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Ainda o filme protagonizado por Zizek

por Samuel de Paiva Pires, em 06.11.13

No seguimento deste post, permitam-me salientar mais um exemplo de outro erro crasso de Zizek. Afirma o dito filósofo que os nazis eram tradicionalistas, que a sua revolução visava restaurar uma ordem tradicional. Limito-me a citar Leo Strauss, em "German Nihilism", onde, a dada altura, evidencia que no pós I Guerra Mundial existia um confronto entre os jovens alemães niilistas, muitos dos quais viriam a ser Nazis, e os progressistas, que, paradoxalmente, defendiam os ideais da civilização moderna: 

 

"Thus it came to pass that the most ardent upholders of the principle of progress, of an essentially aggressive principle, were compelled to take a defensive stand; and, in the realm of the mind, taking a defensive stand looks like admitting defeat. The ideas of modem civilisation appeared to the young generation to be the old ideas; thus the adherents of the ideal of progress were in the awkward position that they had to resist, in the manner of conservateurs, what in the meantime has been called the wave of the future. They made the impression of being loaded with the heavy burden of a tradition hoary with age and somewhat dusty, whereas the young nihilists, not hampered by any tradition, had complete freedom of movement - and in the wars of the mind no less than in real wars, freedom of action spells victory."

 

De resto, recomenda-se fortemente, a Zizek e aos que, como ele, pensam que os Nazis eram tradicionalistas, a leitura do artigo na íntegra.

publicado às 21:35

Afinal já consegui perceber o problema

por Samuel de Paiva Pires, em 11.04.12

O problema, para a Leonor Barros, a Ana Vidigal  e outros é, afinal, o facto de José António Saraiva ser capaz de utilizar os seus olhos e o seu cérebro para operar duas acções humanas: observar e classificar. Passam ao lado do argumento central e que realmente importa no texto de JAS. Se o problema é a classificação derivada da observação e descrição, deixem-me então contar-lhes uma observação que me fizeram no início da primeira noite que fui a um bar gay. Dois gays olharam-me de alto a baixo, viraram-se para mim e afirmaram categoricamente: "Você é hetero, não é gay." Sorri e pronto. Qual é o problema? Todos os dias passo algum tempo no Chiado e, sentando-me numa qualquer esplanada ou nos Armazéns a jantar, consigo dizer quem é gay com um alto grau de probabilidade de acertar. E quem disser que o não consegue, ou está a mentir ou deve andar de olhos fechados e sem utilizar o cérebro. Todos classificamos os outros, mesmo que o façamos inconscientemente e sem o exteriorizar. Aliás, se há pessoas que refinam apuradamente esta capacidade são precisamente os gays. Não há mal nenhum nisso, é uma característica humana e que nos distingue dos animais.

 

Entretanto, recomenda-se especialmente aos que andam sempre com a tolerância na ponta da língua que leiam um artigo que José António Saraiva escreveu há uns meses e que é mais do que apropriado: Uma polícia do pensamento?

 

Adenda: Quando escrevi "é uma característica humana e que nos distingue dos animais", estava a pensar em classificação em termos do que comummente se chama tribos urbanas, mesmo pertencendo às mesmas espécie e comunidade. Alertado pelo Filipe Faria, rectifico salientando que a capacidade para definir grupos instintivamente está também presente nos animais.

 

Leitura complementar: O falhanço mental da brigada do politicamente correcto ou ainda o artigo de José António Saraiva sobre a homossexualidade contestatária; A homossexualidade como revolta contra o niilismo modernoEu, retrógrado, curvo-me perante os adiantados mentaisTodas as diferenças de opinião são também epistemológicas e metodológicas

publicado às 14:00

A homossexualidade falsa vista por quem trabalha com ela

por Samuel de Paiva Pires, em 11.04.12

Na caixa de comentários, Abel Matos Santos:

 

«Como profissional de saúde que trabalha, também, com adolescentes, posso afirmar categoricamente que assistimos a um fenómeno absolutamente assustador, onde muitos adolescentes e jovens adultos que não são homossexuais se envolvem em práticas homossexuais pela pressão dos pares, por estar na moda e pela pressão social, tendo muitos desenvolvido problemas emocionais graves que os leva, entre outras coisas, a automutilações, depressões e suícidio. JAS tem toda a razão no seu artigo! Venham as ILGAS e os arautos dos homossexuais contestar, mas a realidade impoe-se sempre a ideologia.»

