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Para que fique esclarecido. A comissão que decide a quem deve ser atribuído o prémio Nobel da Literatura, virou a cara aos atentados do escritor Chinês Mo Yan (um pen name que significa "não digas" ou "não fales"). Um autor ligado de um modo muito negativo à repressão política do regime Chinês. O The New York Review of Books, no seu número 19 volume LIX (Dez 6-19, 2012) faz o relato do percurso de um autor que se notabilizou por ser sexualmente arrojado, roçando temas-tabu "ainda disponíveis" na literatura emergente desse império. Na cerimónia de abertura da Feira de Livros de Frankfurt, em 2009, Mo Yan afirmou que "a literatura se deve posicionar acima da política", mas quando as autoridades chinesas boicotaram a sessão em que participariam os pensadores livres Dai Qing e Bei Ling, Mo Yan nem sequer hesitou; abandonou a sala na companhia desses "polícias". A atribuição de um prémio deste calibre a este senhor é um insulto para a humanidade e para a literatura. O livro chegou a Portugal, mas há qualquer coisa de incoerente na sua edição nacional. Não assenta bem vender a indignação e o protesto, para logo a seguir tentar impingir um autor associado a um regime de repressão e controlo.