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A secretária de Estado norte-americana encontra-se hoje com os governantes portugueses e não será muito difícil concluir que esta visita se insere nas movimentações junto dos Aliados, para o reconhecimento da "independência do Kosovo". Na breve conferência dada no Palácio das Necessidades, Rice descartou qualquer possibilidade de estabelecer um paralelismo entre o processo kosovar e aquele que decorre nas regiões secessionistas da Geórgia. Os argumentos utilizados são no mínimo, infantis. O paralelismo é evidente até para os mais distraídos americanos que não conseguem situar a Europa geograficamente e apenas um explosivo cocktail de cobarde condescendência e má fé poderá convencer os diplomatas lusos menos experientes.
Não estando em causa os compromissos de Portugal para com a NATO, a posição de alheamento dos conflitos territoriais na Europa de leste, deve permanecer como princípio inamovível da política externa portuguesa. Não podemos - nem disso os EUA têm necessidade -, de sacrificar esse essencial e tranquilizador elemento constante nas nossas relações com os poderes continentais: o não envolvimento. O governo boa política fará se não ceder neste ponto essencial.