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Miguel de Unamuno, "De Portugal", in Portugal, povo de suicidas:
"«Ideias não se encontram... a não ser a que esses homens beberam nos livros franceses mais vulgares e triviais.» Isto é hoje aqui tão verdade como era quando Herculano o escreveu há meio século. Do livro terrível e triste de Oliveira Martins, de que lhes tenho dado passagens, leiam o que diz da ciência desordenada das classes médias portuguesas. Sim; esta pseudociência, este positivismo pseudo-progressista, é pior, muito pior, do que esses fatídicos oitenta por cento de analfabetos de que tanto falam os afrancesados portugueses partidários do positivismo. «A fortuna dos ricos, a sorte dos pobres, vão pois guiadas por uma coisa pior ainda do que a ignorância - a ciência falsa, sempre pedante.»"
Miguel de Unamuno, Portugal, povo de suicidas:
"Oliveira Martins era um pessimista, quer dizer, era um português. O Português é constitucionalmente pessimista; ele próprio no-lo repete. Não é acaso a poesia desesperada de Antero de Quental a flor amarga deste espírito? Acaso encontrou alguma vez o desespero acentos mais trágicos, mais profundamente poéticos na sua rígida estrutura metafísica, menos artísticos? Em Leopardi a poesia da dor está temperada pela arte, mas o Português não é artista."