 

Leitura complementar: O falhanço mental da brigada do politicamente correcto ou ainda o artigo de José António Saraiva sobre a homossexualidade contestatáriaA homossexualidade como revolta contra o niilismo modernoEu, retrógrado, curvo-me perante os adiantados mentaisTodas as diferenças de opinião são também epistemológicas e metodológicas

publicado às 00:55

(imagem daqui)

 

1 - A esmagadora maioria das reacções ao artigo de José António Saraiva são bem reveladoras do maniqueísmo que grassa em muitas mentes, incapazes de ver o mundo em tons de cinzento – que é como ele realmente é –, concentrando-se no acessório (a descrição que JAS faz do rapaz que encontrou no elevador) para ofender aqueles que não apreciam e deixando o essencial de lado, talvez porque tenham consciência que as suas reacções manifestamente exageradas escondem aquilo que lá no fundo sabem ou que pelo menos vislumbram como até podendo ser verdadeiro mas com que não querem confrontar-se por poder colocar em causa os dogmas em que acreditam: que, na verdade, JAS tem razão quando diz que há muitos homossexuais que não são realmente homossexuais mas sim mentes fracas que em face do niilismo moderno encontram na orientação sexual uma forma de afirmação e/ou revolta, sendo, acrescento eu, produtos da ideologia de género que faz crer que a orientação sexual pode ser uma escolha consciente e racional, o que é falso.

 

2 – Note-se que não se trata de uma contestação geracional num sentido colectivista, isto é, organizado e com propósitos bem definidos (como o foram as lutas estudantis que JAS refere) mas, num contexto de isolamento individual e alienação, sendo a sexualidade uma vertente da afirmação da personalidade, pode funcionar este processo quase espontaneamente como forma de revolta não se sabe bem contra o quê, em virtude do niilismo, do vazio de significado e propósito, acabando alguns indivíduos por se reconhecer nesse tipo de comportamento, tornando-o uma moda e atraindo mais indivíduos para esse estilo de vida. Conheço alguns casos que me parecem estar perfeitamente enquadrados nisto, daí dizer que o ponto central do artigo merece ser explorado. É interessante do ponto de vista sociológico, porque acaba por ser um fenómeno que vem a ter alguma visibilidade (no Chiado é mais do que evidente) e também do ponto de vista da psique, podendo servir para percebermos melhor os tempos em que vivemos. É primeiramente uma revolta individual, e só depois pode ou não ter efeitos nas esferas sociais e/ou política. Quando o que vários indivíduos fazem se torna uma tendência crescente e facilmente observável na sociedade, e se eu ao observá-la conseguir perceber qual o substrato filosófico que lhes dá sustentação prática (e este é o do neo-marxismo) e se eu conseguir provar que esse substrato está errado, como eu consigo com o neo-marxismo, então eu tenho o dever de o dizer/escrever, se quiser intervir criticamente na sociedade onde vivo.

 

