Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Passos Coelho conviveu com simpáticos cidadãos no programa "o país pergunta". O público foi escolhido a dedo para ser mansinho e inofensivo. Aquele grupo de mulheres mal-amadas e frequentadores de não sei o quê, das duas uma; ou é Portugal ou não é. Antes de entrar em detalhes sobre a grandiosidade do debate gostaria de saber porque certos representantes da realidade portuguesa não foram convidados. A saber; um ou dois cidadãos negros, um cigano, um deficiente de cadeiras de rodas ou um coxo? Houve aqui jogo combinado - não se faz. Não sei qual foi a empresa que fez a triagem deste grupo de cidadãos que não espelhou a fúria de uma nação, o desespero colectivo. O que acabamos de ver, deve ser considerado um embuste. Por momentos julguei ver o Seguro na assistência. Se ele estivesse na terceira fila não faria grande diferença. Estes cidadãos portugueses, condicionados ou não, ameaçados pelos capangas da RTP ou não, não fazem a mínima ideia do que é cidadania activa (ou pelo menos não o demonstraram). Não têm a noção do seu papel enquanto membros da sociedade em que se inserem - foram meninos de coro bem comportados, eternizando a ideia de um país de brandos costumes e falas. Falam à moda de administradores delegados, de gerentes com trinta anos de casa, equivocados pela subserviência, intimidados pela hierarquia do patrão. Um país à beira do caos deu uma réplica muito fraca de si. Entregou um belo cabaz a Passos Coelho que sai vencedor pela suavidade da festa. Estavamos à espera de uma rave party a abrir, um tira-teimas para partir a loiça dos argumentos com a dureza dos factos que afligem os portugueses. E sai-nos isto na rifa. Estes não são os portugueses para fazer frente ao que quer que seja. São outra coisa. Passos Coelho agradece. Carlos Daniel lá fingiu no fim ser aguerrido. Tinha de o fazer para salvar o coiro jornalístico - colocou umas bandeirilhas, mas não deu seguimento à faena. Os outros ficaram sentados, especados e à espera de não sei o quê. Vinte perguntas - vim-te perguntar e fui de mãos a abanar.