Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Desde que a Comissão Europeia autorizou (por proposta de Madrid) os espanhóis a pescarem em águas territoriais de Gibraltar, totalmente à revelia da soberania britânica e apesar de um processo movido pelo Reino Unido contra a CE no Tribunal de Justiça da União Europeia (que confirmou a decisão da Comissão), que se sucedem os incidentes envolvendo pescadores espanhóis, lanchas britânicas (da Polícia de Gibraltar e da Royal Navy) e lanchas espanholas da Guardia Civil. A tensão diplomática e no local tem crescido ao longo do ano, tendo em Maio chegado a dar-se alguns choques entre cascos espanhóis e britânicos. A Royal Navy tem estado muito mais presente em Gibraltar e, no final do mês passado, o porta-aviões Illustrius fez um exercício com fogo real ao largo do Rochedo, pela segunda vez este ano.
Domingo passado, o ministro dos negócios estrangeiros britânico William Hague lançou, formalmente, um sério aviso a Espanha:
E, afinal, isto acontece por causa de uma decisão da Comissão Europeia.
Uma das melhores intervenções de Nigel Farage. E repare-se na reacção da eurodeputada dos Verdes quando Farage diz (com toda a razão) que se existe paz na Europa desde 1945 isso se deve à NATO, não à UE.
A atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia visa concretamente o quê? Premiar o avanço da paz, da democracia e dos direitos humanos na Europa? Ainda que seja um facto seguro - empiricamente inegável - o contributo inestimável da unidade europeia na consecução desses objectivos, é de todo deslocado conceder, nesta altura, à UE um galardão que, analisando bem, não é mais do que um exercício de futurologia política destinado a truncar e influir nos destinos de uma comunidade de nações doente e achacadiça. Mas sabendo nós que já no passado o prémio Nobel da Paz foi atribuído segundo uma lógica futurologista - lembram-se de Barack Obama? ou do profeta Al Gore? -, a entrega do mesmo à UE acaba por não ser um happening muito surpreendente. O politicamente correcto da bonzaria nobelística resume-se a isto: exercícios pífios de pressão política, com o único fito de acompanhar o suposto "ar do tempo". Em epítome, o relativismo pós-moderninho dos nossos dias tende, inevitavelmente, a premiar a boçalidade politicamente desarraigada.