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1. A Holanda
É espantosa a capacidade do contorcionismo demonstrado não apenas por políticos, mas também pelos comentadores Gouda que se revezam no pivotismo televisivo. O mais recente motivo? As eleições holandesas. Afinal o dies irae não se confirmou, ou melhor, confirmou-se através de outros actores mais apresentáveis e penteadinhos, logo, mais tragáveis.
"Grande alívio", "motivo de esperança", "um bom dia para a Europa" foram alguns entre dúzias de outros desabafos berrados por agentes de informação com semblantes crispados pela emoção. Isto a propósito de Rutte, uma espécie salvífica do sistema, alguém que pelos ditos e feitos faz a refúgio-retornada Dra. Cristas parecer-se com uma crosta pequeno burguesa cheia de desviacionismos de classe. Por outras palavras, excitadamente acabaram por saudar a vitória de uma espécie de encarte que no Portugal de 1979/80 equivaleria ao PDC. Assim sendo, resta a Rutte encontrar os seus compagnons de route, ou seja, o MIRN e a FN, mas neste caso, com socas de madeira.
A única coisa positiva? Uma boa vingançazinha, o arrasar do partido daquele caracolinhos de nome impronunciável que preside ao auto-proclamado Eurogrup(inh)o, esse mesmo que prazeirosamente nos tornou a vida num inferno.
2. Ainda os acontecimentos na Nova (Portugalidade e Universidade)
Inacreditável o afogueamento da nomenklatuGa a propósito do tema que inopinadamente varreu o país na última semana. Dir-se-ia ser a NP um perigosamente colossal movimento revolucionário de massas que terá até motivado uma reunião do inefável e omnipresente patrão Balsemão com o reitor. Não se limitou ao palratório, o Fürher dos media colocou de imediato os seus moleques a escrever em tudo o que é página em branco. Deu-lhes para isto, quando todos pensavam serem eles muitíssimo mais espertos e profissionais.
Espiolhando os factos, até parece que querem agora encontrar uma espécie de Columbine português e para o evitar postam a PSP nos recintos, perdão, nos "campus" universitários. Uma maçada para o erário público, um alívio para os automobilistas.
Os parabéns devem ser endereçados à cada vez mais simpática Nova Portugalidade que conseguiu com um tiro de pólvora seca, derrubar uma espécie de Linha Maginot.
É absolutamente inacreditável que a ameaça de violência por parte de um grupelho de estudantes de extrema-esquerda da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa leve ao cancelamento de uma conferência de Jaime Nogueira Pinto subordinada ao tema ‘Populismo ou Democracia: O Brexit, Trump e Le Pen’. Parece que a praga do politicamente correcto que censura o pensamento que não seja de esquerda também já está entre nós, até no seio daquela instituição, a academia, que tem o dever de promover a liberdade de pensamento, a liberdade de expressão e o verdadeiro debate de ideias.