelo mercado de activos e sujeitos passivos. Por escritores que se querem destacar perante os outros. Por editores que trabalham para gigantes monopolistas e que querem os lucros colossais de um best-seller (pagando por isso um pequeno royalty ao autor). Por intelectuais que querem dominar a cena, esmagando os rivais com a força dos seus argumentos. Por artistas plásticos que dominam por completo o espaço de vários Versailles, sem deixar um pequeno lote que seja a pequenos aspirantes. Portanto, como podem ver, esta falsa moralidade de fortunas e dinheiros não tem nada a ver com divisas. A questão que as nossas sociedades enfrentam, tem a ver com a ideia de concessão de oportunidades aos menos afortunados. O dinheiro não é necessariamente uma coisa suja. São sujas as mãos que embalam as notas de cem, de milhar ou milhões, mas que esquecem os outros que fazem tilintar escassos trocos nos bolsos furados. 

publicado às 08:54






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