3 – Tomando como dado adquirido que a orientação sexual é genética, isto não equivale a dizer que seja uma doença. A nossa personalidade, da qual faz parte a orientação sexual, é fruto da combinação de factores genéticos/biológicos, que nos são transmitidos pelos pais, e de factores sociais/ambientais. O que acho é que há uma transmissão genética, e há vários estudos que apontam nesse sentido, um dos quais bastante recente (2008), sendo este um debate já bem velhinho. Não estou a fazer nenhum juízo de valor ou a criticar. Pelo contrário, estou a dizer que é natural e que não é uma doença, uma fase ou uma escolha. Por outro lado, a ideologia de género é que inventou as muy politicamente correctas possibilidades de escolha do género e orientação sexual, que acabam, essas sim, muitas vezes por originar perturbações mentais. Não há contra-senso porque, tal como JAS, o que digo é que há gays que o são realmente, e depois há estes que acham que são e/ou que podem estar tão confundidos que nem sabem o que são (a ideologia de género faz muito por isso). Talvez um dia a ciência nos auxilie sobre isto. Mas por ora, tudo isto serve também para ilustrar que, sem fazer juízos de valor sobre o que é uma verdadeira orientação sexual, mas sim sobre processos sociais e individuais que advêm de teorias falsas que se desenvolvem e propagam num contexto niilista e relativista, é saudável sairmos dos redis do politicamente correcto e questionarmos aquilo sobre o que nem a ciência ainda nos deu respostas conclusivas.

 

4 - A incapacidade de muitos indivíduos para questionar as ideias pré-concebidas, politicamente correctas, que professam como um credo (provavelmente sem saber de onde provêm), e de discutir civilizadamente um qualquer tema, por mais delicado que seja, como este é, é claramente mais um sintoma do falhanço moral e educacional da sociedade portuguesa. Sem uma formação sólida nas humanidades e que fuja aos cânones do neo-marxismo, não admira que muita gente seja incapaz de perceber que generalizações são explicações de princípio, gerais, com um certo grau de verificação, mas com excepções que evidentemente servem para as confirmar como tendências.  É por isso que as estatísticas nunca são reais. Só a irregularidade da realidade é real, como escreveu Jung. E esta diz respeito a cada indivíduo, um ser único e irrepetível, pelo que ninguém obviamente diz que "todos os homossexuais são-no porque escolhem ser" ou "todos os homossexuais são-no porque querem revoltar-se contra os pais ou a sociedade" ou "todos os homossexuais são-no porque está na moda". Quando perceberem que aquilo que qualquer pensador social ou intelectual público minimamente credível faz é colocar hipóteses sobre comportamentos individuais, e que não sendo o mundo a preto e branco, podem verificar-se até em combinações várias, mas não deixam de ser hipóteses e especulações úteis para tentar entender a sociedade em que vivemos, mesmo com as excepções que confirmam a regra, talvez nessa altura o debate público em Portugal possa ser menos acrimonioso.  

 

5 – Como muitos recusam o que decorre dos pontos anteriores, enveredam pelo campo mais fácil, o do insulto, apelidando José António Saraiva ou quem com ele concorde de homofóbicos, como já hoje fizeram comigo, quando não partem para outros mimos. Claro que o facto de lidar com diversos gays ou ir a bares gays sem qualquer problema não deve obstar à minha homofobia. Deve ser um tipo especial de homofobia. Mas daquela que muitos gays têm, ao saberem perfeitamente que aquilo que aqui escrevi corresponde em grande medida à realidade que facilmente observamos em Lisboa. Para finalizar, praticamente só vi virgens ofendidas e histéricas que partiram logo para o insulto. Tentar analisar o que já por várias vezes salientei como um válido ponto central e debater civilizadamente é coisa que não assiste às mentes cheias de certezas absolutas. Entretanto, se começassem por ler isto e isto, podia ser que aprendessem qualquer coisa e conseguissem ir um bocadinho além do “que texto nojento”, “este gajo é um nojo”, “este gajo é homofóbico”, “este gajo anda a galar meninos de 17 anos” e outros mimos muito sofisticados.

 

Leitura complementar: A homossexualidade como revolta contra o niilismo modernoEu, retrógrado, curvo-me perante os adiantados mentaisTodas as diferenças de opinião são também epistemológicas e metodológicas

publicado às 22:23

Eu, retrógrado, curvo-me perante os adiantados mentais

por Samuel de Paiva Pires, em 10.04.12

Em reacção ao meu pequeno post de ontem, João Quadros, no Twitter, referiu-se a este dizendo que "há blogs no século XVIII!!!". Não sei bem se era um insulto ou um elogio, pois poucos séculos existiram tão ricos em desenvolvimentos intelectuais, políticos e sociais como o XVIII. Entretanto, o camarada Francisco Silva, que alinha pelo mesmo diapasão que o escriba anterior, produziu um texto onde pouco mais faz que insultar José António Saraiva, sem nada acrescentar à discussão do ponto central do artigo, que, como escrevi aqui, parece-me digno de ser explorado e debatido. Mas, para que os adiantados mentais dos nossos tempos se dêem ao trabalho de o fazer sem começarem num pranto, quais progressistas virgens ofendidas, têm que tentar sair dos redis do politicamente correcto. Cá os espero, se quiserem dar-se ao trabalho. Podem começar, por exemplo, por estes dois artigos da Slate e os estudos a que se referem. Sintam-se bem-vindos ao século XXI.

publicado às 10:10

A homossexualidade como revolta contra o niilismo moderno

por Samuel de Paiva Pires, em 10.04.12

Não costumo apreciar José António Saraiva, mas daquilo que me é dado observar do que me rodeia, acho que o ponto central do artigo merece ser explorado. Creio, como o autor, que a orientação homossexual é genética. Mas que se vê muita gente a enveredar por aí como se fosse uma escolha (a ideologia de género e a Escola de Frankfurt ajudam a perceber porque muita gente pensa que pode fazer essa escolha), e como forma de constestação/revolta, também me parece verdade. Que isso tenha efeitos nefastos na psique individual é apenas natural, e o caso Renato Seabra é só um exemplo do que pode acontecer ao tentarmos alterar a nossa natureza.

publicado às 00:20

(imagem tirada daqui)

 

Peter Singer é, alegadamente, um utilitarista, sendo, inegavelmente, um dos filósofos contemporâneos mais respeitados. Contudo, defender a esterilização da humanidade por via a alcançar a extinção, justificando tal ideia com o facto de as próximas gerações virem ao mundo para sofrer, colocando as questões Is life worth living? Are the interests of a future child a reason for bringing that child into existence? And is the continuance of our species justifiable in the face of our knowledge that it will certainly bring suffering to innocent future human beings?”, parece-me uma idiotice de quem já chegou a um patamar em que se pode dar ao luxo de dizer o que bem lhe apetecer.

 

Para mim que, entre as várias influências, tenho uma inspiração randiana, a vida humana é o principal valor. E é inviolável. Creio que para a maioria das correntes filosóficas e religiões se aplica o mesmo princípio. O sofrimento continuará sempre a existir. A dor continuará sempre a existir. Aliás, é parte inegável da vida. Além do mais, é impossível afirmar com toda a certeza que as futuras gerações terão uma pior qualidade de vida que as presentes.

 

Ironicamente, ou não, Singer revela, nesta posição, aquele que é precisamente o principal problema do utilitarismo. Este, tem por objectivo a procura única e exclusiva da felicidade, por via de decisões racionais e utilitárias que visem maximizar o bem-estar - como se fosse possível eliminar definitivamente o sofrimento e a dor. Isto é impossível de alcançar na sua plenitude. Porque não somos completamente racionais e porque por mais cálculos utilitários que se façam, é praticamente impossível determinar qual a escolha/decisão óptima. O utilitarismo, no seu extremo, leva à estagnação e ao niilismo - é este o seu principal problema. No caso de Singer, à defesa da extinção da humanidade.

 

Sou obrigado, portanto, a concordar com Wesley Smith:

 

We have to “justify” continuing the species? Good grief.  Under the influence of anti-human advocates like Peter Singer, we have gone in the West from seeking to “secure the blessings of liberty for ourselves and our posterity,” to seriously questioning whether there should be any posterity at all.  This is not healthy.  But it is the natural consequence of rejecting human exceptionalism.

 

Não deixa de ser um interessante tema de discussão por estes dias. Mais um a juntar ao relativismo moral que grassa no Ocidente.

publicado às 23:30






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